(c)José Ruy
Uma página da adaptação do conto "Porque não hei-de acreditar na Felicidade?" Esta Banda Desenhada foi feita para ser publicada exclusivamente em jornais regionais.
Alves Redol nasceu em 29 de dezembro de 1911, em Vila Franca de Xira, tendo exercido desde os 16 anos várias profissões modestas, inclusivé em Angola, onde permaneceu 3 anos, tentando melhores condições de vida. A vocação literária de Alves Redol manisfestou-se desde a juventude e as suas raízes vinham de longe. Destacou-se como romancista e dramaturgo e logo em "Gaibéus" se verifica a sua grande preocupação social, sentimento que se reforça em "Marés", seu segundo livro. O movimento neo-realista refletiu-se em Portugal a partir de finais da década de trinta e na literatura optou pela ficção em virtude do regime ditatorial vigente. Alves Redol aproxima-se das ideias interventivas de Zola, Steinbeck, Jorge Amado, Ferreira de Castro, entre outros, mas foi o primeiro da sua geração a assumir nas suas obras (Gaibéus, Avieiros, Fanga) a missão de escritor do povo, abrindo uma grande porta a grandes valores da nossa literatura contemporânea. Barranco de Cegos, romance de grande dramatismo e belíssima narrativa, considerado por alguns a sua obra-prima, faz parte de uma nova fase, uma vez que a intervenção política, que lhe havia custado perseguições políticas, prisão e tortura é secundarizada, dando lugar a uma atenção maior à evolução psicológica das personagens . Alves Redol foi, sem dúvida, um escritor importantíssimo do neo-realismo português. Alves Redol faleceu, em Lisboa, em 29 de novembro de 1969.
O centenário do seu nascimento está a ser comemorado e assim continuará durante todo o corrente ano, através de várias iniciativas promovidas pela autarquia de Vila franca de Xira, sua cidade natal, e o Museu do Neo-Realismo, situado naquela cidade, que programou um "Ciclo de Cinema Imagens e Palavras de Alves Redol", a ter lugar no seu auditório.
Tita Fan
(c)José Ruy
Pode saber mais sobre o escritor Alves Redol aqui e sobre o seu Centenário aqui.
Pela minha experiência pessoal, creio que a escrita de Alves Redol a par da de Ferreira de Castro, de Jorge Amado, Manuel da Fonseca, Zola, Steinbeck....(escritores naturalistas ou neorrealistas), influenciou grandemente o pensamento de quem teve oportunidade de a ler. Na verdade, a literatura naturalista e depois a neorrealista ocupou-se essencialmente da denúncia das grandes e graves injustiças que uma pequena parte da sociedade infligia a uma outra grande parte. Infelizmente, penso que essas mensagens continuam atuais, embora o estilo literário tenha dado lugar a outros.
ResponderEliminarTitaFã
Eu já tinha visto esta história, se não me engano no Jornal do Alentejo, mas ainda assim é uma belíssima homenagem com o excelente trabalho do mestre José Ruy. Bjs.
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