Quando a Milú obrigou os professores a cumprir, com actividades diversas, a componente não lectiva na Escola deixando apenas, no máximo, 10 horas para a realização do trabalho individual, referi que iria deixar de trabalhar em casa ou na Escola para além do estipulado, como até então o fazia. Fiquei surpreedido por ter sido criticado por alguns colegas que diziam "como era possível eu tomar uma atitude destas? E o brio profissional?" Porque ainda não tinham percebido bem as implicações e porque somos animais de hábitos, se trabalho em casa todos os dias à noite ou no fim de semana , dificilmente vou alterar esta situação, compreendo que na altura os colegas reagissem desta forma.
Pois é, continuo a ser um professor activo, empenhado e dedicado (às vezes demasido) em todos os aspectos relacionados com a Escola mas, desde então, deixei de levar 'trabalho para casa', salvo em situações pontuais. No entanto, alguns dos meus colegas continuam a 'olhar-me' de forma, digamos, estranha quando reforço estas afirmações. Felizmente, estes, são cada vez menos mas continuam a não compreender como consigo não trabalhar, por exemplo, TODOS os Domingos para que a semana possa decorrer normalmente. Devido à nossa natural resistência à mudança, no início foi díficil adaptar-me, mas agora já está estabilizado e faço as tarefas em função das prioridades e da sua importância. Por exemplo, por ser menos prioritário, já demorei mais de um mês para corrigir e entregar um teste. Faz sentido? Claro que não! Estou consciente da situação e não tenho gosto em fazê-lo.
Fui obrigado a tomar esta atitude para poder disfrutar da família e fazer aquilo que gosto. Actualmente, comparando com a minha actividade profissional, estou tão ou mais ocupado com tarefas lúdicas e desportivas que me dão muito prazer. Obrigado Milú porque, com estas alterações, passei a ter uma melhor qualidade de vida e mais descanso intelectual...
O que não sabe pensar
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