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sábado, 31 de março de 2012

O apagão na Grande Muralha da China



Fotos daqui, onde pode ver mais fotos do apagão no Oriente
Aqui pode ver 60 imagens do apagão na Ásia e Europa.

A hora do planeta



"This Earth Hour 2012: 8.30pm, Saturday 31 March, celebrate your action for the planet with the people of world by switching off your lights for an hour, then go beyond the hour.

From its inception as a single-city initiative -- Sydney, Australia - in 2007, Earth Hour has grown into a global symbol of hope and movement for change."

É hoje o dia em que o planeta terá um apagão de uma hora, por vontade expressa de muitos, que se unirão num propósito comum: o de demonstrar que travar o aquecimento global, poupar energia e preservar os recursos naturais depende de nós. 
Mais de 5000 grandes cidades em todo o planeta apagarão as luzes dos seus monumentos e edifícios oficiais, assim que forem 20:30 e durante uma hora. Em Portugal há 80 localidades envolvidas a colaborar nesta ação de consciencialização da responsabilidade ecológica de todos nós. Mais de 50 monumentos nacionais serão apagados. Esta iniciativa começou em Sydney, na Austrália, há seis anos e conta já com a adesão de um grande número de países. Este ano, até a estação espacial internacional vai aderir e será simbolicamente apagada.
A Humanidade poderá ter melhor qualidade de vida, se amarmos a Terra e cuidarmos do ambiente. A Terra é a nossa casa: devemos estimá-la.
Hoje entre as 20:30 e as 21:30 horas apague todas as luzes da sua casa, desligue todos os aparelhos elétricos que puder e acenda velas. Crie um ambiente romântico e poupe energia durante uma hora. O planeta agradece.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Às 5as falamos de BD no CNBDI


A 29 de março sobre construções de armar no CNBDI

Que cena mais estranha


O que estarão a congeminar estas duas "mentes brilhantes"?
Quererá isto significar a reconciliação do Marxismo com a Igreja???
Pode ver aqui os pedidos que Bento XVI deixou aos governantes comunistas em Cuba.
Desiludido ficou o grupo das "Mulheres de Branco", familiares de presos políticos do regime cubano, que esperavam conseguir chegar à fala com Sua Santidade e pedir-lhe que intercedesse junto das autoridades em prol da liberdade...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Ana de Castro Osório, criadora de contos infantis



ANA DE CASTRO OSÓRIO, nascida a 18 de junho de 1872 em Mangualde, foi a introdutora da literatura infantil em Portugal.

Foi professora, escritora, sendo, contudo, à literatura para crianças que se dedicou com mais continuidade, quer como autora de contos, quer como adaptadora ou tradutora. Traduziu contos de Grimm, de Andersen e de outros autores.

Desde 1887 que se vinha dedicando à recolha de temas e contos da nossa tradição oral, de várias regiões. Empenhou-se, então, na sua recontação na forma escrita, de que resultou uma valiosa obra de literatura tradicional de transcrição oral.





















Em 1897 publicou o seu primeiro livro “Para Crianças “constando de uma série de contos, elaborados a partir de histórias que lhe haviam sido contadas por um pequeno pastor e uma velha rendeira e que por falta de editor foram publicados em fascículos até 1935.

Em 1898 publicou "Infelizes", volume de contos inteiramente de sua criação.

A partir de 1935 foram publicados livros infantis, como: "O Príncipe das Maças de Oiro"; "Novas Histórias Maravilhosas"; "Fábulas, Facécias e Exemplos da Tradição Portuguesa" em quatro volumes; "Histórias Maravilhosas da Tradição Portuguesa"; "Últimas Histórias Maravilhosas da Tradição Portuguesa, a peça de teatro infantil “A Comédia de Lili”,
entre outros.

Defendeu a inclusão nos livros escolares de rimas e contos, para que as crianças se sentissem mais alegres, sendo autora de manuais escolares para o ensino primário.

As suas histórias, deixou centenas, fascinaram gerações, tendo sido muitas delas ilustradas por Leal da Câmara e traduzidas para outras línguas: francês, espanhol e italiano.

É considerada a introdutora da literatura infantil em Portugal.

Fontes: Agenda da C.I.G. de 2009
“Do fruto à Raiz” de Fátima Medeiros
Dicionário Ilustrado da História de Portugal.
Ilustrações de Ofélia Marques

Tita Fan

Opinião Pública sobre a revisão curricular



A participação de Paulo Guinote no programa Opinião Pública de ontem na SIC Notícias, dispensa, como sempre, comentários, mas eu gostaria de salientar o telefonema de um telespetador, que me parece um curioso contributo:
"A Educação foi esquecida pelos políticos, com muita pena minha e de muita gente; a boa educação é o reflexo de uma boa formação cívica das pessoas, uma boa educação baixa a taxa de criminalidade, uma boa educação torna as pessoas mais cultas, mais humanas e penso que no futuro o desejo desenfreado de acesso ao ensino superior e aos cursos superiores, vai ter de acabar por ser revisto, porque nem toda a gente no futuro pode ser doutor, engenheiro ou médico e as profissões menos nobres (que eu acho que não o são) têm de ser valoradas. Tem de se dar mais valor ao pedreiro, ao mecânico, ao carpinteiro, incentivar as pessoas a usarem os dotes naturais com que nascem para as mais diversas profissões que existem e apostar muito na formação das pessoas em termos cívicos e humanos, e não tanto em fazer com que toda a gente atinja um nível superior, pois chega a uma altura em que a vida acaba por se esgotar."
 Ângelo Barbosa, técnico de máquinas, 45 anos, Lisboa

Para ver aqui. 49 minutos em que ninguém humilhou, como habitualmente, os professores, e até, no geral, as participações ao telefone foram bastante construtivas! Hurra!

terça-feira, 27 de março de 2012

Dia Mundial do Teatro


Hoje já quase um espetáculo de luxo, taxado a  23% de IVA, cada vez mais o teatro está a tornar-se num bem inacessível para a maior parte das pessoas. Porém, nem sempre assim foi. Na Antiguidade, na Idade Média e ainda mais tarde, muitas vezes as peças eram representadas em locais públicos, de acesso gratuito, ou quase. Grupos de atores e cantores itinerantes sobreviviam graças à generosidade dos assistentes, que, de acordo com as suas possibilidades, ofereciam contribuições em dinheiro ou géneros aos artistas.
"Na Grécia surge o teatro. Surge o “ditirambo”, um tipo de procissão informal que servia para homenagear o Deus Dioniso (Deus do Vinho). Mais tarde o “ditirambo” evoluiu, tinha um coro formado por coreutas e pelo corifeu, eles cantavam, dançavam, contavam histórias e mitos relacionados com Deus. A grande inovação deu-se quando se criou o diálogo entre coreutas e o corifeu. Cria-se assim a ação na história e surgem os primeiros textos teatrais. No início fazia-se teatro nas ruas, depois tornou-se necessário um lugar. E assim surgiram os primeiros teatros." (Wikipédia)
O teatro grego conheceu grandes obras, dentro dos dois géneros maiores da época Clássica, a tragédia (com nomes como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes) e a comédia (com Aristófanes). 


Gil Vicente é considerado o fundador do teatro em Portugal, no séc. VXI e Shakespeare em Inglaterra; este estupendo dramaturgo, especialista em tragédias, deixou contudo inéditas a maioria das suas peças até ao séc. XVII. Também por essa altura surge em França Molière, até hoje considerado um dos maiores mestres da comédia satírica.


O barroco traz novas roupagens às encenações teatrais e tudo fica mais sofisticado e declamativo, como por exemplo no teatro da Comédie Française em Paris.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ana de Castro Osório e o feminismo

Ana de Castro Osório nasceu em 18 de junho de 1872 em Mangualde.
O seu ambiente familiar era de tal forma rico culturalmente, que a envolvia dos ideais e valores sociais e humanistas que sempre viria a defender nas diversas iniciativas em que se empenhou.

A partir de 1895, com 23 anos, foi viver com a família para Setúbal, iniciando a sua atividade como jornalista e escritora.

Intelectual, ensaísta, conferencista, ativista republicana, iniciou a sua luta pela implementação dos seus ideais foi grande impulsionadora do associativismo feminista e da emancipação social e económica das mulheres, promoveu a criação do Grupo Português de Estudos Feministas, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, da Associação de Propaganda Feminista e da Comissão Feminina “Pela Pátria”. Fundou a revista “A Sociedade Futura”.

Empenhada no ideal republicano, não por considerar o regime ideal, mas por trazer uma nova esperança, escreveu com frequência sobre esse tema na imprensa diária. Em 1905 escreveu “As Mulheres Portuguesas”, que foi traduzido para francês e considerado o primeiro manifesto feminista português.

Na conhecida aguarela de Roque Gameiro “Pela República”, foi a única mulher representada, entre 161 republicanos.

Após a implantação da República, defendeu o voto restrito, por entender ser real o analfabetismo nas mulheres. Em 1909 e 1910 envolveu-se e empenhou-se, também, na aprovação da lei do divórcio, tema que abordou no seu livro “A Mulher no Casamento e no Divórcio”.

Viveu no Brasil com o marido, o poeta Paulino de Oliveira, que foi cônsul de Portugal em São Paulo, de 1911 a 1914 e lá exerceu as atividades de professora e escritora, tendo alguns dos seus livros sido adoptados em escolas brasileiras.

Após o encerramento da Associação de Propaganda Feminista em 1918, e desiludida com a República, afastou-se das suas lutas e dedicou-se mais à escrita, deixando uma vastíssima obra publicada.
É considerada uma das intelectuais mais marcantes do seu tempo.

Foram-lhe atribuídas as condecorações da Ordem de Santiago, que não aceitou, e a Ordem de Mérito Agrícola e Industrial.
Faleceu em 1935. Em 1963 foi publicado o último trabalho da escritora,
Contos, Fábulas e Exemplos da Tradição Popular Portuguesa".

Fontes: Agenda da C.I.G. de 2009
“Do fruto à Raiz” de Fátima Medeiros
Dicionário Ilustrado da História de Portugal

Tita Fan

(Outro post sobre Ana de Castro Osório aqui, noutro Blogue)

domingo, 25 de março de 2012

Antonio Tabucchi, o mais português de todos os italianos


Tabucchi apaixonou-se pela obra de Fernando Pessoa, quando, ao passar perto da Gare de Lyon em Paris, deparou com o poema "Tabacaria", assinado pelo heterónimo Álvaro de Campos. Sentiu-se de tal modo tocado pela obra, que disse para si mesmo: "caramba, se isto me emociona desta forma, tenho de aprender esta língua". E se bem o pensou, melhor o fez, acabando por tornar-se Professor de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Sienna. Foi o maior divulgador de Fernando Pessoa na Itália, assim como da Língua Portuguesa. Chegou a dizer de si mesmo que era "um português com sotaque" e voltava sempre para Lisboa, sua segunda casa.
Deixo-lhe aqui uma sentida homenagem, enquanto nome maior da Literatura Europeia e também em memória dos anos em que foi diretor do Istituto Italiano di Cultura in Portogallo, onde fui aluna. 

Antonio Tabucchi: "o tempo envelhece depressa"


Antonio Tabucchi analisa aqui o conceito de tempo segundo os pré-socráticos.
O livro com o mesmo título foi a sua última obra, a editar postumamente.
Também para ele o tempo "envelheceu" demasiado depressa...
Fica-me uma enorme saudade deste homem, que tão bem compreendeu a alma portuguesa.
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"Os jornais italianos Corriere della Sera e La Reppublica escrevem hoje, a propósito da morte de Antonio Tabucchi, que morreu o "mais original" autor das últimas décadas, o "mais europeu dos escritores italianos". 

Em abril a editora D.Quixote irá publicar "O tempo envelhece depressa", um conjunto de contos sobre a passagem do tempo, passado e presente. Temas que marcaram o seu pensamento."  (Notícia daqui)
Mais notícias sobre a obra de Tabucchi aqui

Morreu António Tabucchi

"O escritor italiano Antonio Tabucchi morreu hoje de manhã em Lisboa aos 68 anos, vítima de doença, e será sepultado na próxima quinta-feira na capital, disse à Lusa a sua mulher. (...) 
“Pequenos equívocos sem importância”, “Une baule pieno di gente”, “Os últimos três dias de Fernando Pessoa”, “A cabeça perdida de Damasceno Monteiro” e “Está a fazer-se cada vez mais tarde” são outros títulos do autor.
Além de “O fio do Horizonte”, outras obras de Tabucchi foram adaptadas ao cinema, como “Nocturno Indiano” (1989) “Afirma Pereira” (1995), cujo protagonista foi Marcello Mastroianni, “Requiem” (1998) e “Dama de Porto Pim” (2001).


Notícia daqui 

Provérbios com gatos

A desenhadora Catherine Labey lança o livro "Provérbios com gatos" na livraria LEYA NA BUCHOLZ, rua Duque de Palmela, nº 4, Lisboa, no dia 3 de abril às 18 horas. 
A Catherine ainda diz que "depois os gatos estarão também à solta no stand da LEYA ASA, na Feira do Livro de Lisboa, e estarei para autografar o livro nos sábados 28 de Abril e 5 de Junho, das 16h às 18h". Para saber mais sobre o trabalho da Catherine clique aqui.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Declamação de poemas de Florbela Espanca

Blogue de Luís Diferr, 1º aniversário



O Blogue "Luís Diferr" foi uma criação da Pérola de Cultura, faz hoje um ano. 
E, como todos os filhos, primeiro gatinhou, depois começou a andar sozinho e finalmente tornou-se um caminheiro dos seus próprios destinos e escolhas. 
Parabéns pela persistência, Luís, sobretudo num país onde os artistas são muitas vezes subestimados!
Ver o post 365 dias + 1

Os comentários deste Blogue a partir de hoje estão vedados a "Anónimos"

Porque há quem perca o seu tempo (apesar de não gostar, ou sobretudo por isso), a vir aqui fazer ataques pessoais à blogger, em vez de contribuir de algum modo para a discussão dos temas propostos.
São certamente especialistas em falácias ad hominem! 
Mas de construção assaz pobre, devo dizer...
Entretenham-se por outras bandas, s.f.f.. 
Há por aí muito site à altura de vocelências
Aqui não há lugar para gente medíocre que só sabe demolir o que os outros fazem, nada acrescentando de construtivo. 
Peço desculpa aos meus amigos que, sem perfil registado no Google têm alguma dificuldade em entrar na caixa de comentários e costumam fazê-lo como "Anónimos". Doravante não poderão fazê-lo. Sorry!


(Imagem cuja autoria não foi possível identificar)

Pintura naïf



Enviado por Carmela

quarta-feira, 21 de março de 2012

O desacordo ortográfico

Os leitores frequentes já se aperceberam que aqui no Blogue comecei a escrever segundo o Novo Acordo Ortográfico a partir de setembro. Isto prende-se com o facto de que, a nível profissional fui obrigada a fazê-lo e parece-me um tanto esquisito usar duas ortografias diferentes no mesmo idioma. 
Contudo, os colaboradores do Blogue têm a liberdade de não querer fazê-lo ou mesmo não concordar de todo com o A.O., coisa que acontece com pelo menos dois deles. Porque o Blogue é plural e respeita outras opções, divulgo aqui a opinião de um deles.
"Andaram os miúdos, durante 10 anos, a estudar segundo as regras de antes do acordo ortográfico e, em 2 anos, têm de reprogramar o seu cérebro para os exames do 12º ano, que já são corrigidos com o novo AO. Para agravar ainda mais, vem o secretário de Estado da Cultura a dizer que cada um pode escrever como quiser:
(http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/acordo-ortografico-andam-a-brincar-com-o-ensino)?
Por isso é que ainda continuo a escrever como se não existisse acordo. Por mais explicado que seja (http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=29368) e para exemplificar, não posso aceitar que cor-de-rosa tenha hífenes e cor-de-laranja os tenha perdido. É verdade que ainda não fui à procura, mas gostaria de saber quem foi o, ou os Senhores Doutores, Professores Catedráticos com Pós-Doutoramento, que fizeram esta idiotice. Sim, lá ideias não faltaram. Possivelmente são estes que dizem que, quem não tem o grau de Mestre, no mínimo, não pode opinar nem produzir opinião... mas depois fazem estas merdax, ops, digo, merdas. Não pretendo ser ofensivo mas isto é português correCto... Claro que existem, e penso que são a maioria, catedráticos que não têm este tipo de estar."
O Que Não Sabe  Pensar 

"Sui monti di pietra può nascere un fiore"

Fotos de Pérola de Cultura (na rua, ao pé da minha Fisioterapia)

Para a minha amiga Gabi, que me chama a atenção para as coisas bonitas deste mundo.

Dia Mundial da Poesia



Com o objectivo primeiro de defesa da diversidade linguística, a UNESCO decidiu, em 1999, proclamar o dia 21 de Março Dia Mundial da Poesia.
Vieram com Lutero os vendilhões do templo – e o Sol se cobriu;
Vieram com os Césares os fumos de mandar – e o Sol se cobriu;
Vieram com Trento os autos-de-fé – e o Sol se cobriu;
e nunca mais Portugal foi luz.

Porque, porém, dobrou o joelho – eis aí a pergunta;
Porque é tão fácil, entregou o guerreiro a sua espada – eis aí a pergunta;
Porque foi tão fácil, renunciou o monge à sua alma– eis aí a pergunta;
a pergunta que, sem resposta, fez da Nação um luto.

Inês o sabe e não perdoa – que por ela pecaram os portugueses;
Fernando o sabe e não perdoa – que por ele pecaram os portugueses;
África o sabe e não perdoa – que por ela pecaram os portugueses;
curva o remorso as frontes, abate a pena as mentes.

Só pagará a dívida o que em mim for frade – num só claustro, o mundo;
Só pagará a dívida o que em mim for braço – de meu irmão ajuda;
Só pagará a dívida o que em mim for nada – perante um Deus que é Tudo;
como se Portugal inteiro em mim coubesse. 

Agostinho da Silva, Uns Poemas de Agostinho, Editora Ulmeiro
Enviado por Carmela

Dia Internacional da Síndrome de Down



Trata-se do direito à inclusão social, à educação, à felicidade de todas as crianças nascidas com Síndrome de Down.
Esta malformação genética deve-se à presença de um cromossoma a mais no par 21; por isso a doença também é conhecida como "trissomia 21". 
Acarreta algumas dificuldades cognitivas e atraso global no desenvolvimento da criança, sendo facilmente identificável nas feições do rosto. Os olhos enviesados fizeram com que no passado se chamasse a estas crianças "mongolóides". 
Estima-se que nasça 1 em cada 800 a 1000 crianças com esta malformação; contudo, já é possível fazer uma deteção pré-natal da presença da trissomia 21 no exame do líquido amniótico, durante a gravidez. Esta doença afeta todas as etnias e classes sociais, mas tem maior incidência nas mães com idade superior a 35 anos.

terça-feira, 20 de março de 2012

Honduras: prisão para as mulheres que usarem a pílula do dia seguinte



Este caso absurdo pode estar prestes a acontecer. Caso a proposta de lei seja aprovada, as Honduras, um dos países mais pobres do mundo, com paralelo com o Haiti, torna-se num caso único, já que prevê a prisão até 6 anos das mulheres que usarem a pílula do dia seguinte, mesmo em caso de violação.
Temos de impedir este absurdo por todos os meios, a começar por assinar a petição on-line, aqui
É muito fácil, basta preencher com o endereço de e-mail.
A petição pede ao "Exmo. Sr. Presidente que não criminalize a contracepção" e exige a "rejeição dessa lei extremista e o respeito pelos direitos básicos das mulheres".
É urgente assinar esta petição, pois a lei pode ser aprovada a qualquer momento.

A Mulher na pintura III



Enviado por Carmela

Meio milhão de visitas

O primeiro contador de visitas que instalei aqui no Blogue (a partir de 25 de Abril de 2009), assinalava hoje à 01:00, 500.000 visitas. 
É surpreendente, dada a pouca atenção que por razões pessoais tenho dedicado a este espaço no último semestre. 
Mas, muito graças a preciosas colaborações, estas páginas têm-se mantido vivas.
O último mês registou cerca de 14.500 visitas, o que significa que, a determina altura, o Blogue parece ganhar asas e voar sozinho, independentemente da vontade do editor. 
Igualmente surpreendentes são os países de origem dos visitantes, nomeadamente os EUA e a Rússia.
Por mera curiosidade, fica aqui o mapa do último mês, dado pelas estatísticas do blogger. 
Obrigada a todos os leitores.

Portugal
7 371
Brasil
4 293
Estados Unidos
1 286
Alemanha
254
Rússia
202
França
108
Reino Unido
88
Itália
65
Holanda
60
Espanha
58

Início da Primavera

Foto: Pérola de Cultura, Alqueva, Maio/2011


É hoje às 05:14 da madrugada; no equinócio a duração do dia é igual à da noite. 
E a Natureza a florir!

domingo, 18 de março de 2012

Marca Salazar, um vinho azedo



Quem nasceu durante o salazarismo lembra-se certamente da censura, do atraso, da repressão, das perseguições e da polícia política instituída nesse tempo. O regime de medo, conformismo e miséria instaurado por Salazar fazia-se acompanhar de um obscurantismo cultural do qual a Igreja era cúmplice e parte interessada.


Esse regime fazia a vida negra aos intelectuais, artistas e outros trabalhadores, muitos dos quais se viram obrigados ao exílio. Se quisermos ir ainda mais longe, muitos opositores e ativistas contra o regime foram presos e torturados; outros conheceram deportações. Era miúda e lembro-me de se falar em família em tudo isso; e muito mais havia que nunca me contaram, a não ser muitos anos mais tarde. 


Santa Comba Dão é a terra do ditador, uma das pessoas mais sinistras da história contemporânea de Portugal. Que venha um autarca, que se calhar nem sequer era nascido e nada sabe do que Salazar representa verdadeiramente, acenar com os supostos "lucros" de uma marca de vinhos Salazar para promover a região, é no mínimo, de um grande mau gosto, quase uma fanfarronice. Mas para os que comeram o pão que o diabo amassou com Salazar, e para as suas famílias, ainda hoje com essas memórias vivas, é uma provocação e uma tremenda falta de bom senso.


Vai fazer-se um museu Salazar, mas ninguém sabe porque não se fez um museu da PIDE/DGS, nem onde foi parar toda a documentação que vasculhou durante décadas a vida privada dos cidadãos. 


Beber um vinho "Salazar" seria como comer salsichas "Hitler" ou queijo "Mussolini". 
Não, obrigada, tenho o estômago sensível!

sábado, 17 de março de 2012

The Lady Is A Tramp


 Leiam um texto genial de Luís Costa: I love you ADD
Para cada um fazer a sua tradução livre.

Ainda e sempre a depressão no Alentejo

Os alunos mais irritados e tristes moram no Alentejo
Sara R. Oliveira | 2012-03-16
"Os jovens estão a fumar e a beber menos, praticam mais atividade física e são mais precavidos nas relações sexuais. O gosto pela escola tem vindo a diminuir e a pressão com os trabalhos de casa a aumentar. Os dados são revelados num estudo da OMS."


Desde há muito que os estudos efetuados demonstravam ser o Alentejo a província de Portugal com taxas mais elevadas de suicídio. Pensava eu que isso era coisa do passado salazarista e cinzento em que cresci. De uma portugalidade fatalista e conformista, em que a tragédia era parte de uma cultura de pobreza, miséria e medo.
Nasci num tempo em que em quase todas as famílias do Alentejo havia alguma história de suicídio. A repressão e o isolamento tinham certamente a sua quota parte de responsabilidade nesses números. Mas também uma herança cultural, reproduzida ou cultivada, segundo a qual as questões de honra se resolviam com o suicídio. 
Por exemplo, a respeito das infidelidades das mulheres, um árabe mataria mulher, mas um alentejano, não. "Se sou cabrão, não tenho cara de enfrentar o povo todo olhando para mim". Assim, em vez de matar o "bandido" que lhe desgraçou a vida, como faria o nortenho, o alentejano apagaria a sua dor pendurando-se no sobreiro mais próximo. O mesmo era válido para situações de falência ou dívidas insolúveis.
Assim, essa espécie de fuga para a frente que é o suicídio, aparece não só como forma de salvação, mas também para repor a dignidade social, "limpando o nome". 


"Tristeza" + "irritação" = depressão. São 11,3%, a maior percentagem do país!
Num adulto é grave. Se não for tratado, pode tornar-se crónico. Em crianças ou adolescentes, a depressão ainda é pior do que nos adultos, pois os jovens têm menos poder de reflexão e podem facilmente cair na tentação do suicídio.
Ter uma população estudantil cronicamente deprimida é um caso de Saúde Pública, que ultrapassa os agentes em presença na Escola.

sexta-feira, 16 de março de 2012

George Clooney preso por boa causa



Ele não é apenas um belíssimo homem e um grande ator; é também um excelente ser humano. Tem-se envolvido em sérias causas pelos direitos humanos, como no caso do Darfour e do Sudão do Sul. 
Hoje exigia, com outros ativistas, junto à Embaixada sudanesa em Washington, o fim dos massacres sobre o povo, que sofre fome, violações e emboscadas com minas. 
George Clooney foi preso pela polícia, algemado com as mãos atrás das costas e metido num carro celular, assim como o seu pai, o jornalista Nick Clooney e Martin Luther King III. Por desacato às autoridades, dizem eles. Vai a julgamento e será condenado a pagar uma multa. Mas terá valido a pena, pois, pelo menos conseguiu fazer-se ouvir nas televisões do mundo.
De vez em quando na História, há um filho da puta que se lembra de fazer "limpezas étnicas" e é evidente que nesses casos pessoas como Clooney, que vão ao terreno, se tornam testemunhas bastante incómodas. Mas ele não desiste; ainda ontem jantou com Barack Obama e James Cameron, na Casa Branca, aproveitando para falar destes assuntos e do papel que, no seu entender, a China deveria assumir na luta pela paz mundial.



George Clooney está envolvido no Enough Project, com John Prendergast, co-fundador desta ONG, com o propósito de combater crimes contra a humanidade, onde quer que eles existam.
What else, George?


Carta aos professores (da filha de uma professora que se suicidou)

 Carta a professores, alunos, pais, governantes, cidadãos e quaisquer outros que possam sentir-se tocados e identificados.
"As reformas na educação estão na boca do mundo há mais anos do que os que conseguimos recordar, chegando ao ponto de nem sabermos como começaram nem de onde vieram. Confessando, sou apenas uma das que passou das aulas de uma hora para as aulas de noventa minutos e achei aquilo um disparate total. Tirava-nos intervalos, tirava-nos momentos de caçadinhas e de saltar à corda e obrigava-nos a estar mais tempo sentados a ouvir sobre reis, rios, palavras estrangeiras e números primos.
Depois veio o secundário e deixámos de ter “folgas” porque passou a haver professores que tinham que substituir os que faltavam e nós ficávamos tristes. Não era porque não queríamos aprender, era porque as “aulas de substituição” nos cansavam mais do que as outras. Os professores não nos conheciam, abusávamos deles e era como voltar ao zero.
Eu era pequenina. E nunca me passou pela cabeça pensar no lado dos professores.Até ao dia 1 de Março.
Foi o culminar de tudo. Durante semanas e semanas ouvi a minha mãe, uma das melhores professoras de Inglês que conheci, o meu pilar, a minha luz, a minha companhia, a encher a boca séria com a palavra depressão. A seguir vinham os tremores, as preocupações, as queixas de pais, as crianças a quem não conseguimos chamar crianças porque são tão indisciplinadas que parece que lhes falta a meninice. Acreditem ou não, há pais que não sabem o que estão a criar. Como dizia um amigo meu: “Antigamente, fazíamos asneiras na escola e quando chegávamos a casa levávamos uma chapada do pai ou da mãe. Hoje, os miúdos fazem asneiras e os pais vão à escola para dar a dita chapada nos professores”. Sim, nos professores. Aqueles que tomam conta de tantos filhos cujos pais não têm tempo nem paciência para os educar. Sim, os professores que fazem de nós adultos competentes, formados, civilizados. Ou faziam, porque agora não conseguem.
A minha mãe levou a maior chapada de todas e não resistiu. Desculpem o dramatismo mas a escola, o sistema educativo, a educação especial, a educação sexual, as provas de aferição e toda aquela enormidade de coisas que não consigo sequer enumerar, levaram deste mundo uma das melhores pessoas que por cá andou. E revolta-me não conseguir fazer-lhe justiça.
Professores e responsáveis pela educação, espero que leiam isto e acordem, revoltem-se, manifestem-se (ainda mais) mas, sobretudo e acima de qualquer outra coisa, conversem e ajudem-se uns aos outros. Levem a história da minha mãe para as bocas do mundo, para as conversas na sala dos professores e nos intervalos, a história de uma mulher maravilhosa que se suicidou não por causa de uma vida instável, não por causa de uma família desestruturada, não por dificuldades económicas, não por desgostos amorosos mas por causa de um trabalho que amava, ao qual se dedicou de alma e coração durante 36 anos.
De todos os problemas que a minha mãe teve no trabalho desde que me conheço (todos os temos, todos os conhecemos), nunca ouvi a palavra “incapaz” sair da boca dela. Nunca a vi tão indefesa, nunca a conheci como desistente, nunca pensei ouvir “ando a enganar-me a mim mesma e não sei ser professora”. Mas era verdade. Ela soube. Ela foi. Ela ensinou centenas de crianças, ela riu, ela fez o pino no meio da sala de aulas, ela escreveu em quadros a giz e depois em quadros electrónicos. Ela aprendeu as novas tecnologias. O que ela não aprendeu foi a suportar a carga imensa e descabida que lhe puseram sobre os ombros sem sentido rigorosamente nenhum. Eu, pelo menos, não o consigo ver.
E, assim, me manifesto contra toda esta gentinha que desvaloriza os professores mais velhos, que os destrói e os obriga a adaptarem-se a uma realidade que nunca conheceram. E tudo isto de um momento para o outro, sem qualquer tipo de preparação ou ajuda.
Esta, sim, é a minha maneira de me revoltar contra aquilo que a minha mãe não teve forças para combater. Quem me dera ter conseguido aliviá-la, tirar-lhe aquela carga estupidamente pesada e que ninguém, a não ser quem a vive, compreende. Eu vivi através dela e nunca cheguei a compreender. Professores, ajudem-se. Conversem. E, acima de tudo, não deixem que a educação seja um fardo em vez de ser a profissão que vocês escolheram com tanto amor.
Pensem no amor. E, com ele, honrem a vida maravilhosa que a minha mãe teve, até não poder mais."
Sara Fidalgo
Obrigada ao João Paulo do Blogue Aventar 
Vi também esta carta publicada nos Blogues Delito de Opinião, O Vento Que Passa, Escola do Presente e De Rerum Natura. Neste último, Rui Baptista faz-lhe a seguinte introdução, que aqui transcrevo:
"De um leitor e comentarista do De Rerum Natura, António Bettencourt, recebi, com a adjectivação de “dilacerante”, um post, publicado no blogue Delito de Opinião (15/03/2012), que denuncia em carta, subscrita por Sara Fidalgo, as razões que conduziram a um destino trágico de sua Mãe, vitimada pela prepotência de medidas emanadas da 5 de Outubro e exercidas sobre os professores tornando-os numa espécie de escravos da Grécia Antiga (pedagogos), por vezes, servindo até de pasto a feras do circo romano em que se transformou o ensino em Portugal."