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sábado, 23 de janeiro de 2010

Fraude é fraude


A propósito da notícia publicada sobre a legitimação da cópia na Universidade de Sevilha, tenho a dizer o seguinte:

Fraude é fraude, dê-se o nome que se quiser.

"Chico-espertismo", astúcia ou habilidade, o que está em causa é a quebra de confiança que qualquer relação de trabalho deveria implicar.

Para mim é mau sinal sobre a lisura e o carácter de um aluno apanhá-lo a copiar.
À falta de transparência vem somar-se a desconfiança sobre a validade real de tudo o que já foi avaliado para trás.

Como se já não bastassem as licenciaturas "fast food" do processo de Bolonha, ainda por cima se, os poucos conhecimentos demonstrados pelos alunos em parte corresponderem a fraudes, então mais vale entrar de uma vez na lógica da distribuição gratuita de diplomas logo no acto de matrícula.

Para quê fazer exames, provas, testes de frequência e outros mecanismos de avaliação que, dessa forma, só dão trabalho ao professor?

O pobre do aluno já tem se esforçar a fazer a cópia, para quê exigir-lhe exercícios de memória, essa faculdade que parece demodé e politicamente incorrecta, mas sem a qual o homem não teria saído ainda da vida nas cavernas!?

3 comentários:

  1. Continuo sem perceber tanta hostilidade para com o processo de Bolonha. Aquilo, de facto, deixou muito a desejar mas a culpa disso foi dos professores que fizeram os programas, os quais continuam a ser praticamente os mesmos mudando-se apenas o nome das cadeiras.

    Ou seja, o que era dantes é agora. E, em boa medida, continuam todos a precisar do mesmo tempo para as devidas profissões com a única diferença que agora as licenciaturas pré-bolonhas são mestrados.

    Aliás, nas antigas licenciaturas de 4 anos ganhou-se um ano a mais, pois licenciatura e mestrado dão um total de 5 anos.

    Por isso não percebo a hostilidade contra o processo em si.

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  2. Um total de 5 anos, que era a duração das licenciaturas. Para sair com o mestrado eram precisos 7 anos. O que tu chamas ganho eu chamo perda. Ganho de tempo, mas perda de qualidade. Indubitavelmente.

    E as licenciaturas antigas hoje não são mestrados. Continuam a ser licenciaturas, embora com um aprofundamento científico muito maior do que as actuais.

    Por isso repito, é o fast-food nas universidades pós-Bolonha!

    É vê-los no primeiro ano do mestrado a perguntar "professor, o que quer dizer bélico?" e outras coisas que tais...
    Poderia deixar aqui uma infinidade de exemplos.

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  3. Lelé, também perguntavam isso no 1º ano dos antigos mestrados... :p

    Mas concorco em absoluto contigo numa coisa. Devia de haver paridade entre as licenciaturas antigas tinham 5 ou mais anos. Nas de 4 devia de ser dada a possibilidade de fazer a ano complementar para ficarem de imediato com a paridade com os novos mestrados.

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