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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Berlengas, património mundial da UNESCO


O arquipélago das Berlengas foi hoje classificado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera.
Estas ilhas vão assim juntar-se a locais intocados pelo homem como a reserva de Siank'Han no México, a costa do Belize ou a grande barreira de coral australiana.
É uma honra para Portugal. Agora só é preciso estarmos à altura desta atribuição, preservando a todo o custo o arquipélago, considerado um paraíso ambiental.

Ler aqui.

Mulheres sauditas presas por conduzir


As mulheres na Arábia Saudita não gozam de direitos básicos de cidadania. Não podem conduzir, não podem trabalhar, não podem viajar sem autorização dos maridos.
Diz quem já lá foi que elas são obrigadas a andar uma dúzia de passos atrás dos seus "donos" nos passeios das ruas...

Não estivessemos no século XXI mas sim a assistir a um filme de ficção passado na Idade da Pedra, talvez esperassemos ver a imagem de uma mulher a ser possuída à força na posição de gatas ou a ser arrastada pelos cabelos pelo parceiro. Mas, acontece que o mundo deu já uma infinidade de voltas ao Sol e as mulheres conquistaram a dignidade de lhes ser reconhecida a igualdade de direitos e oportunidades, como o voto, a escolha de uma carreira, a opção pelo número de filhos, etc.

Em Portugal a Assembleia da República tem neste momento uma mulher a presidir. Há várias deputadas e ministras. Há muitas professoras e médicas a exercer no nosso país. Até engenheiras agrónomas e químicas, contabilistas, geneticistas, farmacêuticas, empresárias.... e contudo, é o mesmo o mundo, só a uns milhares de quilómetros de distância da Arábia Saudita! Mas atenção, são quilómetros, não são séculos! 

A resistência das mulheres sauditas está aparentemente a organizar-se. Este blogue já aqui comentou esse facto. Por via dessa vontade de se libertarem de um jugo milenar insustentável e sem qualquer fundamento aceitável, elas estão a enfrentar a polícia e a decidir conduzir. Pode ser que a sua prisão abra os olhos do mundo.

Ler aqui.

Eu não dizia que isto devia cair?


Para termos uma ideia da palhaçada infernal que grassa pelas escolas deste país, é bom pôr os olhos neste texto de Paulo Guinote: ele dá bem a noção de que esta avaliação é em tudo contrária ao rigor e à seriedade que Nuno Crato há anos vem reclamando para a escola pública.

"Estão dispostos a colocar a assinatura nesta manta de retalhos sem nexo?

Falo de Pedro Passos Coelho e Nuno Crato em relação a um processo de avaliação do desempenho docente e do estado em que ela está a decorrer.
Neste momento os critérios variam de escola para escola, de departamento para departamento, de relator para relator. Não há regra aparentemente óbvia que não seja quebrada. Prazos, parâmetros de avaliação, critérios para evidências. Até conheço casos de recolha das ditas já depois do prazo encerrado para a sua entrega. Depois logo se substitui o relatório já entregue.
Há escolas/agrupamentos que obrigam quem apenas concorre a Bom a entregar mais do que em outras(os) é pedido para ter um Muito Bom ou Excelente.
Numa mesma escola há departamentos que interpretam de forma diferente o mesmo requisito e há relatores que aplicam os critérios de forma mais estreita ou mais ampla.
Há uma acumulação surreal de episódios caricatos.
Um colega viu o seu relatório recusado porque incluíra a obtenção do grau de mestre na dimensão de valorização profissional e a sua relatora achou que não. Recusou e nem sequer apresentou justificação.
Há colegas obrigados a entregar planificações aula a aula, embora não concorram a classificações de mérito e tenham cumprido as planificações dos respectivos grupos disciplinares.
Há relatores que não sabem, eles próprios, fazer um relatório em condições.
Há directores que estão a ter êxtases sucessivos a mudar pequenas regras de mês em mês, quando não a cada semana.
Acredito que há sítios onde tudo corre bem e sobre rodas, com equidade e bom-senso.
Mas neste momento não há a mínima ideia sobre a proporção de casos desses em relação aos do que estão em completo desvario.
Na maior parte dos casos por abuso de poder por parte das Direcções (a quem o novo Governo quer ainda atribuir mais poderes) ou por incompetência flagrante dos relatores (que não fizeram nenhuma prova de ingresso na função…).
O que se questiona é: chega reformar este modelo? Vai ser permitida a validação desta avaliação fingida, deste simulacro de qualquer coisa que não é?
Será que Nuno Crato se sente confortável com isto? Achará que é melhor do que nada? Que mal feito e em retalhos desconexos é melhor do que fazer tábua rasa desta vergonha que se prolonga?
Da boca de Passos Coelho, em ocasião pública, ouvi a garantia que isso não se passaria. De Nuno Crato li e ouvi sempre coisas com sentido acerca de uma avaliação rigorosa.
Do PSD e CDS conhecemos as declarações feitas ao longo dos anos, até à última sessão da anterior legislatura.
Esperam-se actos em conformidade.
Ou não?"

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cegueira

 
“The only thing worse than being blind is having sight but no vision.”
 

Os deuses abandonaram Atenas


Ler aqui.

Coerência, precisa-se!


O compromisso ético é afinal uma batata.
Frita em óleo requentado pelo PSD.
Por este andar vamos andar de bengala, aos 70 anos, ainda a lutar pela dignificação da profissão docente e a ouvirmos dizer que não queremos trabalhar nem ser avaliados seja por que regime for, o que constitui, obviamente, argumentos completamente falaciosos.
E já há quem preveja a um novo reacender do combate dos professores nas ruas.
A blogosfera docente demonstra o desencanto que reina entre os professores, ameaçando ensombrar este final de ano lectivo e liquidar a esperança em tantos criada. Disso se dá conta por exemplo:

Aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

A Filosofia: uma questão de atitude

Ah, a Filosofia!



Ah, como eu te compreendo, Chico Buarque de Holanda!

Contradição ou falsa promessa?

Primeiro foi assim (antes das eleições):



Agora vai ser assim (depois das eleições):

"Executivo vai reformar avaliação de professores sem suspender o modelo".

Macacos me mordam se condiz uma coisa com a outra!
Estou mesmo sem vontade nenhuma de embarcar em entusiasmos vitoriosos, estados de graça ou de esperança, afinal infundada.
Os professores são apetecíveis para serem "patinhos", usados quando dá jeito, quando os seus votinhos "úteis" são necessários. Depois de os mesmos estarem contadinhos, toda a classe pode ser "dispensada", continuar congelada na prateleira da função pública e ser avaliada com uma montanha de procedimentos inúteis.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Isabel II ou um déjà-vu?


Mais uma Isabel que vem do Plano Nacional de Leitura.
Isto tresanda a déjà-vu.
Não gosto nada destas reminiscências!
Mas pronto, pronto, não vou agoirar!
Vamos lá esperar para ver.

Também não gosto à partida do apelido Santos Silva.
Não sei porquê, também me cheira a déjà-vu.
Mas pronto, pronto, não vou agoirar!
Vamos lá esperar para ver.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

007 casa-se com Hypatia



James Bond e Hypatia de Alexandria!
Como?
Ok, Daniel Craig e Rachel Weisz.
Até não vai mal, um casamento entre um herói contemporâneo com uma filósofa da Antiguidade!
Isto pode ser explicado na medida em que este herói, ultimamente, anda a ficar demasiado parecido com os heróis trágicos gregos de que falava Nietzsche.

O herói 007, agente secreto dos serviços de sua Majestade britânica, outrora era duro, imbatível e conservava uma espécie de aura de invencibilidade, que o tornava praticamente invulnerável a desgostos de amor e era fisicamente indestrutível.


Nunca se via, na época dos primeiros 007, um Bond triste ou deprimido. E menos ainda ferido, preso, humilhado ou objecto de suspensões por parte dos seus superiores.



Quem não se lembra do 007 de Sean Connery, sempre penteado e sem um arranhão, mesmo depois de passar pelas maiores tropelias, saindo incólume e ainda a compor o smoking? Ou a sorrir matreiro, de cada vez que beijava furtivamente uma das suas Bond-girls, ao mesmo tempo que desarmava um qualquer artefacto montado para o liquidar?


A era de Daniel Craig vem numa sequência já delineada no tempo de Pierce Brosnan, quando o herói começa a humanizar-se, a sofrer, apanhar uma pancadaria monumental, aparecendo humilhado e desfigurado. Nunca no tempo de Connery isto havia acontecido e muitos fãs da série começaram a ficar decepcionados com esta nova faceta de um herói que vai deixando de o ser. A começar por sofrer desgostos de amor.


Nas últimas semanas tive oportunidade de ver Casino Royale e Quantum of Solace. (Um dia explico aos leitores da Pérola de Cultura porque tenho atraso de meses ou anos na visualização dos filmes...)
Achei que 007 já não era um herói com as características iniciais da série imaginada por Ian Fleming.

(James Bond imaginado pelo criador da série Ian Fleming)

Daniel Craig vai ficar bem casado com Rachel Weisz, já que James Bond se tornou num herói compatível com Hypatia de Alexandria. Um herói trágico, que aceita o sofrimento como uma inevitabilidade imposta pelos deuses e continua a sua via sacra de missões que o deixam esfrangalhado, mas mais humanizado do que nunca.

(Hypatia de Alexandria, imaginada por Rafael Sanzio no mural "Escola de Atenas")

Para este James Bond, nada como a mártir Hypatia, tão vulnerável como ele, sujeita aos maus-tratos que os deuses permitem nesta terra, mas com a consciência tranquila de quem cumpriu a sua missão.    

E eu que até gostava de Teresa Caeiro

Casou-se este sábado com ele !!!

Momento fatalista



domingo, 26 de junho de 2011

Hereafter



"Each of us wonders: what does expect us after life?"
"Can we reach those who have gone?"

Em francês "l'au-delà", em italiano "l'aldilà" e em português simplesmente "o além". Aquilo pelo qual todos nos questionamos pelo menos uma vez na vida: haverá vida depois da morte? O corpo morre e desintegra-se rapidamente; mas nada mais subsistirá?

Os antigos gregos, filósofos como Pitágoras ou Platão, e mestres das religiões mistéricas, afiançavam que sim, existe a alma, estrutura incorpórea que subsiste à corrupção da matéria, mantendo as propriedades intelectuais e morais, podendo até voltar ao mundo noutro corpo.

Crer ou não nisto, não depende da época, nem da região geográfica, nem tão pouco da condição intelectual ou social. Talvez dependa isso sim, da proximidade que já se teve com a morte, não só dos que nos são próximos, como, e particularmente, a proximidade com a nossa própria morte.

É o caso da personagem em torno da qual se tece a história do filme "Hereafter": a experiência de uma jornalista de televisão francesa que sobrevive ao tsunami de 2006 no sudoeste asiático e cuja vida, a partir de então, nunca mais será igual.

Está neste fime  marca de qualidade de vários senhores de enorme talento: a direcção e música do grande Clint Eastwood e a co-produção de Steven Spielberg.

Junte-se a isto a interpretação de belíssimos actores como Matt Damon e dos pequenos Frankie e George McLaren, e temos mais uma obra-prima do cinema, que, tal como vem sendo habitual nalgumas produções contemporâneas, leva-nos a passear por várias cidades apetecíveis, como Paris, Londres e S. Francisco.

(Vi este filme com muitos meses de atraso, mas ainda assim valeu a pena.)

Atenção aos perigos da praia!


Quando andarem a passear na praia tenham muita atenção, não toquem em nenhum bicho destes!!
Depois de dois meses de mau tempo a assolar a costa portuguesa, vejam o que está a chegar na rebentação a algumas das nossas praias, juntamente com minúsculas patas de caranguejo, algas e outros elementos, vejam o aspecto que têm.


Sabem o que é isso? É apenas uma modesta medusa azul extremamente tóxica. Se virem alguma não lhe toquem. Mesmo morta o seu tecido mole morde como uma serpente, e as marcas que deixa na pele são definitivas - tatuagens indesejáveis. A dôr é indescritível, e se fôr uma criança a manuseá-las pode morrer envenenada.

Estas criaturas vivem a milhares de quilómetros da nossa costa, portanto: o que é que estas fazem aqui? São medusas de água quente, da Austrália, Califórnia... Quando surgem nas praias estas são fechadas ao público e consideradas mais perigosas que tubarões a deambular na área.


O tempo está a melhorar e os passeios à beira-mar tornam-se apelativos à descontracção. No entanto se virem criaturas como estas limitem-se a olhar e sigam à vossa vida.  Fica a informação. Tenham cuidado.


(ESTA INFORMAÇÃO FOI PRESTADA PELO SERVIÇO DE PROTECÇÃO CIVIL)

(Enviado por Tita Fan)

Nova Yorque: 6º estado norte-americano a aprovar o casamento gay

"O Senado de Nova Iorque aprovou sexta-feira, depois de uma semana de tensas negociações, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nas ruas, houve uma explosão de alegria."

Leia a notícia completa aqui.

sábado, 25 de junho de 2011

Week-end tube - Camané



Nada melhor do que marchas dos bairros de Lisboa: Camané, em tempo de Santos Populares.

Week-end tube - Ambalaba



Dancemos, está aí o fim de semana! Enjoy it!

(Atenção, amigos professores de Francês, esta letra é em crioulo da Ilha de Reunião. Muito interessante!)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Feliz S. João

Seurasaari - johannus - 2005, Finland

Para as celebrações de S. João há um significado mais religioso, que remete para a tradição cristã de S. João Baptista e outra, mais pagã, relacionada com a comemoração solstício de verão. Em ambos os casos a celebração é a 24 de Junho.

As festas pagãs, mais antigas, chamadas festas juninas, segundo o calendário juliano, foram cristianizadas e passaram a celebrar-se na Idade Média como festas em honra de S. João. 

Giampietrino - Madonna
(Maria amamentado Jesus e João ao lado adorando)

"João Baptista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Baptizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão, e introduziu o baptismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adoptados pelo cristianismo."(1)

As festas do solstício de Verão:

Midsummer bon fire - Finland

"Essas celebrações são particularmente importantes no Norte da Europa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Noruega e Suécia, mas são encontrados também na Irlanda, partes do Reino Unido (especialmente na Cornualha), França, Itália, Malta, Portugal, Espanha (especialmente na Galiza), Ucrânia, e noutros países como como o Canadá, os EUA, Porto Rico, Brasil e Austrália."(2)

(1) e (2): citação da Wikipédia

AR no feminino (2)

Cecília Honório (BE)

Assunção Esteves (PSD)

Heloísa Apolónia (PEV)

 
 
Gabriela Canavilhas (PS)

Rita Rato (PCP)

Teresa Caeiro (CDS/PP)

É bom que os rostos femininos continuem a marcar presença numa Assembleia da República ainda com um claro domínio dos homens. E que a competência, a segurança e as atitudes correspondam ao palminho de cara. Que sejam interventivas, combativas e perseverantes. Que demonstrem à sociedade machista que há mais mundo para além das fraldas, das panelas e do estendal!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Available!


Conhecido como "o clone", " o Nespresso" ou mesmo o sósia de Sócrates (sacrilégio!), o galã George Clooney está oficialmente separado.
Se as coisas cá pelas terras de D. Nuno prior do Crato continuarem de mal a pior como até agora, pelintra por pelintra, é desta que envio o Curriculum-Vitae para me candidatar a empregada do George.
Tradutora, secretária, room-maid, para ir viver num palacete do Lago di Como, e olhar para "aquela paisagem", qualquer coisa serve!
                                                            
A notícia está aqui.

Mulheres com deficiência: a desigualdade

Foto: Pérola de Cultura

Eu comparo a situação das mulheres com deficiência ao fosso entre pobres e ricos: se por um lado há mulheres que são vítimas de múltiplas discriminações e com baixas habilitações, também é verdade que há cada vez mais mulheres com deficiência a conseguir vencer na vida e a tirar um curso superior, constituir família, etc. Como apresentar as mulheres com deficiência, que sempre foram vistas como duplamente discriminadas? Como falar das mulheres que têm sucesso, sem esquecer as restantes - que continuam a ser a maioria – que são altamente discriminadas. Até porque estas realidades se cruzam – não é por terem mais habilitações que as mulheres com deficiência deixam de ser discriminadas e ameaçadas.
O que é importante é dizer que sim, é possível, as mulheres com deficiência terem sucesso na vida – quer a nível pessoal, quer a nível profissional – porque isso é importante para as gerações vindouras (adolescentes e crianças). É importante que essas crianças e adolescentes tenham exemplos de sucesso, para também elas serem mulheres de sucesso.
No que diz respeito à Educação, a maioria das mulheres com deficiência têm baixas habilitações e só cerca de 1% das mesmas são escolarizadas. E para aquelas que têm mais habilitações e que conseguem por exemplo tirar um curso superior que as habilita para a docência, não há qualquer incentivo legal que discrimine positivamente e lhes permita terem acesso à profissão e trabalhar perto de casa, uma vez que na sua maioria são pessoas com problemas de mobilidade. A quota de emprego para cidadãos com deficiência é totalmente ineficaz, no que à Educação diz respeito, por isso há mulheres com deficiência a desistir do Ensino porque não conseguem colocação.
Já para não falar das mulheres e homens com deficiência professores que têm que calcorrear o país para poder trabalhar. Se já é difícil para quem não tem deficiência nenhuma, o que será para os professores com deficiência e com problemas de mobilidade?
Ainda na área da Educação: o Governo PS formou as unidades especializadas colocando as crianças com deficiência à parte das restantes. Que integração e que futuro haverá para essas crianças?
Mas há mais: O Governo definiu na Estratégia Nacional para a Deficiência 2011-2013 (ENDEF) na medida 59, 10 profissões que, segundo eles, se adequam ao perfil e incapacidades dos cidadãos com deficiência, a saber: Assistente Administrativo; Cozinheiro; Empregado de Andares (que eu nem sei o que é); Empregado de Mesa; Mecânico de automóveis ligeiros; Operador Agrícola; Horticultura/Fruticultura; Operador de Acabamentos de Madeira e Mobiliário; Operador de Jardinagem. Isto tudo integrado no programa Novas Oportunidades. Para o Governo os cidadãos com deficiência são uns atrasados mentais que só podem exercer estas profissões (com todo o respeito pelas mesmas, pois todo o trabalho é digno), enquanto outros entram para Medicina pela porta do cavalo das Novas Oportunidades sem nunca terem estudado Química e Biologia. Para o Governo não pode haver cidadãos com deficiência Licenciados, Mestres ou Doutorados. São uns desgraçadinhos que, vejam bem, não conseguem fazer uma carreira superior.
No meio disto tudo, como ficam as mulheres com deficiência que são violadas ou esterilizadas, em particular as mulheres com deficiência mental?
As mulheres com deficiência representam mais de metade dos cidadãos com deficiência, a nível mundial que são cerca de 10%. Em situações de conflito essas mulheres chegam a atingir os 20%. Como combater esta enorme desigualdade a que estas mulheres estão sujeitas?
Ficam as perguntas.

Clara Belo
Bibliotecária
Ex-professora de Biologia e Geologia

AR (finalmente!) no feminino


Gosto de ver uma mulher a ocupar um cargo de relevo, neste caso, a segunda figura no Estado português.

Independentemente do partido a que pertença, isto é, inequivocamente, um bom sinal de modernidade.

Já começo a acreditar que um dia Portugal poderá não ficar a anos-luz de distância da Islândia, da Finlândia, ou da Letónia (países avançados na governação no feminino), no que diz respeito ao relevo dado às mulheres na vida política.

Confiança na actividade política e nas qualidades profissionais das mulheres, assim como nas suas capacidades de liderança, é algo de surpreendente, num país que tem andado cinzento e deprimido ao longo de anos, num tempo em que tudo parecia caminhar para o retrocesso.

Ser presidente da Assembleia da República implica a votação de uma grande maioria dos deputados, o que significa que, independentemente da bancada a que pertença, o candidato tem de reunir a confiança da quase generalidade dos seus pares.

Será que estamos de facto a caminhar para a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres em Portugal no que respeita à vida pública e ao efectivo exercício da cidadania? É nestes momentos que me sinto muito feliz por não ter nascido na Arábia Saudita!

Contentamento igual a este só tive quando Maria de Lurdes Pintasilgo foi primeira-ministra de Portugal, embora por pouco tempo. Agora tenho curiosidade em saber se Assunção Esteves vai ser tratada por "senhora presidente" ou "senhora presidenta", como quer ser chamada Pilar del Rio na Fundação José Saramago... Como é com Dilma Roussef? Pois não sei ainda... Se fosse em França seria "madame le président", o que é ainda mais ridículo, mas os franceses têm uma tradição linguística para lá de barroca.

Só acho é que Passos Coelho podia ter omitido a "parte toda" de ontem. Poderia ter-nos poupado àquela triste figura.

(Ler aqui a notícia sobre Assunção Esteves)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Verão


Para a imagem, aqui vai a legenda:

"Nada mais que possibilidades.
Nada mais que desejos.
E, de repente, ser realização, ser verão, ter sol."

Rainer Maria Rilke 

 L.A. ;))

domingo, 19 de junho de 2011

Propostas de Nuno Crato para a Educação




- "Em Portugal não há exames. Tem de haver exames em todas as disciplinas."
- "É preciso extinguir o GAVE."
- "O ME deve traçar standards."
- "Avaliação externa dos professores com exames nacionais e com base nos resultados dos seus alunos."
- "Exame de entrada na profissão para futuros professores: os futuros professores dos nossos filhos têm de saber em que século nasceu Camões e quando é que "há" se escreve com "h" e sem "h"."
- "Os professores e as escolas é que devem ter a liberdade de organizar o horário escolar e dizer se as aulas devem ter 60 ou 90 minutos; não é o ME".

"O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer!"


"Contei noutro lugar como e porquê me chamo Saramago. Que esse Saramago não era um apelido do lado paterno, mas sim a alcunha por que a família era conhecida na aldeia. Que indo o meu pai a declarar no Registo Civil da Golegã o nascimento do seu segundo filho, sucedeu que o funcionário (chamava-se ele Silvino) estava bêbado (por despeito, disso o acusaria sempre meu pai), e que, sob os efeitos do álcool e sem que ninguém se tivesse apercebido da onomástica fraude, decidiu, por sua conta e risco, acrescentar Saramago ao lacónico José de Sousa que meu pai pretendia que eu fosse. E que, desta maneira, finalmente, graças a uma intervenção por todas as mostras divina, refiro-me, claro está, a Baco, deus do vinho e daqueles que se excedem a bebê-lo, não precisei de inventar um pseudónimo para, futuro havendo, assinar os meus livros. Sorte, grande sorte minha, foi não ter nascido em qualquer das famílias da Azinhaga que, naquele tempo e por muitos anos mais, tiveram de arrastar as obscenas alcunhas de Pichatada, Curroto e Caralhana. Entrei na vida marcado com este apelido de Saramago sem que a família o suspeitasse, e foi só aos sete anos, quando, para me matricular na instrução primária, foi necessário apresentar certidão de nascimento, que a verdade saiu nua do poço burocrático, com grande indignação de meu pai, a quem, desde que se tinha mudado para Lisboa, a alcunha desgostava. Mas o pior de tudo foi quando, chamando-se ele unicamente José de Sousa, como ver se podia nos seus papéis, a Lei, severa, desconfiada, quis saber por que bulas tinha ele então um filho cujo nome completo era José de Sousa Saramago. Assim intimado, e para que tudo ficasse no próprio, no são e no honesto, meu pai não teve outro remédio que proceder a uma nova inscrição do seu nome, passando a chamar-se, ele também, José de Sousa Saramago. Suponho que deverá ter sido este o único caso, na história da humanidade, em que foi o filho a dar o nome ao pai. Não nos serviu de muito, nem a nós nem a ela, porque meu pai, firme nas suas antipatias, sempre quis e conseguiu que o tratassem unicamente por Sousa."

in Pequenas Memórias, José Saramago



Enviado por L.A.

sábado, 18 de junho de 2011

Recordar Saramago

Foto:grafitti em Lisboa (c)F.Casaca
Aprendamos, Amor Aprendamos, amor, com estes montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.

Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

Espere-se coerência, mas não milagres

A APEDE, mais uma vez faz a lúcida chamada de atenção que se impõe. Num texto intitulado "É desta que o eduquês leva com a merecida barrela?" fala das expectativas que devemos ter (ou daquelas que não podemos ter) a respeito do mandato do novo ministro da Educação, Ciência e Ensino Superior, Nuno Crato.
Subscrevo as expectativas positivas, mas cautelosas. Ninguém, por melhores intenções que tenha, o que acredito seja o caso, pode fazer milagres, quando, à cabeça entra a governar espartilhado por férreas medidas de contenção económica, impostas pelo FMI. Duvidem pois, colegas professores, do descongelamento do tempo de serviço roubado, da progressão na carreira há anos travada (no meu caso há 9 anos no mesmo escalão) etc, etc, etc.

A ler aqui.

Dos absurdos sauditas contra as mulheres


"A proibição, única no mundo, não consta de nenhuma lei escrita, baseando-se antes em fatwas (éditos) emitidos por líderes religiosos wahhabitas, corrente rigidamente puritana muito influente junto do rei. Sem conduzir, as mulheres, já impedidas de viajar ou de trabalhar sem autorização masculina, dependem de motoristas ou familiares para as deslocações."

Daqui.

Saramago, um ano


As cinzas de José Saramago, falecido no dia 18 de Junho de 2010 em Lanzarote, repousarão num jardim no Campo das Cebolas, em frente à Casa dos Bicos, sede da Fundação com o nome do escritor, segundo autorização do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.

Será trazida uma oliveira centenária da Azinhaga, terra natal do escritor, que será plantada em frente à Fundação e junto da qual serão enterradas as cinzas. Sobre elas será colocada uma lápide com a frase "mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia" retirada do romance "Memorial do Convento".

A lápide de mármore virá de Pêro Pinheiro, na região Sintra, da qual saiu a pedra para a construção do Palácio Convento de Mafra a que se refere o romance.

Saramago tinha manifestado a vontade de que as suas cinzas repousassem num jardim de Lisboa, já que se trata de um espaço público e de renovação da Natureza.


Actualização do post: a cerimónia decorreu conforme o previsto às 11:30, hora do falecimento do escritor há um ano. As notícia estão aqui e aqui.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Os apóstolos Pedro e Paulo

Esta união só pode ser abençoada pelo céu. Veja-se a iconografia presente um pouco por todas as épocas da história da pintura. Os apóstolos Pedro e Paulo foram abundamente representados por cristãos e não-cristãos. Até no cinema.









E agora, a versão new-age: