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terça-feira, 20 de novembro de 2012

A “Comunicação” até Gutenberg – (apontamentos)



Os homens sentiram sempre uma grande necessidade de comunicação, (as pinturas rupestres são disso os primeiros exemplos), e através dos tempos,  foram vários os suportes e meios utilizados, que têm sido uma importante fonte de informação para o estudo da história das civilizações.

A escrita pictográfica, base da escrita cuneiforme e dos hieróglifos é a origem de todas as formas de escrita e continua a ser utilizada. A escrita ideográfica surge como evolução da escrita pictográfica e os seus símbolos já representam objetos, ideias ou palavras completas associadas aos sons nas diversas línguas.
Verifica-se, assim, na evolução da escrita duas fases essenciais a ideográfica e a fonética.
Os sumérios que com os semitas formaram a Mesopotâmia no 4º. Milénio AC, considerados os inventores da escrita, mais de 20000 ideogramas, importante feito pela sua precisão e detalhe na fixação dos factos e pensamentos, começaram com um sistema pictográfico. Os símbolos sumérios eram desenhados na argila com um caniço afiado chamado estilete. Com o passar dos tempos em vez de traçar riscos passaram a imprimir com uma lâmina talhada em bisel, dando na argila a aparência de pregos ou cunhas, de onde derivou o nome cuneiforme.
Têm sido descobertas milhares de tabuinhas de argila de todos os tamanhos e épocas, não só com registos de negócios mas até cartas pessoais.
A escrita cuneiforme só foi possível ser decifrada através da “Inscrição de Behistun” (Monte Behistun-Irão), descoberta em 1598, texto escrito em três línguas e alfabetos diferentes. Foi uma investigação longa em que se destacaram o alemão Georg Grotefend que, em 1802, descobriu a chave para a decifração da escrita cuneiforme e o inglês Henry Rawlinson que desenvolveu um trabalho difícil e intenso, até que o sistema de escrita fosse totalmente descrito em 1847. A sua importância é comparável à “Pedra de Rosetta”, chave principal da decifração dos hieróglifos, descoberta em 1799, um decreto grafado em hieróglifos e em grego. Foi estudando e comparando esses escritos com outra inscrição bilingue de um obelisco, que Jean-François Champollion conseguiu em 1822 o grande mérito da completa decifração da escrita egípcia.

Uma nova escrita surgiu com o alfabeto fenício composto de 22 letras/sinais, só consoantes, que os gregos aperfeiçoaram e a partir do qual se formou de entre outros o alfabeto latino, que os romanos disseminaram. Na Idade Média iniciou-se uma atividade de reprodução manual de vários textos, sendo exercida principalmente nos mosteiros por grupos de monges. Livros começaram, então, a ser artesanalmente fabricados. Contudo, aumentada a procura, começou a ser utilizada a xilogravura que permitia produzir mais exemplares, mas nem mesmo as técnicas artesanais de gravura conseguiam atender ao aumento da procura de livros.
 A grande revolução aconteceu quando o gráfico alemão Gutenberg, por volta de 1439, introduziu a forma moderna de impressão, passando a utilizar "Tipos Móveis", em liga de metal, na sua prensa, possibilitando a produção e divulgação alargada do livro e, também, uma grande economia de custos para as gráficas e para os leitores. A sua maior obra foi a "Bíblia de Gutenberg", de grande qualidade técnica e estética.
Em 1899, o A&E Network classificou Gutenberg como o nº 1 na sua relação das "Pessoas do Milénio". Em 1997, a revista Time-Life escolheu a invenção de Gutenberg como a mais importante do segundo milénio. O verbete Johann Gutenberg da Catholic Encyclopedia descreve a sua invenção como tendo um impacto cultural praticamente sem paralelo na Era Cristã.

Outras fontes:
Documentário da RTP2-Notícias da Mesopotâmia, por Jean Bottero-1995
tipógrafos.net-História  da tipografia;
amaury.pro.br/textos/Escrita-História;
Wikipédia
Alfabetos-www.multimedia.pt/musevirtpress/

Tita Fan


(c) José Ruy, Gutenberg

Nos próximos dias publicaremos uma série de pranchas dedicadas a Gutenberg desenhadas por José Ruy em 1945.

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