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sábado, 2 de março de 2013

Hoje há marés de Grândolas para todas as cores



Para quem pergunta repetidamente para que servem manifestações, só tenho uma hipótese de resposta:
- em termos práticos, pode não servir para nada se os nossos governantes continuarem com a surdez obsessiva que vêm demonstrando. 

Já no tempo da Dona Maria de Lurdes de má memória era isso mesmo que se passava: autismo, pseudo-indiferença e obstinação pelo poder.
A senhora chegou a dizer a frase temerária que era irrelevante ter 120000 professores em protesto na rua. Era o mesmo que 20000! Coitada, odiada se tornou e caiu, como todos caem. E estes também cairão. É uma questão de tempo.  Só que está na mão de todos aqueles que, como eu se sentem espoliados e compelidos de forma ilegítima a pagar dívidas que não contraíram, protestar e mostrar a sua indignação perante a insensibilidade, para não dizer desumanidade, dos que nos desgovernam. 

Participarei na maré da Educação. Contra tudo o que seria lógico, a Educação é um dos sectores mais sacrificados da sociedade. Desinvestir na Educação é hipotecar o futuro das novas gerações, condenando-as ao abandono escolar e ao insucesso; é condenar os docentes mais qualificados a uma profunda decepção e a sacrifícios incomportáveis para a sua idade e indignos do seu percurso; por fim, é lançar para o desemprego muitos dos que apostaram numa carreira condigna, por gosto e legítima escolha.

Contudo, a manifestação que hoje terá lugar reunirá muitas outras marés, muitos outros sectores da população, desde jovens estudantes até pessoas aposentadas, passando por desempregados, mal empregados, precários e suas famílias.

Não é altura para ficar no sofá. Amanhã pode ser tarde e poderás ver-te com uma carta de demissão na mão, quando menos esperavas, ou constatares que não tens como pagar as contas ou as propinas dos teus filhos. 

Andar faz bem e ainda podes ver alguns amigos que não contavas encontrar.
Vamos evocar aqui o ano de 68, pois faz todo o sentido recuperar alguns dos seus princípios. 

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