Ana de Castro Osório nasceu em 18 de junho de 1872 em Mangualde.
O seu ambiente familiar era de tal forma rico culturalmente, que a envolvia dos ideais e valores sociais e humanistas que sempre viria a defender nas diversas iniciativas em que se empenhou.
A partir de 1895, com 23 anos, foi viver com a família para Setúbal, iniciando a sua atividade como jornalista e escritora.
Intelectual, ensaísta, conferencista, ativista republicana, iniciou a sua luta pela implementação dos seus ideais foi grande impulsionadora do associativismo feminista e da emancipação social e económica das mulheres, promoveu a criação do Grupo Português de Estudos Feministas, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, da Associação de Propaganda Feminista e da Comissão Feminina “Pela Pátria”. Fundou a revista “A Sociedade Futura”.
Empenhada no ideal republicano, não por considerar o regime ideal, mas por trazer uma nova esperança, escreveu com frequência sobre esse tema na imprensa diária. Em 1905 escreveu “As Mulheres Portuguesas”, que foi traduzido para francês e considerado o primeiro manifesto feminista português.
Na conhecida aguarela de Roque Gameiro “Pela República”, foi a única mulher representada, entre 161 republicanos.
Após a implantação da República, defendeu o voto restrito, por entender ser real o analfabetismo nas mulheres. Em 1909 e 1910 envolveu-se e empenhou-se, também, na aprovação da lei do divórcio, tema que abordou no seu livro “A Mulher no Casamento e no Divórcio”.
Viveu no Brasil com o marido, o poeta Paulino de Oliveira, que foi cônsul de Portugal em São Paulo, de 1911 a 1914 e lá exerceu as atividades de professora e escritora, tendo alguns dos seus livros sido adoptados em escolas brasileiras.
Após o encerramento da Associação de Propaganda Feminista em 1918, e desiludida com a República, afastou-se das suas lutas e dedicou-se mais à escrita, deixando uma vastíssima obra publicada.
É considerada uma das intelectuais mais marcantes do seu tempo.
Foram-lhe atribuídas as condecorações da Ordem de Santiago, que não aceitou, e a Ordem de Mérito Agrícola e Industrial.
Faleceu em 1935. Em 1963 foi publicado o último trabalho da escritora,
Contos, Fábulas e Exemplos da Tradição Popular Portuguesa".
Fontes: Agenda da C.I.G. de 2009
“Do fruto à Raiz” de Fátima Medeiros
Dicionário Ilustrado da História de Portugal
Tita Fan
(Outro post sobre Ana de Castro Osório aqui, noutro Blogue)
Ana de Castro Osório foi na verdade criticada por personalidades republicanas de ser mais ligada à causa feminista do que propriamente à República.
ResponderEliminarA escrita para ela foi muito importante e teve realmente muita ligação com outros escritores. Era uma intelectual.Segundo Fátima Ribeiro de Medeiros "talvez o mais carismático dos seus correspondentes tenha sido Camilo Pessanha, que lhe declarou o seu amor, que a jovem recusou com veemência. A amizade de ambos manteve-se até à morte do poeta"