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sábado, 23 de junho de 2012

Wenceslau de Moraes - tributos do Japão



Wenceslau de Moraes, apesar de ter adotado os costumes japoneses, ao contrário do que muitos afirmaram nunca deixou de se considerar português. Conhecedor da literatura e da alma do povo japonês, sabia ser impossível essa transformação.
Por outro lado, os japoneses, que acolhem com agrado a ideia de alguém não japonês amar o seu país e gostam de quem admira a sua cultura, desconsideram quem não respeita a sua própria identidade e as suas origens, pelo que nunca poderiam considerar Wenceslau de Morais um dos seus.

“Kaymiô”, o nome budista atribuído após a sua morte, que se encontra gravado no seu túmulo em Tokushima, significa:" o homem que abriu a janela do Japão para o exterior através dos livros".
As traduções japonesas, das suas obras, têm tido uma grande aceitação. A sua capacidade de abertura humana, a sua intimidade com o povo nipónico, seus símbolos, lendas e mitos, amando os seus costumes e venerando os seus deuses, revelando ao mundo um Japão real, é muito apreciado, nomeadamente, pelos críticos literários japoneses.
Os Japoneses estão-lhe gratos. Ergueram-lhe um monumento na principal praça de Kobe, outro em Tokushima, na principal avenida, que tem uma inscrição: "Aquele que trocou a sua alma pela japonesa". Em Tokushima há também o Museu Wenceslau de Moraes, onde estão reunidos todos os seus livros, objetos de arte e muitas das suas recordações íntimas, uma Sociedade de Amigos e outros memoriais.
É o único português a quem se rezam sutras e que recebe no aniversário da sua morte um serviço budista.

Na festa dos mortos “Bon-Odori”, que ele tão bem descreveu no livro com o mesmo nome, considerado, a par de “Dai Nippon”, das suas melhores obras, raparigas e rapazes vão cantar e dançar alegremente em roda do seu monumento em Tokushima.
Não pode haver consagração mais viva.
Nos livros elementares das escolas do Japão figuram o retrato e duas páginas sobre Wenceslau de Moraes.
Os seus grandes amores, infelizmente bastante dramáticos, foram japoneses; por isso não surpreende que ele escreva como nenhum outro estrangeiro sobre o fascínio da mulher japonesa:
Mas também o Japão deu muito a Wenceslau, tanto, que ele não se cansou de o enaltecer nas suas obras. Beleza, gentileza, calma, serenidade…
Tokushima está geminada com Leiria desde 5 de Setembro de 1969.


FONTES:
Filme de Paulo Rocha “A Ilha de Moraes”
Dicionário Cronológico de Autores Portugueses Vol. II
Dicionário Ilustrado da História de Portugal Vol. II
Livros de Wenceslau de Moraes – biblioteca pessoal
Fotos:
Associação Wenceslau de Moraes
Sites das cidades de Kobe e Tokushima
Wikipédia

Pesquisa, organização e texto:
Tita Fan

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