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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Faço greve? Claro que sim!

Nas ditas democracias, generalizou-se  a ideia de que os sindicatos são aqueles que defendem os interesses dos trabalhadores. Será assim? Em Portugal, muitas vezes, questionamos as diligências feitas por eles, acusando-os mesmo de serem coniventes com o patronato. Há pouco, em conversa com colegas, diziam-me que não faziam greve porque, ao contrário de outros sindicatos de outros países, nomeadamente na França, não davam subsídios a quem a faz e, quem fica a perder, somos nós. A esta afirmação respondi que, se não estamos contentes com os sindicatos, não devemos descontar para estes e, desta forma, poupamos mais de 100€ por ano. Esta verba pode ser o equivalente ao subsídio, tão falado, de greve. Se considerarmos 25€ por dia de greve, uma vez que, tal como nesses países, o subsídio é inferior ao salário, então podemos fazer no mínimo 4 dias de paralisação por ano. Claro que existem aqueles que dizem que já não descontam e, alguns, referem mesmo que nunca descontaram. Para estes ponho a questão: se, do nosso ponto de vista, o sindicato agisse correctamente, será que não descontariam? Talvez sim, talvez não. Cada um deverá tomar a sua decisão e, com este texto, terá mais uma visão sobre este assunto para reflectir.

O que não sabe pensar

1 comentário:

  1. Juntaria só que se, por vezes, os sindicatos não agem como nós gostaríamos, a culpa é unicamente nossa. De todos nós! Deixar de pagar
    a um organismo que tem como intenção a defesa de um grupo, não é boa política. É fácil criticar, difícil é dar soluções.
    Se consideramos que um sindicato que nos deveria representar não está a ter um comportamento ético, devemos, antes de mais, participar nas reuniões que são abertas aos sindicalizados. Também temos oportunidade
    de criar uma lista e lutar pelos nossos interesses. Podemos, simplesmente, fazer chegar a nossa voz. O problema é que isto tudo dá muito trabalho! Muito mais fácil é mandar um bitates para o ar e esperar que alguém faça algo. Mas algo para quem?
    Quando um povo é mediocre e tacanho, normalmente quem os representa não sai muito desta vertente também. Há honrosas excepções, felizmente.
    Quando um povo não está acostumado a lutar, normalmente quem os representa "cala-se" com uns patacos, pois não sabe o que é dar luta.
    Há honrosas excepções, felizmente.
    Quando um povo não tem massa crítica, normalmente é levado até ao extremo, é levado para ditaduras e repressões, sujeitando-se.

    Vai haver uma greve. Eu adiro! Mas quantos de nós dizem não poder comportar um dia sem receber? E então quando receberem menos, por não terem lutado um dia? Quando o que nos retirem corresponder a muitos dias, aquele único teria sido tão importante!
    Vai haver uma manif, a 6 de Novembro. Se chover, ai que molha, se fizer sol, ai a família, se estiver qualquer coisa, ai que tenho outra desculpa.

    Sempre que temos voz, a maioria esquiva-se.
    "Eles" não ligam. "Eles" minimizam. "Eles" dizem que não somos tantos.
    E nós deixamo-nos manipular pelos manipuladores, "eles". Porque se formos muitos a lutar, já será dificil de ser credível tanta
    manipulação.

    Mas criticar é fácil. Criticar liberta o espirito... dos tacanhos.

    Até dia 6 de Novembro!

    Ana Bau

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