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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Muro nas favelas do Rio de Janeiro: segregação ou protecção ambiental?


A construção de um muro com três metros de altura em redor das 11 favelas da zona sul do Rio de Janeiro está a causar polémica e divide as opiniões.

José Saramago no seu blog, linkado aqui ao lado, chama-lhe "um novo muro de Berlim" e sociólogos entrevistados pela rede Globo revelam a sua preocupação pela "guethização" que isto pode constituir para os cerca de 200 mil habitantes destas favelas.

É de referir que só as favelas da zona sul, zona nobre da cidade do Rio de Janeiro, vão ser muradas, pelo que os movimentos activistas dos direitos sociais entendem esta medida como uma exclusão social, para isolar estes bairros dos olhos dos turistas.

O argumento das autoridades é o da preservação ambiental, já que as favelas dessa região têm vindo a crescer desmesuradamente, invadindo progressivamente mais e mais as zonas da mata atlântica e destruindo grandes áreas verdes, o que põe em risco a sobrevivência de espécies endémicas de fauna e flora das florestas circundantes, diminuindo a qualidade do ar que se respira em todo o perímetro urbano.

Se por um lado é absolutamente necessário preservar as zonas de floresta e delimitar o crescimento urbanístico selvagem e ilegal, também é certo, por outro lado, que esta medida iria forçosamente gerar reacções adversas por parte das populações desses bairros, que já dizem antever-se dentro de um cenário de "Big Brother", uma vez que, a seguir ao muro, vão ser instaladas câmeras de vigilância.

Mas, pergunto-me: o que se pode fazer quando uma metrópole se vê a braços com um índice de criminalidade astronómico, que já granjeou ao Rio de Janeiro a fama da cidade mais perigosa do mundo, na qual se sabe que os epicentros do tráfico de droga e de outras formas de crime se situam predominantemente nas favelas?

Uma sondagem realizada a este respeito mostra que a população do Rio de Janeiro está dividida a respeito da pertinência deste projecto, já que aparece uma percentagem de 47% a favor da medida e 46% contra, restando uns poucos pontos percentuais dos que não têm opinião.

Qual o vosso parecer a este respeito?
Será legítimo emparedar 200 mil pessoas?
Ou deve pensar-se em outro tipo de medidas?
Usem a caixa de comentários.

1 comentário:

  1. medida simplismente ridicula, o Brasil precisa de educação, se preservar o meio ambiente não é uma questão de isolar,e sim de educar, será que o governo da Amazonia irá fazer o mesmo, murarar a selva para parar o desmatamento?????

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