segunda-feira, 15 de março de 2010
"A minha homenagem ao Luís" - Cristina Ribas
Muitas são as linhas que têm sido escritas ao longo dos dias sobre Luís Carmo, professor de Música numa escola de Sintra, falecido há um mês por não aguentar mais violência. Terá deixado escrito no seu PC pessoal a intenção de se suicidar, sucumbindo assim ao sentimento de impotência que há muito o dominava.
No Blogue do MUP, no ProfBlog e no Promova está um texto biográfico sobre este professor, escrito por alguém que parecia conhecê-lo de perto, com o título "Memórias esparsas do Luís".
Também Cristina Ribas, co-editora do ProfBlog deixou o comentário que a seguir reproduzo, por considerar que é suficientemente importante para não ficar confinado à caixa de comentários:
"A minha homenagem ao Luís, colega também do mesmo grupo disciplinar.
Que a vida do Luís possa ser para nós exemplo e nos ajude a pensar um pouco mais e a fazermos o que tem que ser feito. É cruel que se use a "fragilidade psicológica" do Luís para justificar a sua decisão. Seria o Luís realmente frágil ou estaria cansado de lutar por aquilo em que acreditava sem que isso implicasse resultados?
"O Luís era uma daquelas pessoas já raras, porque digna, guiado por princípios e valores, exigente consigo próprio"
Não há legitimidade para que pessoas como o Luís, dignas, guiadas por princípios e valores, exigentes consigo próprias se sintam cansadas, gastas e exaustas?!... Por que oferecemos tanta resistência a olharmos para nós próprios e fazermos auto-crítica e aceitarmos as críticas construtivas, se isso nos pode fazer mais felizes a nós e aos que nos rodeiam e é um excelente contributo para que a nossa sociedade possa ser melhor, mais justa e mais fraterna?
Pode ser duro termos que nos olharmos "ao espelho" em certas alturas mas vale a pena!
Obrigada ao Paulo Ambrósio por este belo texto!"
Cristina Ribas
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Olá Lélé!
ResponderEliminarÉ uma situação com a qual não me conformo. E mais dói saber que nada está a ser feito. Vieram agora dizer que vai ser possível suspender preventivamente quando isso é possível durante cinco dias... É preciso fazer realmente, a violência escolar é gravíssima!
Para quê branquear a violência se é atitude digna reconhecer os problemas reais? Quando Sócrates, logo no início deste mandato não quis perder a face, percebi que era um péssimo sinal...
ResponderEliminarCristina
ResponderEliminarSócrates prefere encobrir os podres do que alguma vez reconhecer a sua existência.
O seu perfil nada tem que ver com a humildade do filósofo que lhe deu o nome.