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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Kadhafi, one way ticket to hell



Kadhafi está oficialmente morto. Obviamente recuso-me a reproduzir aqui a sua imagem desfigurada. Longe de mim regozijar-me com a morte de homem algum. Como não me regozijei com a de Sadam Hussein. Kadhafi devia ser julgado antes de tudo. Mas compreendo o desejo de o quererem morto.


O que duvido é que este camarada tenha o passaporte que ele desejava para a História. Penso que ele não precisava de ter acabado deste modo humilhante. Se tivesse entregado o poder em tempo útil, democratizado o país e reconhecido que o seu tempo havia chegado ao fim em terras da Líbia, teria evitado este fim trágico. Mas assim não seria um mártir... e não é assim que os ditadores procedem. Kadhafi não seria ele próprio. 




Recordo-me do aparato com que veio a Portugal, acompanhado de uma imensa guarda de gala feminina, a tenda de luxo que lhe montaram no Forte de S. Julião da Barra, as honras que o governo português lhe prestou e a exagerada comitiva que trazia. Na Líbia ficaram célebres as festas de arromba que dava nos seus exuberantes palácios e até a sua auto-coroação como "rei" do mundo árabe! 


Pensaria assim conquistar a glória póstuma? Como aqueles desgraçados que se fazem explodir matando milhares, na expetativa de ir para os braços das virgens de um paraíso que só existe nas suas cabeças?


Para quê tamanho fausto, para quê tamanha soberba? Se tudo acabou afinal num buraco, sem coroa e sem trono, sem ouro e sem brocados, sem séquito e sem poder, com meia dúzia de balas enfiadas no corpo, como se fosse um vulgar maltrapilho. Não valeu a pena, Muamar!

1 comentário:

  1. Se todos os que sobem a poleiros muito altos e utilizam mal essa altura aprendessem alguma coisa, que bom seria para a humanidade!!! Bj
    Maria Fernanda

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