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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dedicatória a Matilde



De que noite demorada
Ou que breve manhã
Vieste tu feiticeira
De nuvens deslumbrada

De que sonho feito mar
Ou de que mar não sonhado
Vieste tu feiticeira
Aninhar-te ao meu lado

De que fogo renascido
Ou de que lume apagado
Vieste tu feiticeira
segredar-me ao ouvido

De que fontes de que águas
de que chão de que horizontes
De que neves de que fráguas
De que sedes de que montes

De que Norte de que vida
De que desertos de morte
Vieste tu feitceira
Inundar-me de vida


Para Matilde, (que até o seu nome me emprestou) pelas letras e sonhos com que povoou a minha meninice.

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