Páginas

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Homenagem a Cristina Beckert

Um aluno da Cristina deixou esta mensagem no FB:
"Mais um ponto de luz que passou pela Terra para nos iluminar."
Que o seu brilho perdure para sempre na nossa memória:

“Infelizmente, hoje em dia a indiferença em relação ao destino cruel de milhões de animais criados para consumo humano instala-se cada vez mais, a par de uma crescente preocupação e cuidado por aqueles que nos fazem companhia. […]
Porém, continuam a ser os outros animais que não deixam de nos surpreender e de nos dar “lições de moral”, ao franquear as barreiras da espécie. Um hipopótamo que perde a progenitora num cataclismo ambiental e é adoptado por uma tartaruga gigante; uma leoa que cuida de uma gazela recém-nascida, vinda à luz no exacto momento em que a fêmea é morta pela mesma leoa; uma cadela, Ginny, que percorre incansavelmente as ruas de Nova Iorque, recolhendo gatos feridos e trazendo-os ao dono a fim de serem tratados. Estes e outros mais são exemplos de compaixão animal que indicia a existência de uma ética dos animais e não apenas de uma ética para os animais, da nossa exclusiva responsabilidade”

- Cristina Beckert, “O espelho invertido. Reflexões sobre a relação do ser humano com os outros animais”, Philosophica, nº40, com o tema “Ética animal e ética ambiental” (Lisboa, 2012), pp.20 e 22-23.

Texto: cortesia do querido colega Paulo Borges.
Os meus sentidos pêsames ao marido, Carlos João Correia.

O corpo da nossa querida colega Cristina Beckert, Professora na Faculdade de Filosofia da Universidade de Lisboa, está em velório na Igreja de S. João de Deus, em Lisboa e a missa é dita amanhã, sábado, às 9:00, pelo nosso estimado Professor Padre Joaquim Cerqueira Gonçalves na mesma Igreja.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Dia de Camões

Luiz Vaz de Camões 
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades

Continuamente vemos novidades
Diferentes em tudo da esperança
Do mal ficam as mágoas na lembrança
E do bem, se algum houve, as saudades

O tempo cobre o chão de verde manto
Que já coberto foi de neve fria
E em mim converte em choro o doce canto

E, afora este mudar-se cada dia
Outra mudança faz de mor espanto
Que não se muda já como soía. 

Contrastes

Alguém dizia que a vida está cheia de contrastes e matizes e nos fascina por todas as partes que encerra.
A mim fascina-me a beleza destes dias de final de verão, a luz e a claridade que se desprende de um dia de sol como este, dando-me uma alegria de viver que é por vezes contagiante.
À noite a escuridão aprisiona-me e fecha-me. Mas hoje, vi uma estrada de luz no lago, azul profundo, iluminado pela lua, e a sua magia encheu-me de felicidade.
A atmosfera única do pôr-do-sol, carregado de tons violeta e rosa, cedeu lugar ao brilho leitoso da lua que desprendia poalhas de cristal sobre as águas do lago, manso e tranquilo.
Esta minha atração pelos opostos, o sol e a lua, o dia e a noite, o calor e a frescura, a agitação e a tranquilidade, fazem de mim uma espécie de animal de instintos, quase selvagens, ao mesmo tempo pueris.
Suspiro e sinto-me bem. Vivo ao sabor dos ritmos da natureza e fico feliz.
Dá-me uma tranquilidade enorme adormecer com a lua, acordar com o cantar dos galos, mergulhar nas águas, respirar com a brisa.
Penso, respiro, leio e escrevo. E amo. 
Dentro em breve começarei também a falar, falar…
Para ti, vinte e cinco anos depois, sempre a minha palavra, a minha lembrança, o meu afeto. 
Sempre tu. E ela. E poucos mais. Muito poucos. 
Porque a amizade não trai, não morre, não passa. 
Como tudo o que é genuíno e puro.

Lelé Batita
07/09/2003

sábado, 7 de junho de 2014

Dia D, 70 anos

Foto: Pérola de Cultura, Normandia, Agosto de 2012

Recordamos hoje o Dia D nas praias do desembarque na Normandia, 70 anos depois. 
No dia 6 de Junho de 1944 deu-se o princípio do fim do nazismo.
Hoje na Normandia, mais propriamente na praia de Arronches-les-bains, juntaram-se muitas personalidades dos países envolvidos e também antigos combatentes que participaram na operação, uma das mais bem planeadas e inteligentes das forças aliadas. 
Muitos meses e muitos mortos depois era assinalado o fim da II Guerra Mundial, uma das mais mortíferas, sangrentas e cruéis que a História já conheceu.
Pela componente racista e paranóide dessa guerra, que permitiu o extermínio de milhões de seres humanos, hoje mais do que nunca, é preciso ler precocemente os sinais e evitar a todo o custo que estas memórias se apaguem. Para que o mundo nunca mais assista nem suporte algo de semelhante.