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sábado, 28 de março de 2009

A Geração "Magalhães"


"[...] Em contexto de sala de aula, os alunos ouvem música, recusam-se a tirar os fones e, muitas vezes, dançam e meneiam-se ao som da "batida sonora". Comem frequentemente e já aconteceu haver bolachas a "voar" entre carteiras. Com frequência, voam também correctores, canetas, bolas de papel, pedaços de borracha, aviões de papel, tudo o que dê para divertir. O barulho é excessivo, e cruza-se com risotas continuadas, que só excepcionalmente permitem que o professor se faça ouvir. A irresponsabilidade é total e estas atitudes "atraem" também a minoria que tenta ouvir alguma coisa. A linguagem é obscena, desbocada e até escatológica. De vez em quando sai um assobio. Alguns alunos usam as calças nas pernas, ficando com as cuecas à mostra. Quando se referem aos professores fazem-no com uma linguagem algo imprópria e desrespeitadora. As conversas da aula (entre eles) são por vezes sobre assuntos desviantes e os interesses são totalmente divergentes dos da escola. Raras vezes há mais do que dois ou três alunos a ouvir o que o professor diz. A maioria passa as coisas do quadro para o caderno, de modo automático, sem interiorizar o que está a escrever, porque está a ouvir música em simultâneo. Frequentemente os professores das salas contíguas batem na parede tal é o barulho por eles provocado e também assistem com frequência aos seus desacatos. Mesmo autorizados a fazer os testes com consulta, os resultados foram fraquíssimos. Quando chamados à responsabilidade, a culpa é dos professores, não ajudam nada, eles é que são vítimas da injustiça. Quando são repreendidos "não fizeram nada"... "estão a ser perseguidos"... "o professor está ali só para os lixar" e portanto "vão ao Conselho [Executivo]".

Texto publicado em The Braganza Mothers e A Sinistra Ministra, 27 de Março de 2009

Comentário: Trata-se de um relato verídico do que se passa numa Escola de Lisboa.
A continuarmos assim, qualquer dia destes acabamos a enfrentar uma situação como as da Alemanha e da Finlândia ou dos EUA. Não estamos livres de os meninos passarem do palavreado aos actos. Com o apoio de algumas mães e avós...

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