quarta-feira, 22 de abril de 2009
O Balanço da Luta dos Professores feito por Ramiro Marques
"1. Há professores que vão da euforia à depressão à velocidade de um bater de asas. São aqueles que andam pelos cantos das escola a murmurar que a luta dos professores não valeu a pena. Para eles, ou se ganha tudo ou não se ganha nada. Ora, a realidade não é a preto e branco. Gostava que esses professores fizessem o seguinte exercício intelectual: o que teria acontecido se os professores não tivessem feito a grandiosa Marcha de 8 de Março, as manifestações e a greve geral?
2. A resposta é simples: o modelo de avaliação de desempenho, com toda a sua complexidade e carga burocrática, estaria a ser aplicado em todo o lado. E os que analisaram a legislação e as fichas que a DGRHE publicou sabem que isso equivaleria a, entre outras coisas, associar a classificação dos professores às taxas de abandono e de insucesso dos alunos. Quem estudou o assunto conhece a complexidade da tarefa exigida pela quantificação e tratamento desses dados. Uma tal exigência obrigaria a muitos dias de trabalho de volta das estatísticas com o único propósito de criar mais um elemento de subjectividade e de injustiça no processo de avaliação de desempenho. Essa exigência absurda caiu com a avaliação simplificada porque os professores lutaram. O mesmo poderemos dizer para a obrigatoriedade das assistências a aulas. A ministra da educação só deixou cair essa obrigatoriedade porque sentiu na pele a pressão causada pela luta dos professores.
3. Ainda que mais nada fosse alterado, o balanço que eu faço daquilo que se conseguiu é largamente positivo."
Publicada por Ramiro Marques em PROFAVALIAÇÃO, 22 de Abril de 2009, 18:42
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