Fernando Pessoa por Júlio Pomar
Fernando António Nogueira Pessoa, Lisboa, 13/06/1888 - Lisboa, 30/11/1935
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimento nenhum.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o unico poeta da Natureza.
- Fernando Pessoa/Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos; escrito entre 1913-15;
- publicado em Atena nº 5 de Fevereiro de 1925.
Fantásticas palavras, que comovem!
ResponderEliminarUm homem ilustre e mestre, aprecio as suas obras assim como alimento o meu espírito. Assim são os grandes mestres de Portugal!
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