Foto: Rex, por Pérola de Cultura
Republico este texto que escrevi a 16 de Maio de 2009 e publiquei neste Blogue.
Acho curioso revê-lo hoje. Só para refrescar as nossas memórias e ver como demorou...
Vivo e trabalho como cão de guarda numa Escola.
Tenho muitos anos e ultimamente tenho visto os professores muito cansados e abatidos. Meteram-se numa luta desigual contra um governo prepotente, sem saber se tinham condições de levá-la até às últimas consequências.
Uns andam a chorar pelos cantos e a tomar diazepinas; outros vão para o exterior da escola fumar cigarros atrás de cigarros, como se procurassem a solução dos problemas no fundo do maço; outros ainda, com tendências intelectuais, põem-se a escrever blogues em vez de dormir, ou compõem obras poéticas; outros, ainda um pouco entusiastas, fazem caminhadas ao fim de semana de manhã cedo por Monsanto.
Todos procuram um escape ou uma terapia para combater os fantasmas do medo e reduzir a angústia. De um modo geral andam olheirentos e com um aspecto muito cansado.
Já ouvi alguns dizerem que iam depor as armas; outros, pelo contrário, dizem que vão resistir até ao fim às imposições injustas que sobre eles se vêm abatendo e que, ainda por cima, têm vindo a desuni-los.
Não sei o que isto irá dar: ouvi dizer que há uma manifestação nacional dia 30, promovida pela Plataforma Sindical, mas também uma frente jurídica que não dorme, inspirada por um tipo que tem um “Umbigo”.
Percebo pouco do que é que isto tudo quer dizer, pois quando quero ir espreitar a televisão, expulsam-me da sala de professores. Afinal, eu sou apenas um cão. O que sei, é o que o vou ouvindo dizer enquanto estou no meu posto.
Já lhes tenho dito que não deviam entrar em stress, que os governos vêm e vão, que têm oportunidade de correr com este nas próximas eleições, mas…
Tenho muitos anos e ultimamente tenho visto os professores muito cansados e abatidos. Meteram-se numa luta desigual contra um governo prepotente, sem saber se tinham condições de levá-la até às últimas consequências.
Uns andam a chorar pelos cantos e a tomar diazepinas; outros vão para o exterior da escola fumar cigarros atrás de cigarros, como se procurassem a solução dos problemas no fundo do maço; outros ainda, com tendências intelectuais, põem-se a escrever blogues em vez de dormir, ou compõem obras poéticas; outros, ainda um pouco entusiastas, fazem caminhadas ao fim de semana de manhã cedo por Monsanto.
Todos procuram um escape ou uma terapia para combater os fantasmas do medo e reduzir a angústia. De um modo geral andam olheirentos e com um aspecto muito cansado.
Já ouvi alguns dizerem que iam depor as armas; outros, pelo contrário, dizem que vão resistir até ao fim às imposições injustas que sobre eles se vêm abatendo e que, ainda por cima, têm vindo a desuni-los.
Não sei o que isto irá dar: ouvi dizer que há uma manifestação nacional dia 30, promovida pela Plataforma Sindical, mas também uma frente jurídica que não dorme, inspirada por um tipo que tem um “Umbigo”.
Percebo pouco do que é que isto tudo quer dizer, pois quando quero ir espreitar a televisão, expulsam-me da sala de professores. Afinal, eu sou apenas um cão. O que sei, é o que o vou ouvindo dizer enquanto estou no meu posto.
Já lhes tenho dito que não deviam entrar em stress, que os governos vêm e vão, que têm oportunidade de correr com este nas próximas eleições, mas…
Quem é que vai ouvir os conselhos de um velho cão de guarda cansado?
(Nota: entretanto Rex foi abatido por doença. E houve muitas lágrimas na escola. Fica aqui a minha memória deste animal muito meigo e dedicado, de quem alunos, professores e funcionários gostavam imenso. Depois de fazer este texto muitos passaram a dizer por brincadeira que não se podia falar ao pé do Rex, pois ele tinha um ship...)
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