Óleo s/ tela: Vista de Delft, por Jan Vermeer
Escrevo o teu nome em cima
das folhas que lacrimejam
à tona da idade.
Eu próprio encosto as minhas mãos
transparentes à paisagem
que te ceifa os cabelos.
Vejo um cavalo ardente
na lança que rasga o vento.
A teus pés encontra-se uma flor
celeste que canta o azul das estrelas.
Levanto-me com o fogo da memória perdida.
Há uma montanha debaixo dos teus olhos
a que acaricio as pedras todas as manhãs.
Corre-me o sangue na tua cabeleira de prata.
A dor é um vinho novo que bebi
na tua taça de marfim…
Abre-se o céu que te adormece os ombros.
Palpita em mim um coração que se afasta de ti.
CLÁUDIO CORDEIRO, in UM TUDO NADA ÁGUA (a publicar)
(Daqui )
Para ti, querido Eef, no teu aniversário, em memória de uma amizade intemporal e que tem suplantado todas as adversidades.
Para ti, em memória de 37 anos de um afeto que o tempo e a distância não conseguirão nunca quebrar.
A maravilhosa Delft de Vermeer foi um dos nossos mais belos passeios, mas certamente não o último.
Milhares de parabéns, meu amigo, por seres um sobrevivente que não desiste de lutar.
Obrigada por nunca me teres perdido de vista, nos teus caminhos por este mundo.
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