sábado, 19 de junho de 2010
Os grandes homens nunca morrem
“Não é verdade. A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o viajante se sentou na areia da praia e disse: «Não há mais que ver», sabia que não era assim. O fim duma viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já”.
José Saramago, "Viagem a Portugal", Caminho - O Campo da Palavra, Lisboa 1995, p. 387.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Beijo
ResponderEliminarHoje a Literatura mundial ficou mais pobre e nós mais tristes.
ResponderEliminarUm grande abraço a Portugal.
Obrigada, Domenico.
ResponderEliminarUm abraço para ti, sei que admiravas bastante Saramago, um dos poucos que teve a coragem de enfrentar Berlusconi.
Os génios nunca morrem:
ResponderEliminarhttp://sol.sapo.pt/blogs/olindagil/archive/2010/06/19/Saramago-_2D00_-Um-G_E900_nio-Nunca-Morre.aspx
Lindo escrever do viajante, agora, eterno José Saramago. Os nossos aplausos, os nossos parabéns!! Morrer não é o fim e apenas um novo começo. A nossa homenagem, singela mas sincera, em nosso blog http://arslitterayelizus.blogspot.com
ResponderEliminarUm bom dia, um bom final de semana Helena, beijos ;)