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terça-feira, 15 de maio de 2012

Dia Internacional das Famílias


Isto dos dias internacionais traz a vantagem ou o pretexto para se refletir sobre as coisas. 
Hoje é uma boa ocasião para pensar sobre o papel da família na sociedade. Sobre os modelos de famílias, desde as convencionais, às monoparentais, às homossexuais, às pequenas, grandes, felizes e infelizes. As disfuncionais, que vivem por vezes no silêncio sufocado dos segredos inconfessáveis, como o incesto ou a pedofilia. 
A minha maior preocupação no que se refere a Portugal vai para as situações de violência doméstica, calada ou pública, pois não posso evitar lembrar-me, especialmente nestas datas, do número incrivelmente elevado de mulheres (sobretudo) que morrem por ano neste país, vítimas deste flagelo. Se ele é assunto de sociólogos, técnicos de saúde mental ou polícia, não sei, tudo deverá depender do caso em concreto, mas deve ser analisado e tratado de acordo com as leis.

Os assuntos da família não se podem dissociar dos modelos de relação homem-mulher e dos seus papéis e estatutos. Neste âmbito, devo confessar que me causa bastante apreensão a condição feminina que vigora nos países árabes, no Médio Oriente, em África e na Ásia. Ainda existem sociedades em que as mulheres vivem em haréns, escravizadas e presas, outras em que, embora teoricamente livres, não têm autonomia para estudar, ter emprego, conduzir um automóvel, ir ao médico ou ao café, etc. Para já não falar nas aberrações a que temos assistido, de apedrejamentos por adultérios ou namoros, espancamentos e mutilações, a quem, aparentemente, apesar de ser esposa ou filha, goza de menos direitos do que o cão ou o papagaio.  Por fim, preocupam-me as situações relacionadas com o papel das mulheres mais velhas que, em certas famílias, representam o que há de mais retrógrado. Essas matriarcas da família são por vezes as piores aliadas no perpetuar de situações de repressão e violência, como por exemplo no Irão, ou nos países onde se continua a sujeitar as meninas ao crime de mutilação genital.

Neste dia internacional, há que repensar que famílias queremos ter e deixar como herança para os nossos descendentes.

2 comentários:

  1. O pior inimigo da mulher, muitas vezes é a própria mulher. Isto nos paises chamados civilizados. Têm uma forma doentia de amar. Quando era pequena ouvia muitas vezes dizer "Quanto mais me bates mais gosto de ti". É horrível, não é?.E outra que dizia: Mas no dia seguinte dá-me sempre um presente...!Só falo de casos concretos, que me marcaram em miuda. Mas tudo o que escreveu são realidades muito crueis.

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    1. Sim, é horrível que as mulheres façam por vezes o papel do carrasco, ajudando assim à repressão e à falta de liberdade que colocam em causa os direitos mais elementares das outras mulheres.
      A família, por vezes é um modelo, uma célula estruturante cuja semente é simultaneamente raiz e fruto, outras vezes é o próprio inferno!

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