"……país atraente entre todos, pela sua paisagem ameníssima, pelo puro azul do céu privilegiado, pelo seu povo interessante, pela tradição lendária..."…”Já vos falaram do asseio japonês? Um cúmulo!....as notinhas nipónicas tão gentis de impressão, com anos de uso…conservam sempre a mesma frescura primitiva… sem uma mancha,,,,,com vago perfume a não sei quê…
A sua grande admiração pela mulher asiática, em particular pela japonesa, livre mas submissa e gentil, de quem exaltava sempre as mãos pequeninas e delicadas, leva-o a casar-se em 1900, segundo os ritos shintoístas, com O-Yoné Fukumoto.
Na sua obra, de escrita sobretudo impressionista, documenta as paisagens, a história, a tradição e a alma Japonesas. Durante trinta anos Wenceslau de Moraes tornou-se a grande fonte de informação portuguesa sobre o Oriente.
Amargurado com a morte, por doença cardíaca, de Ó-Yoné em 1913, e também desiludido e desgostoso com a política em Portugal, Wenceslau de Moraes rompe todas as ligações que mantinha com o Estado português (era na altura Cônsul de Portugal em Kobe e Osaka e ainda oficial da Marinha Portuguesa, graduado em Tenente-coronel/Capitão de fragata), e muda-se para Tokushima, terra de Ó-Yoné.
"...este bom povo de Tokushima, arisco, conservativo, detestando cordialmente o europeu...".
Contudo, uma Bonza a quem ele legou por morte 500 iénes, bastante dinheiro na época, rezava uma vez por mês, em sua casa, no altar de Yoné e Ko-Haru.
Morreu a 1 de julho de 1929 e foi, conforme o seu desejo, cremado e enterrado segundo os ritos budistas, e as suas cinzas colocadas junto das de Ko-Haru.
Filme de Paulo Rocha “ A Ilha de Moraes”
Dicionário Cronológico de Autores Portugueses – Vol. II
Dicionário Ilustrado da História de Portugal – Vol. II
Livros de Wenceslau de Moraes- biblioteca pessoal
Texto de Tita Fan
Fotos digitalizadas por José Ruy
Mais uma etapa vencida. Parabéns. Bj
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