Páginas

terça-feira, 19 de maio de 2009

Professora de Espinho suspensa - o outro lado da questão


Encontrei este depoimento no blog "Correntes" de Paulo Prudêncio:

Alunos consideram professora suspensa de escola de Espinho como "a mais espectacular"

"Dezenas de alunos da Escola EB 2/3 Sá Couto de Espinho descrevem a docente, que foi suspensa devido à acusação de manter conversas impróprias nas aulas, como "a professora mais espectacular na escola".
Estudantes do 7.º ao 9.º ano - aos quais a referida docente Joaquina Rocha lecciona as disciplinas de História ou Cidadania do Mundo Actual - afirmam que ela sempre se revelou preocupada com os problemas pessoais dos seus alunos. "Mas sem deixar de dar a matéria das aulas", asseguram.
Samir Nica, 19 anos, diz que ela "é uma professora espectacular. Dá as aulas, mas também se preocupa com o que a gente anda a fazer lá fora. É a nossa segunda mãe aqui na escola". "Quando eu tinha algum problema, era com ela que ia falar e ela ajudou-me sempre", acrescenta o jovem(…)”.

Meu Comentário:
Convém sempre ouvir o outro lado, pois embora o que a gravação revela me pareça profundamente desagradável, deve ser posta em causa a sua legitimidade, já que que a aluna não foi autorizada a fazê-la e é preocupante o precedente que isto pode abrir para práticas do género em sala de aula.

5 comentários:

  1. Concordo! E o peso que têm certas afirmações isoladas de um contexto podem não tê-las quando dele são integradas!

    ResponderEliminar
  2. Corrijo: Concordo! E o peso que têm certas afirmações isoladas de um contexto podem não tê-las quando nele são integradas!

    ResponderEliminar
  3. Cristina, não há contexto algum que possa justificar que uma professora-educadora, que seja digna desse nome baixe o nível do discurso atá ao limite do inenarrável.
    Eu pasmei boquiaberta e ouvi repetidas vezes a gravação da Sic para tentar perceber se tinha ouvido bem.
    Esta colega, embora tenha sido vítima de uma gravação ilegal que não podia ser feita sem a sua autorização, não me parece estar de posse das faculdades mínimas de decoro e postura face a uma classe de crianças.
    Lamento, para mim há uma "red line" que não pode ser transposta, sob nenhum pretexto.
    Não é a Cristina nem o Ramiro que me vêm ensinar o que é a compaixão.
    Nem a compaixão pode servir de capa para a impunidade daquilo que é injustificável que se diga numa sala de aula.

    ResponderEliminar
  4. Lelé!
    Não tenho presunção de ensinar nada a ninguém nem nunca foi essa a minha intenção ao escrever o post! Muito menos a si que sempre admirei e que nem conhecia o post que publicou porque ainda não o tinha lido. Mas mesmo que já o tivesse feito não teria essa intenção!

    O que acho é que a colega não deve ser julgada publicamente como está a ser e que este assunto deveria ter sido resolvido na escola.

    Por outro lado, acho que erro é erro e isso deve ser objectivo, mas isso não invalida que a colega não possa estar, eventualmente a passar uma fase difícil na sua vida e que possa estar a precisar de ajuda. E digo isto porque já tive conhecimento de um caso de uma colega que teve problemas com as suas turmas e que chegou a uma situação insustentável na escola. A escola conseguiu ajudar a resolver o caso da melhor maneira. Depois disso, colegas mais próximos vieram a saber que estava com problemas de violência (não doméstica) em casa à qual não estava a conseguir dar resposta e que a estava a perturbar! E não falo nem de impunidade nem de justificação mas de enquadramento, de contextualização para melhor se poder actuar na solução do problema. Isto por um lado. Por outro, não reduzir a colega àquele comportamento, porque como também já deu voz aqui no blogue, há outro lado da professora, a professora não é só aquele comportamento.

    ResponderEliminar
  5. Parece é que já se está a tentar virar o bico ao prego e transformar a professora em vítima e os alunos em réus. A gravação é ilegal? Se não fosse a gravação ilegal não se sabia disto. Ao que parece, já há muito tempo que havia queixas desse professora e ninguém ligou nada. Foi preciso uma gravação ilegal para isto vir a lume. Portanto, que se lixe a ilegalidade da gravação e não nos foquemos no acessório para esquecer o essencial: o comportamento e o modo como a professora falou com alunos daquela idade é intolerável. Até o modo como puxa dos galões dos seus 20 anos de estudo é duma estupidez atroz. Todas as outras questões laterais são apenas "conversa mole pra boi dormir".

    ResponderEliminar