quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Que vergonha!
"Sócrates queixou-se de Crespo ao director da SIC"
"Foi o primeiro-ministro a dirigir-se a Nuno Santos, director de programas da SIC, para lhe dizer que o jornalista Mário Crespo era "um problema" que tinha de ser resolvido. Santos almoçava com Bárbara Guimarães no Hotel Tivoli, em Lisboa, no dia da entrega no Parlamento do Orçamento do Estado.
Nuno Santos, director de programas da SIC, é o "executivo de televisão" referido por Mário Crespo na coluna de opinião recusada pelo "Jornal de Notícias" e a quem José Sócrates disse que o pivot do "Jornal das Nove" da SIC Notícias era "um louco" e "um problema" que teria de "ter solução".
Segundo fontes da estação contactadas pelo Expresso, a conversa decorreu no dia de apresentação ao Parlamento da proposta de Orçamento de Estado para 2010, durante a hora de almoço, no Hotel Tivoli, em Lisboa.
Iniciativa da conversa foi de Sócrates
Segundo as mesmas fontes, terá sido José Sócrates e os seus dois ministros dos Assuntos Parlamentares e da Presidência (Jorge Lacão e Silva Pereira) a dirigirem-se à mesa onde se encontrava Nuno Santos a almoçar com a apresentadora de televisão Bárbara Guimarães.
Em tom exaltado e facilmente audível pelos presentes no restaurante, o primeiro-ministro terá tido a iniciativa de falar de Mário Crespo e do conteúdo do seu noticiário, considerando mesmo que o jornalista deveria "ir para o manicómio". "Definiram-me como um problema que teria de ter solução", escreveu Mário Crespo na crónica censurada.
Nuno Santos confirmou palavras do primeiro-ministro
A informação sobre o teor desta conversa chegou ao conhecimento de Mário Crespo, não através dos seus colegas da SIC, mas através de um e-mail "de uma pessoa que estava presente no restaurante e me transmitiu o que ouviu", disse o jornalista ao Expresso.
Crespo confirmou, em seguida, as informações junto de Nuno Santos e de Bárbara Guimarães, antes de escrever a sua habitual crónica destinada ao "Jornal de Notícias". Aliás, no artigo - que seria recusado pelo director do JN por, alegadamente, a informação não ter sido confirmada - Mário Crespo sublinha que o relato "é fidedigno. Confirmei-o" e transcreve mesmo partes do e-mail recebido."
Do EXPRESSO, 2 de Fevereiro de 2010
O que será ainda necessário para percebermos de que massa é feito José Sócrates?
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Eu continuo a dizer que os tribunais seriam o sitio ideal para resolver estes problemas. Se não funcionam tratem de os por a funcionar. Mas diga-se que os tribunais funcionam mal porque convém a todos, incluindo aos jornalistas.
ResponderEliminarFazer as coisas desta maneira só levantou suspeitas e só serviu para se fazer circo, mais nada.
Mário Crespo, se tinha assim tão boas intenções pelo país e pela liberdade de imprensa devia ter partido para a justiça. Como não o fez só serviu para se vender jornais, distrair a opinião publica da verdadeira crise económica que o país atravessa e da crise financeira que aí virá.
Fazer as coisas assim é brincar com coisas sérias.
Não questiono a justeza dos teus argumentos, mas o que mais me choca é o que está, efectivamente, por trás disto.
ResponderEliminarFaz-me lembrar o salazarismo ou os outros "ismos", em que se fazia saneamentos. Ou aintes ainda, as purgas do estalinismo.
******!
Lelé
ResponderEliminarÉ revoltante. E ninguém faz nada para pôr fim à violação constante da liberdade de expressão?
Ramiro
ResponderEliminarEstamos, já de há algum tempo, a entrar num regime de restrição das liberdades, uma das mais atacadas, a liberdade de imprensa, mas não só; lembras-te da bufaria e do que se passou com o professor processado pela DREN por ter contado uma anedota?
Muito grave tudo isto!