World Trade Center, New York, 11/09/2001
Naquele dia aparentemente calmo de setembro tinha trabalhado em casa de manhã, por ser feriado no meu município. Parei para almoçar e liguei o televisor na SIC.
Paulo Camacho dava a notícia de um acidente no World Trade Center. Por causas até ao momento desconhecidas, uma aeronave tinha embatido numa das torres e causado um incêndio de enormes proporções. Estavam a dirigir-se algumas viaturas de bombeiros para lá e as primeiras imagens tinham sido captadas por um transeunte.
Pouco depois assisti incrédula e literalmente boquiaberta ao embate do segundo avião na outra torre.
Lembro-me de balbuciar "Porra, isto não pode ser um acidente. Acidente coisíssima nenhuma!!!"
Sozinha no silêncio da minha casa, assisti, sem conseguir almoçar, ao desenrolar de toda aquela tragédia em direto. Nunca tinha até esse momento visto nada assim. E também nunca tinha tinha visto um pivot de televisão a ficar branco e gago no meio de um telejornal.
A tragédia era de proporções incalculáveis e até hoje contam-se os mortos e desaparecidos, em várias versões, mas com a tónica comum do horror, da intolerância e do ódio. Muitos dos sobreviventes são hoje pessoas irremediavelmente doentes física e psicologicamente.
Nunca mais o 11 de setembro me soube a feriado, nunca mais o gozei como uma folga, pois ele sabe-me a luto e a fel. Gostaria de apagá-lo do calendário, mas a História não volta para trás.
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