O mundo real, globalizado ou não, está repleto de preconceitos: indiferença, violência, pobreza, violação dos direitos humanos, racismo e xenofobia, depressões.
O que será mais prejudicial em sociedade: ser céptico e apenas viver o mundo real, ou ser fantasioso, utópico e daí não arredar pé?
A violência não é um acaso numa sociedade que fervilha em desigualdades. Ela, a violência, não se justifica mas, fruto da desigualdade, acaba justificada.
A falta de instrução, a falta de afectos, a ignorância, o desemprego, a corrupção, o compadrio e os acomodados são os maiores geradores de instabilidade social.
Atitudes geradas na indiferença das famílias, dos políticos, da sociedade em geral. Sociedade acometida de esquizofrenia que impede a conquista do direito à diferença mas, por outro lado e ainda que faça confusão, agrava a indiferença.
No ano internacional contra a Pobreza que agora findará, era difícil que os homens tivessem gerado novas leis que criminalizassem as expressões de ódio, a prepotência, o racismo, a xenofobia, a escravatura do século XXI, sobretudo sobre Crianças e Mulheres e essa diferença abissal de pobreza/riqueza que divide os hemisférios Norte e Sul.
A luta contra a (in) diferença começa em cada indivíduo, nos seus sentimentos mais íntimos, nas suas relações, nos seus ímpetos, nos seus sonhos, na sua vontade.
Poderá, então, fazer toda a mudança, poderá ser o anseio de Primavera que há-de explodir no coração do Homem.
No último mês do ano talvez um balanço nos leve a novos projectos, novos relacionamentos, a uma nova alma como a pequena sereia do conto de Andersen.
Dezembro é época de consumismo; somos atraídos pelos brilhos, as cores, as luzes, o que, momentaneamente, ofusca a gravidade da crise.
É, também, a época em que mais se sofre com a Diferença e com a Indiferença.
Dos que terminam com a vida por se recusarem a apodrecer de pé, julgados pelos moralistas ou pelos apóstolos habituados ao bafio, todos empedernidos ao perdão pela própria indiferença.
Consiga o Homem uma trégua de Natal inocente a amenizar a agonia de um qualquer Cristo diferente."
Maria Teresa Góis, Bancária
Diário de Notícias, 5 de Dezembro de 2010
Very well said and well written. As you know I work with abused women and children. My innocence has been cleared away by this work and the blinders taken off. The world is not fair, and never will be fair. With this knowledge we can in reality work to attempt to make the field more even and give those who come out on the downside a better chance. But first we must be aware of how it really is. With blinders on we will never see.
ResponderEliminarIndifference is a kind of blindness as well.
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