Como fenómeno universal, o sagrado apresenta-se, portanto, investido de um valor inatingível e inviolável e parece ter emergido da necessidade que o ser humano sempre experimentou de conciliar a natureza e vencer a morte, mergulhando na atribuição de significados e de valores, onde se transcende o quotidiano e se acede a uma outra esfera de sentido, de alteridade, num outro diferente.
Assim, com base no sagrado o homem constrói um mundo habitável, seguro, orientado e aberto para um futuro.
Numa perspectiva antropológica, o sagrado designa uma ordem de realidades, cuja natureza e valor superam radicalmente a natureza e o valor das coisas do mundo em que vivemos. De acordo com Durkheim, sempre existiu uma oposição, fundamental e irredutível, entre o sagrado e o profano, concebida pelo espírito humano como dois mundos absolutamente incomunicáveis e intransponíveis.
Sob a tensão entre o sagrado e o profano articulam-se e desenvolvem-se as diversas concepções do mundo e uma imensa criação de mitos e ritos que a fenomenologia encontra desde as religiões primitivas e arcaicas até às grandes religiões reveladas.
Becas
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