"O número de divórcios provocados pelo Facebook e outras redes sociais está aumentar. Um estudo realizado por advogados britânicos mostra que o Facebook é apontado em quase todas as causas de separação nos últimos meses.
"Eu já tinha ouvido os meus funcionários a comentar que os clientes têm descoberto cada vez mais informações sobre os seus parceiros no Facebook e acabei por perceber que 20% dos pedidos de divórcio têm uma referência ao Facebook", explicou Mark Keenan, director-geral do Divorcio-Online. Segundo refere o responsável, a razão mais comum parecem ser as conversas sexuais tidas com pessoas com as quais não as deviam ter. Existem já empresas informáticas que desenvolveram um software que permite espiar os seus parceiros através das redes sociais."
Falta averiguar quantos casamentos já aconteceram por causa da mesma rede social... Porque quem se divorcia, em geral não é para a seguir permanecer sozinho... digo eu, sei lá!
"Os utilizadores de sítios como o Facebook ou o Orkut orgulham-se de ter centenas de amigos mas uma investigação concluiu que o círculo de relacionamento destas pessoas é igual ao daqueles que não estão presentes nas redes sociais.
Segundo um estudo da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, o cérebro humano só é capaz de administrar um máximo de 150 amigos nas redes de relacionamento da internet.
O antropólogo Robin Dunbar sublinha que este número é idêntico ao que já havia sido apurado antes de existirem as redes sociais.
Este professor de Antropologia desenvolveu, nos anos 90, a teoria "Número de Dunbar" segundo a qual o tamanho do neocortex humano (a zona do cérebro que é utilizada para o pensamento e a linguagem), limita a capacidade de administrar os círculos sociais a 150 pessoas.
Em entrevista ao jornal "The Times", Dunbar afirmou que "é interessante ver que uma pessoa pode ter 1,5 mil amigos, mas quando se olha para o tráfego nesses sites percebe-se que essa pessoa mantém o mesmo círculo íntimo de cerca de 150 pessoas que observamos no mundo real".
"As pessoas orgulham-se de ter centenas de amigos mas a verdade é que os seus círculos são iguais aos dos outros", sublinhou."
Expresso, Isabel Lopes, 25 de Jan de 2010
Para uma pessoa que não seja aposentada nem desempregada, é impossível ter tempo para alimentar uma infinidade de relações de amizade, quer reais, quer virtuais.
Se, por uma lado, a Net permite estabelecer contactos com pessoas com as quais jamais viríamos a ter alguma relação pelos meios convencionais, por outro, é inegável que se perdeu o verdadeiro sentido da palavra "amigo".
A banalização do termo "amigo" fez com que se deixasse de entendê-lo como aquele a quem se ama, com quem se conversa, em quem se confia. O cúmplice ou confidente com quem se mantém conversas e partilha experiências.
Antigamente fazia-se a distinção entre "amigos" e "conhecidos". Nas redes sociais chegou-se à situação caricata de sermos amigos de desconhecidos!
Não quero que confundam este meu discurso com as posturas radicais do Miguel Sousa Tavares, que odeia Blogues e todos os mecanismos de comunicação em rede. Não é disso que se trata, mas quando me dizem que um amigo de um amigo meu tem mil e tal amigos no Facebook, só me dá vontade de rir...! Como não é deputado nem estrela dos media, deve ser coleccionador de pessoas!
De facto, das cerca de 70 pessoas e instituições que figuram na minha lista de amigos, só uma pequena parte são de facto amigos. Muitos há que não faço a mínima ideia quem são e cujos convites aceitei por cortesia, para não ser indelicada, já que são amigos de alguns amigos meus, esses sim reais.
Há uma semana alguém me perguntava num jantar social: "Tens quinta no Facebook?", ao que respondi que não tinha quinta, nem quintal, nem aquário, pois nem para arrumar a casa tinha tempo, provocando a gargalhada geral perante tão jurássica e prosaica resposta...
Eu incapaz me confesso para gerir e alimentar tanta amizade.
Entretanto, deixo-vos este hino intemporal à Amizade com "A" grande.
E, em qualquer caso, a este Blogue, como dizia o grande Zeca, "seja bem-vindo quem vier por bem!"