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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

No limbo



O empobrecimento vai ser a etiqueta deste último trimestre de 2011. 2012 vai ser um garrote. Os místicos anunciavam o fim do mundo para esse ano. O fim começa antes do fim. Para muitos como eu, começou ontem.


Congressos, compra de livros e filmes, cursos vários e outros bem culturais como teatro e cinema vão ser considerados luxos a banir. As férias e as viagens possivelmente ficarão a repousar nas folhas de catálogo e nas páginas da Internet.  Nos medicamentos, infelizmente, não poderei cortar.


Calcula-se que os professores perderão 20 a 25% do seu salário real; os catedráticos 30%. Mas uma coisa é certa: uma classe docente empobrecida materialmente, ficará também empobrecida no espírito. Fazer este tipo de trabalho de forma mecânica e sem motivação, vai acarretar falta de motivação também nos alunos. E isso é um duplo prejuízo, esse não contabilizável no imediato, mas a médio e longo prazo. Mesmo que os alunos passem de ano, saberão menos e guardarão uma má imagem da escola, com professores precocemente envelhecidos, tristes e doentes.


O Professor Nuno Crato, aparentemente, nada pode fazer para evitar isto, dado que as decisões vêm de cima. O que pode é contribuir, se quiser, para que a vida nas escolas não se torne um puro inferno. 

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