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terça-feira, 10 de maio de 2011

Dois Passos atrás


- Reforçar o papel das Autarquias na representação dos Conselhos Gerais das Escolas;
- Prosseguir e consolidar o processo dos Agrupamentos verticais;
- Regulamentar a carreira dos Directores como percurso separado da Carreira Docente.

Eis algumas das medidas do programa do PSD para a Educação.
Tudo aquilo que eu não queria ter lido!

1. Dar mais poder aos autarcas significa retirá-lo aos professores, que um dia destes serão uma ínfima minoria nos Conselhos Gerais. Daí a nada está a contratação dos docentes a ser feita pelos autarcas e aí... é melhor arranjar rapidamente cartão do Partido (aquele que for o dominante na Autarquia, bem entendido!). Isto vai dar lugar a clientelismos e compadrios de toda a espécie, coisa que com os concursos não acontecia.

2. Os Agrupamentos, em muitos casos, aniquilam a qualidade das escolas, descaracterizando-as e tornando a sua gestão num pandemónio. Além disso, dá lugar à fragmentação de horários de professores que se vêem obrigados a trabalhar em mais do que um estabelecimento no mesmo ano, ou transitar entre estabelecimentos de acordo com as necessidades.

3. Transformar a carreira dos Directores em algo autónomo da carreira docente é o mais completo e perigoso absurdo que imaginar se possa. Só quem nunca trabalhou numa escola pode propôr semelhante coisa. Se os Directores forem simplesmente Gestores e não Professores, como o PSD propõe, as Escolas transformar-se-ão definitivamente em empresas, quais unidades fabris de série, em que os seus dirigentes perderão de vez a noção do que é ser professor, com todas as dimensões humanas e relacionais que o exercício docente implica.

Penso que estas propostas, se forem adiante, vão resultar em situações tão graves para o funcionamento das escolas e complicar tão seriamente a vida dos professores, que a velha questão do modelo de Avaliação de Desempenho, no meio disto tudo, é de somenos importância.

Cega e irresponsável miopia, a de quem não se preocupa minimamente com a qualidade da Escola pública e nada mais fará do que continuar a afundá-la, trabalho iniciado há seis anos pela equipa de Maria de Lurdes Rodrigues de má memória.

6 comentários:

  1. É mesmo! E nós que temos andado há anos a lutar por uma efectiva mudança, vamos ter mais do mesmo... :-(

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  2. Concordo.

    Aquele abraço.

    Paulo Prudêncio.

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  3. Não é uma decepção!Era previsivel.Estamos entregues à bicharada.

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  4. Não é, para mim, uma decepção.Algo que já se esperava!Entregues à bicharada estamos prestes a enlouquecer.

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