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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Festival de Cinema de Cannes


Manoel de Oliveira e Kiarostami entre os concorrentes presentes no Festival.
Para ler aqui.

Concurso de professores contratados: Fenprof joga a última cartada com abaixo-assinado



Recebi esta mensagem com carácter de urgência:

"A FENPROF tem na sua página da internet um Abaixo-Assinado, que é imperioso que todos assinemos e façamos assinar, que exige que não seja considerada na graduação profissional para concurso a avaliação de desempenho. É importante e urgente que consigamos recolher o maior número de assinaturas e é por isso que, nesse sentido, solicito que subscrevam na página da FENPROF este Abaixo-Assinado e que o divulguem junto dos Vossos contactos de professores/educadores."

Assine o abaixo-assinado aqui.

Caso o Ministério não altere a aplicação no que respeita à classificação da Avaliação de Desempenho, a FENPROF pondera avançar com uma providência cautelar e impugnar o Concurso. A ler aqui.

Acompanhe os últimos desenvolvimentos aqui.


(Post actualizado dia 16 de Abril às 19:11)

Islândia - temor e tremor


Só costumava deitar umas fumarolas de vez em quando. Era como um gigante adormecido na placidez do véu branco onda jazia deitado. Acordou, rugiu e fez evacuar as populações do Sul. Como se de repente recuassem duzentos anos e tivessem de pegar à pressa nos filhos e migrar para outras paragens. Em vez de borregos levam sacos cama e em vez de candeias de óleo de rena, telemóveis de última geração, iniciando uma outra espécie de transumância, que não se sabe aonde e quando irá terminar.

Deixei aqui um post sobre a proibição do striptease na Islândia, a cuja discussão prometi voltar. Mas perante esta ocorrência tão séria, preocupa-me mais o risco eminente de uma erupção brutal de um outro vulcão vizinho, o Hekla, muito maior e mais devastador. Algumas populações islandesas estão a viver próximo desta espécie de bomba relógio, que pode estoirar a qualquer momento.

Uma consequência imediata desta erupção é o derretimento do glaciar que está associado a este vulcão, que já provocou o alagamento com água e lama de muitos hectares de terra cultivada.

A enorme quantidade de cinzas que está a ser lançada para a atmosfera já fez hoje encerrar um grande número de aeroportos do Norte da Europa e cancelar milhares de voos. Dizem os especialistas que a nuvem vulcânica está a alastrar e pode prolongar-se durante semanas.

Podem ver as imagens do vulcão em erupção: chama-se Eyjafjallajokull e assemelha-se àquilo que imaginamos ser o Inferno.
O que é, ao pé disto, o mini tornado de ontem sobre o Tejo?


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dedicatória



A Luís Diferr, que acaba de publicar o seu nono álbum. Parabéns!

A culpa é das cabras


Para explicar um pouco das origens do hábito de tomar café, deixo-vos aqui uma curiosidade com que deparei na imprensa angolana, tendo procedido a algumas alterações no português:

"O uso da bebida teve origem em Kaffa, na Abissínia, hoje Etiópia, quando um pastor chamado Kaldi observou que as suas cabras ficavam mais espertas e saltitantes ao comer as folhas e os frutos do cafeeiro.

Ele experimentou os frutos e sentiu-se mais alegre e com maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o facto, começou a utilizar a infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.

O homem levou o grão para o mosteiro mais próximo e os monges consideraram a planta “coisa do demónio”, então Kaldi decidiu dar fogo ao arbusto.
O aroma exalado pelos frutos torrados nas chamas atraiu todos os monges para descobrir o que estava a causar aquele maravilhoso perfume, e os grãos de café foram retirados das cinzas.

Acto contínuo, os monges mudaram de ideia e sugeriram que os grãos fossem esmagados na água para ver que tipo de bebida daria, e logo descobriram que a bebida os mantinha acordados durante as rezas e períodos de meditação.

A notícia do grão "milagroso" foi passando de mosteiro em mosteiro e assim o café ficou conhecido no mundo.

O café foi torrado pela primeira vez na Pérsia. Hoje o Brasil é o maior produtor mundial do café, seguido do Vietname e da Colômbia."


In Angola.Press

Dia internacional do café


Não sendo uma grande consumidora de café, ouço, curiosa, no meu dia-a-dia palavras como escorrido, cheio, curto, pingado, ou outras. Noutros contextos, deparamos com expressões como macchiato, caffelatte, capuccino, irish, frappé, etc.

Muitas são as designações que diariamente usamos para pedir esta bebida deliciosa, quando não nos damos mesmo ao ritual da sua preparação em casa. Em todas as situações se trata de um acto de prazer e nalguns casos, de dependência.

Tal como o açúcar, o chocolate, a Coca-Cola ou as bebidas alcoólicas, o café, por saber bem e produzir bem-estar, pode tornar-se viciante. Em doses moderadas diz-se hoje poder prevenir algumas doenças, conforme se pode escutar abaixo.

Seja ou não verdade, o consumo do café no mundo tornou-se já uma instituição, tendo-se mesmo passado a chamar, pelo menos em Portugal, "Cafés" aos estabelecimentos que o servem...

A cafeína, além de poder ser utilizada para combater o sono, tem alguns usos terapêuticos, constando da composição de certos medicamentos, como eu própria já constatei.

Conforme estudos realizados por investigadores da Universidade de Coimbra, certas propriedades do café podem ajudar a prevenir patologias degenerativas do sistema nervoso, como Alzheimer, Parkinson ou mesmo a depressão.

Além disso, o sabor intenso do café, associado a um certo poder revigorante e até euforizante, tornaram esta bebida indispensável na vida de muitos cidadãos, até como pretexto de pausa no trabalho, com uma forte componente de socialização.

Quantas vezes o aparentemente simples convite para "tomar um cafezinho" não encerra na verdade um pedido de namoro, pairando naquela troca de olhares carregados de desejo, cruzados por "mero acaso", enquanto a colherzinha rodopia, automática, na chávena...!

A importância do consumo do café em Portugal acaba de dar origem à fundação uma Confraria do Café. Assim, já não podemos dizer que neste país só é importante apreciar bons vinhos. De agora em diante passará a ser actividade elegante gostar e entender de cafés. Com direito a Duques e tudo!

Ora ouçam na TSF a reportagem da apresentação da Confraria do Café.


Várias personalidades marcam presença na apresentação da Confraria do Café

"A Confraria do Café, que reúne os empresários do sector, foi apresentada esta terça-feira, Dia Mundial do Café, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, entre várias personalidades amantes desta bebida, como D. Duarte Pio e Manuel Vilarinho.

Entre os convidados ouvidos pela TSF, D. Duarte Pio confessou que apesar de gostar de café bebe apenas dois por semana.

O médico Vaz Carneiro, professor de Medicina em Lisboa, bebe seis por dia e lembra que em algumas doenças, o café não só não é um factor de risco, como parece actuar como protector."


Clara Osório, TSF

terça-feira, 13 de abril de 2010

O lançamento da semana

La sortie de la semaine


Le très attendu voyage de Loïs sur le Portugal, dessiné par Luis Diferr sort cette semaine. (...)

Posté par Stéphane Jacquet, le 12 avril 2010 à 20:57 - "Les voyages de Loïs"

Retirado de ALIX MAG

Espera-se que seja amanhã, dia 14 de Abril, o lançamento oficial desta obra de Luís Diferr e Jacques Martin (recentemente falecido) em França e na Bélgica pelas Éditions Casterman. Está previsto também o lançamento da versão portuguesa pelas Edições ASA em Portugal no final deste mês.

A versão francesa também pode ser comprada on-line aqui.


Imagens: Capa e página 14 de "LE PORTUGAL" - copyright de Luís Differ/Jacques Martin/Éditions Casterman-2010

Actualização do post a 14 de Abril, às 14:35:
Confirmou-se a saída do livro hoje, dia 14 de Abril, conforme consta do site da Casterman.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nigella bites




O programa de culinária "Nigella bites", apresentado por Nigella Lawson, deve estar a modificar alguns hábitos dos homens portugueses. Não das mulheres, que continuam a cozinhar como as suas mães e avós lhes ensinaram.

Mas há fenómenos sobre os quais não consigo deixar de reflectir. Vejamos: entrar numa tasca da vizinhança, quando, para lá de cansada e incapaz de dar ordens a uma cozinha pouco provida, busco alguma comida com sabor caseiro para rapidamente voltar a trabalhar ou ceder ao descanso que o corpo pede, não é surpreendente.

Habitualmente encontro as tradicionais goleadas que arrancam um urro primal da dezena de machos bem bebidos que habitualmente fazem da tasca a sua sala de estar a partir da noitinha. Ou então, as conversas em tom elevado sobre as decisões do Jorge Jesus e quejandos, temperadas pelo frequente vernáculo. Até aqui, também não é surpreendente.

O que é surpreendente é que a tasca pareça uma catedral em silêncio quase reverencial, com os habituais machos, todos de pescoço torcido para o televisor e, pasme-se, com a atenção concentrada nos pormenores das receitas da Nigella Lawson.

Pouco a pouco apercebem-se da minha presença, única mulher na tasca e começam a opinar sobre o aproveitamento dos restos, a frescura das ervas, a pureza dos ingredientes e aquele toque especial que a cozinheira confere aos pratos.

Estavam embevecidos estes senhores; os mesmos que tantas e tantas vezes parecem ter modos mais selvagens do que urbanos e nem dar pela minha presença, hoje, pouco a pouco, entre uma olhadela ao écran e uma garfada, iam-me dizendo qualquer coisa, acompanhada de um respeitoso:

- "A senhora está a ver?"
- "Estou, estou, estou..."

- "Isto é outra coisa!"
- "Pois, sim, claro!"

- "Isto quem sabe, sabe!"
- "Ah, sim..."

- "É que ela dá aqui uma voltinha às coisas, que..."
- "..."

Eu a sorrir delicadamente, dava cúmplice assentimento àquela devoção reverencial, enquanto o dono da casa me adverte:

- "Ó vizinha, olhe que eu já vi estes pugramas todos, já sei o que ela vai fazer no final e já experimentei isto com a minha mulher!"

- "Ah... sim???"
Eu a imaginar a partir de amanhã poder vir comer aqui guacamole com gambas grelhadas Thai Style, mas dos lados soa-me:

- "Ssshhhhht! É pá, vê-me isto!"

E eu a rir por dentro de mim. A esquecer os relatórios dos apoios, as actas e as convocatórias, os balanços, os planos e a revisão do jornal escolar.

- "Estás a ver, pá, o pudim está prontinho para ir para o forno!"

Aqui não pude mais e mostrei um sorriso franco e gostoso por tamanha ingenuidade - o pudim era de gelatina e de imediato a Nigella o conduziu, evidentemente, ao frigorífico!

Eu a rir por dentro, mas também já por fora. A banir o calendário infernal que vou ter de enfrentar amanhã. A rir por ver uma dezena de cavalheiros, dos 30 aos 70 anos, em grupinhos de dois ou três, a opinar sobre temperos, cores e formas num fogão de uma inglesa com aspecto de latina.

- "... a senhora está a ver, pe'cebe?"
- "Estou, estou. Estou a ver!"

E eu a pensar que a Sra. D. Maria de Lourdes Modesto e a Sra. D. Filipa Vacondeus, rainhas da culinária na TV durante gerações, nunca tiveram este "capital erótico" da Nigella Lawson, jornalista free-lancer, emancipada e ainda por cima inglesa...

- "É que é mesmo, ela dá uma volta especial às coisas que...
- "Pois é, é!"

Eu a rir por dentro de mim toda. A pensar com os meus botões a que coisas estava a Nigella a dar uma voltinha, que voltinha queriam aqueles senhores que ela lhes desse, ou que parte do seu ser estava às voltinhas enquanto a viam lambuzar os dedos com os lábios carnudos pintados de carmim, ou enquanto o cameraman foca a curva das suas ancas ou a redondeza opulenta dos seus seios...

- "Se por aqui agora se vê a SIC Mulher, eu passo a vir cá jantar todas as noites!"
- "Venha, vizinha, venha!"

Caravaggio - exposição em Roma


A Scuderie del Quirinale mostra até 13 de Junho uma exposição em homenagem aos 400 anos da morte de Michelangelo Merisi, mais conhecido como Caravaggio (1571-1610).
Estão representadas variadíssimas obras deste mestre do claro-escuro, sobretudo as figuras mitológicas ou religiosas, como S. João Baptista, Bacco (na imagem), David e Golias, etc.

domingo, 11 de abril de 2010

Mulheres autoras de Banda Desenhada 1

ANA MIRALLES - A BD NO FEMININO


Não são muitas as mulheres a trabalhar neste universo tradicionalmente masculino, mas há algumas e muito boas. Tenciono divulgar o seu trabalho neste Blogue.

Começo pela espanhola Ana Miralles, galardoada no Salão de Banda Desenhada de Barcelona em 2009 com o prémio de melhor desenhadora do ano.
No seu trabalho de Banda Desenhada ou Ilustração predominam histórias de mulheres. As suas personagens mais conhecidas são Eva Medusa e Djinn.

O seu trabalho como desenhadora tem sido desenvolvido em parcerias com argumentistas como Emilio Ruiz ou Jean Dufaux, em publicações da Glénat e Dargaud, editoras francesas e Norma, espanhola.

Deixo-vos aqui algumas das fantásticas capas dos seus álbuns e em breve publicarei algumas ilustrações e também aguarelas desta sagitariana nascida em Madrid.











O rosto da mulher na Arte ao longo dos tempos



Para todas as mulheres e todos os homens que apreciam a beleza!

E como diria Sophia...

"Sua beleza é total
Tem a nítida esquadria de um Mantegna
Porém como um Picasso de repente
Desloca o visual (...)"


Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"

Enviado por L.A.

sábado, 10 de abril de 2010

Primavera em Sintra






Fotos de Pérola de Cultura

Efeito Boyle vindo de Taiwan

Desta vez é um rapaz de Taiwan com 17 anos que canta que é um portento e produziu no júri do programa "Super Star Avenue", um efeito idêntico ao de Susan Boyle.
Ouçam sem olhar e dirão que estão a ouvir Whitney Houston.
Lin Yu Chun, um nome a fixar.


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Primavera de Vivaldi



A propósito do aniversário da Casa da Música, a contribuição da nossa colaboradora L.A.

Casa da Música faz hoje 5 anos


Um edifício com uma arquitectura fora do comum (de autoria do holandês Remment Lucas Koolhaas), com condições acústicas excepcionais e uma programação diversificada, a Casa da Música faz hoje 5 anos.
A visitar, pelas bandas da Rotunda da Boavista, no Porto.

Tribunal Constitucional não encontra obstáculos legais ao casamento homossexual


Deixo aqui a propósito deste assunto polémico o parecer lúcido de Daniel Oliveira no Blogue Arrastão ou no Expresso-on-line.

(Imagem cujo autor não foi possível identificar)

Inês de Medeiros


"Excelentíssima Senhora Deputada Dona Inês de Medeiros,

Chère Madame

O IRRITADO teve, aqui há umas semanas, o topete de escrever uma carta a Vossa Excelência sobre a importante matéria das viagens semanais de Vossa Excelência, em classe executiva, a Paris, luminosa quão merecida cidade de residência de Vossa Excelência.

Permite-se agora o cullot de voltar à augusta presença de Vossa Excelência. Antes de mais, portanto (como diria o camarada Jerónimo), as mais humildes desculpas pelo atrevimento deste seu servo e amigo.

Tem o IRRITADO seguido, com a admiração e a estima que, no fundo da alma, nutre por Vossa Excelência, as vicissitudes por que tem passado a história do ingente problema que a aflige: quem paga as viagens de Vossa Excelência a Paris? Sim, Quem?

Parece que ninguém!

Anda meio mundo preocupado com o assunto, sendo o mais aflito de todos Sua Excelência o Senhor Deputado José Lelo[i], mui Ilustre Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, entidade a quem, sem sombra de dúvida, caberá mandar pagar as viagens de Vossa Excelência.

Ora, como é sabido, o insigne cidadão tem várias dificuldades do tipo mental, coisa de que não terá culpa, uma vez que já nasceu assim. Daí que, por mais voltas que dê ao limitado bestunto com que foi brindado pela criação, não consegue encontrar o competente penduricalho orçamental onde caibam os 1.200 euros que custa cada viagem de Vossa Excelência.

Em que triste miserabilismo vive a Pátria do Senhor Dom João V!

Se Vossa Excelência andar por cá uns 10 meses por ano, teremos umas 45 viagens, o que, contas feitas, se cifrará nuns meros 54.000 euros, ou seja, em moeda antiga, uns míseros 10.826.028.000 réis. Em 4 anos de mandato, a coisa não passará, como é evidente, de 43.304.112.000 réis, ou, em moeda republicana, 43.304 contos mais uns pós.

Tem Vossa Excelência toda a razão quando, solene e superiormente, declara "não sei quem paga nem quanto custa". Era o que faltava, Vossa Excelência preocupar-se com problemas destes, coisa para lelos e quejandos, gente de somenos. Vossa Excelência não sabe, nem tem que saber, o valor em jogo. "Nada disso passa por mim", declarou. Mais. Vossa Excelência, como é de timbre entre os socialistas, não se preocupa com o assunto. "Escolhi uma (agência de viagens), e passei a marcar por essa: telefono e recebo os bilhetes". É assim mesmo! A altíssima dignidade de Vossa Excelência não permite, sequer, que erga o mimoso cul da poltrona para tratar de coisas menores. Como é óbvio, alguém traz o bilhete, alguém há-de pagar, Vossa Excelência não desce a problemas de lelos. Viaja, e acabou-se. Muito bem!

Teve o IRRITADO a desfaçatez, na sua anterior missiva, de suscitar a curiosidade de Vossa Excelência para o facto de haver cidadãos - ainda que, como é lógico, gente de qualidade inferior à sua - que fazem Lisboa/Paris/Lisboa por uns 150[ii] euros, no mesmo avião que Vossa Excelência utiliza, mas lá para trás, com o cul não tão à larga e sem champanhe nem refeição quente.

É certo que Vossa Excelência não tem que descer ao ponto de aceitar sugestões do IRRITADO. Não pode este, porém, deixar de, com todo o respeito, dizer que, se Vossa Excelência o fizesse, o Lelo gastaria 14,5 vezes menos do que vai acabar por gastar com as viagens de Vossa Excelência.

Tudo isto não passa, como é evidente, de fruto da mentalidade capitalista do IRRITADO, coisa incompatível com a majestática dignidade socialista de Vossa Excelência."


António Borges de Carvalho

SÁBADO, 20 DE MARÇO DE 2010

________________________________

[i] Lelo - doido, vaidoso (Dicionário Universal da Língua Portuguesa, Texto Editora).

[ii] Algo me diz que Vossa Excelência, antes de subir ao altar doirado em que se encontra, viajava por 150 euros, como a plebe. Agora, já nem quer saber quanto custa, ou custava, a sandocha e o assento apertadinho. Pois faz Vossa Excelência muito bem! Socialisme oblige.

(Enviado por L.A.)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pedras no caminho


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."


Fernando Pessoa

(Enviado por Becas)

Pintura: (c) Ernâni Oliveira

Nota da Editora do Blogue:

Este texto circula há muito tempo na Internet e tem sido atribuído a Fernando Pessoa.

Porém, existem dúvidas sobre a sua autenticidade e por esse motivo foi contactada a Casa Fernando Pessoa; mas a verdade é que não foi possível esclarecer a sua autenticidade e as dúvidas persistiram.

Chegou-me entretanto informação sobre a possível autoria do texto, como sendo de Augusto Cury, do livro "Dez leis para ser feliz" da Editora Sextante, 2003.

Terá sido acrescentada a última frase por Nemo Nox, do Blogue "Por um Punhado de Pixels".

A quem tiver o tempo e a paciência para investigar a verdade, agradece-se o possível esclarecimento.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Longe da Terra Queimada





BURNING PLAIN

Charlize Theron, Joaquim de Almeida e Kim Basinger juntos no mesmo elenco já era razão suficiente para me levar a ver um filme. Sendo este dirigido por Guillermo Arriaga (o argumentista de Babel e 21 Gramas), a curiosidade fala ainda mais alto.

História complexa contada em três épocas diferentes em que o ciúme, o medo e a culpa se cruzam numa teia de emoções que só o tempo se encarrega de redimir.

Essencialmente é um filme sobre as contradições de sentimentos nas relações entre mães e filhas, que termina com a possibilidade de um happy-end deixada em aberto.

Um filme denso, melancólico, com uma realização perfeita no domínio dos recursos narrativos, de um estilo rigoroso comparável a Almodovar ou Tarantino.

Se repararem no cartaz, optei por colocar aqui a tradução italiana do título do filme, que acho curiosa e esclarecedora: "Os Confins da Solidão".

Pois... às vezes é na solidão que encontramos a raíz das tragédias pessoais.



Trailer:

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ovo de Páscoa com linces


Para os ambientalistas e amigos de animais, esta Páscoa trouxe um agradável "ovo": o nascimento no domingo dos dois primeiros filhotes de lince ibérico nascidos em cativeiro. Bem a propósito, dado que o belíssimo animal se encontra em vias de extinção e é urgente repôr esta espécie no seu habitat.
Considero o lince um dos mais belos animais da Natureza e faz falta para o reequilíbrio do ecossistema na Península Ibérica.
Bom presente de Páscoa para Portugal.
Pode ver o vídeo aqui.

Um Homem Singular




A SINGLE MAN (Um Homem Singular)

O título do filme A Single Man, traduzido por “Um Homem Singular”, significa também, numa tradução de uso mais corrente, Um Homem Solteiro, ou sozinho.
Na verdade, George Falconer (Colin Firth) acaba de apanhar o maior desgosto da sua vida com a morte abrupta do seu companheiro. A relação com Jim (Mathew Goode), o homem com quem viveu 16 anos, significou o amor da sua vida, um autêntico casamento. Portanto ele transforma-se do dia para a noite num homem profundamente sozinho.

Contudo, sente-se desde logo a discriminação pelos homossexuais quando George recebe o telefonema de um tio de Jim a comunicar a morte deste num acidente. George responde que irá apanhar o primeiro avião para ir ao funeral, ao que o seu interlocutor contrapõe que “a cerimónia será só para a família”…!

A narrativa decorre nos anos 60. George é um professor inglês de Literatura numa Universidade americana, que tem a coragem de viver com outro homem numa época de grande repressão sexual. A partir da perda do companheiro, a sua vida deixa de fazer qualquer sentido, apesar das tentativas de Charley (Julianne Moore), sua antiga namorada, para reconquistá-lo.

Planeia meticulosamente o suicídio, de modo a que na Universidade tudo continue a decorrer com a normalidade possível dentro e fora das aulas, para que ninguém seja afectado pelo drama que o consome, comportando-se com uma elegância ímpar face a uma existência que se lhe tornou insuportável.

Todos os seus planos do ensaiado suicídio se alteram quando é convidado a passar a noite com um dos seus alunos, intelectualmente estimulante e com uma sexualidade suficientemente ambígua. Apesar de essa situação ser embaraçosa, nem por um momento George perde uma ponta da sua dignidade e pudor face ao jovem que lhe oferece a sua nudez.

O filme é esteticamente belíssimo, tanto na fotografia como nos décors e no guarda-roupa. Do ponto de vista emocional, é tocante pela humanidade e sensibilidade com que vemos os sentimentos dos personagens emergirem, com uma incrível autenticidade, à flor da pele.

Nota-se neste filme uma marca nítida da filosofia heideggeriana quando George explica ao seu aluno num bar, entre whiskies, que a morte é a única certeza que temos e que essa certeza, a de que nascemos sozinhos e sozinhos morreremos, é o elo mais forte que liga todos os seres humanos. Desde o primeiro momento do filme que sentimos essa angústia existencial e ao mesmo tempo essencial do ser humano, marca indelével na sua vida, que serve de fio condutor a toda a narrativa.

O primeiro filme realizado pelo estilista Tom Ford, é adaptado da obra "A Single Man", do escritor norte-americano Christopher Isherwood, uma obra emblemática do movimento homossexual do século XX. Embora o filme não tenha sido premiado com os Óscares que se esperava, nomeadamente o de Melhor Actor, Colin Firth veio a obter esse prémio no Festival de Veneza, pela sua magnífica interpretação.


Ficha técnica:
Um Homem Singular
Título original: A Single Man
De: Tom Ford
Com: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode
Género: Drama
Classificacao: M/16
EUA, 2009, Cores, 101 min.

Eis aqui o trailer:

segunda-feira, 5 de abril de 2010

"Whatever works" de Woody Allen




TUDO PODE DAR CERTO

No universo de uma existência disruptiva, pós-tentativa de suicídio e pós-divórcio, um físico nova-iorquino encontra uma jovem adolescente que o deslumbra. Melody, uma menina burguesa de família tradicional do Sul, havia fugido de casa e tornara-se uma sem-abrigo que mendigava comida na rua.

O inesperado casamento de Melody com Boris Yelnikoff o auto-denominado "físico genial" e os ainda mais inesperados rumos de vida que os pais dela virão a assumir, cada um por seu lado, esses "cretinos de direita" segundo Boris, são algumas das muitas situações hilariantes que se sucedem ao longo desta comédia, onde o inesperado e o non-sense marcam presença, como é habitual nas histórias de Woody Allen.


Ficha técnica
Tudo Pode Dar Certo
Título original: Whatever Works
De: Woody Allen
Com: Larry David, Adam Brooks, Lyle Kanouse, Evan Rachel Wood
Género: Comédia
Classificacao: M/12
EUA/FRA, 2009, Cores, 92 min.

Veja aqui o trailer.

Islândia proibiu os clubes de strip-tease


Há muito tempo que tinha vontade de escrever alguma coisa sobre a Islândia, mas a crise financeira não é dos meus assuntos predilectos. Agora surgiu uma notícia que não me deixa nada indiferente e fez emergir os resquícios de feminismo que há em mim.

Segundo a notícia que li no jornal inglês The Guardian o parlamento islandês acaba de aprovar a 25 de Março, sem votos contra e apenas duas abstenções, a proibição dos clubes de strip, considerando que as mulheres estariam desse modo sujeitas a uma "coisificação" indesejável.

A Islândia é considerada "o país mais feminista do mundo", entendida esta frase como o país onde melhor são preservados os direitos das mulheres.

A proibição incluiu fechar pura e simplesmente os clubes onde há shows de strip e lap-dance, proibir que as empregadas de bares ou discotecas andem a servir em topless e todo e qualquer tipo de nudez em locais nocturnos. Uma das responsáveis políticas por esta medida afirmou que "It is not acceptable that women or people in general are a product to be sold."

Deslocaram-se para a Islândia nos últimos anos cerca de 100 mulheres por ano oriundas de países estrangeiros especialmente para trabalhar em clubes de strip. Isto relaciona-se muitas vezes com prostituição e proliferação de redes de tráfico de pessoas, onde as mulheres se vêem enredadas por questões de pobreza e abuso de drogas. A jornalista Julie Bindel do The Guardian diz: "I have visited a strip club in Reykjavik and observed the women. None of them looked happy in their work."

Esta medida deve-se em parte à sua chefe de Estado, Johanna Sigurdardottir, assumidamente lésbica e feminista, que pretende pura e simplesmente acabar com a indústria do sexo na Islândia. Todos os países da Escandinávia aprovaram medidas que, de alguma maneira, criminalizam o negócio do sexo, justamente para proteger os direitos das mulheres e acabar com a escravatura sexual.

Na Islândia metade dos parlamentares são mulheres e nos outros quatro países, um terço. As feministas islandesas, que são fortemente opositoras da prostituição, dizem que "Johanna is a great feminist in that she challenges the men in her party and refuses to let them oppress her"; além disso, ela envolveu-se directamente durante a sua campanha em causas contra a violência sexual.

É de salientar que segundo as sondagens de opinião na Islândia em 2007, 82% das mulheres e 57% dos homens defendiam a criminalização do sexo pago, estando apenas 10% da população em desacordo com esta medida.

A leader da Coligação Contra o Tráfico de Mulheres, Janice Raymond disse estar muito contente com esta medida: "What a victory, not only for the Icelanders but for everyone worldwide who repudiates the sexual exploitation of women."

Ao contrário, os proprietários de clubes nocturnos estão furiosos e comparam a Islândia à Arábia Saudita, onde não se pode ver nenhuma parte do corpo da mulher...

Os países escandinavos têm vindo a liderar a luta pela igualdade de direitos das mulheres no mundo, começando por estimular a mudança de mentalidades, dizendo que os homens terão de se habituar à ideia de que as mulheres não são uma mercadoria para se comprar e usar.

O perigo da história única - Chimananda Adichie

A escritora de romances nigeriana Chimananda Ngozi Adiche conta a história de como descobriu a sua voz cultural - e adverte que se ouvirmos apenas uma história sobre outra pessoa ou país, arriscamos um "desentendimento crítico".



Clique na opção View subtitles e depois seleccione o idioma da sua preferência, por exemplo Português (de Portugal).
Choose the subtitles in the language you prefer.

(Vídeo recebido por e-mail)

domingo, 4 de abril de 2010

Feliz Páscoa!


A Pérola de Cultura deseja a todos os seus leitores, seguidores, comentadores, colaboradores e a todos os Bloggers amigos uma Páscoa muito feliz.

sábado, 3 de abril de 2010

Mas os coelhos não põem ovos...!?


Do Blogue Terella, retirei estas informações que nos permitem compreender a relação entre a Páscoa, os coelhos e os ovos.
Está tudo ligado pela mão de Ostara (ou Ostera), uma deusa retratada aqui abaixo, símbolo da aurora e da primavera, que um dia, cheia de culpa e compaixão concedeu à lebre a capacidade de pôr ovos...
Ora vejam:


"The Easter Bunny folklore:
Feeling guilty about arriving late one spring, the Goddess Ostara saved the life of a poor bird whose wings had been frozen by the snow. She made him her pet and filled with compassion for him since he could no longer fly, she turned him into a snow hare and gave him the gift of being able to run with incredible speed so he could protect himself from hunters. In remembrance of his earlier form as a bird, she also gave him the ability to lay eggs – in all the colours of the rainbow – but only on one day out of each year. The eggs should be given to the children attending the Ostara festivals that were held each spring. (...)
The Hare and the Rabbit were the most fertile animals known and they served as symbols of the new life during the spring season."


Thank you, Renny!

Páscoa - simbolismo e etimologia



Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação, que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 da Era Comum. (…)

Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga do seu povo escravizado no Egipto.

A palavra Páscoa advém, exactamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egipto para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário. (…)

Os termos "Easter" (Ishtar) e "Ostern" (em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pessach (Páscoa). As hipóteses mais aceites relacionam os termos com Eostremonat, nome de um antigo mês germânico, ou de Eostre, uma deusa germânica relacionada com a primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo com um historiador inglês do século VII.

Eostre ou Ostera é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. A primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados.

Dos cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora”. É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento chamado Ostara.

Posteriormente, a Páscoa juntou-se às festividades pagãs de Ostara e absorveu muitos de seus costumes, inclusive os ovos e coelhinho da Páscoa. Podemos perceber isso pelo próprio nome da Páscoa em inglês, Easter, muito semelhante a Eostre.

Ostara é uma festividade moderna de religiões pagãs como a Wicca. Está relacionada com festividades que se celebram durante o equinócio de primavera. A moderna celebração não tem forte relação com outras celebrações pagãs históricas.

Ostara é o primeiro dia da Primavera (…) e Eostre estava relacionada com a aurora e posteriormente associada à luz crescente da Primavera, momento em que trazia alegria e bênçãos a Terra. (…)

Para os Wiccans também é época de começar a plantar, época do amor, de promessas e de decisões, pois a Terra e a natureza despertam para uma nova vida. Eos (em grego, Ἠώς – Êôs, 'aurora') era a deusa grega que personificava o amanhecer. Filha de Hipérion e Téa, era irmã da deusa Selene, a lua e de Hélios, o sol.

Adapatado a partir de informações da Wikipédia

Imagens: 1. A deusa Eos - Evelyn De Morgan
2. A deusa Ostara - Johannes Gehrts