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sábado, 13 de junho de 2009

Fernando Pessoa – aniversário no dia de Sto. António


"Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), (...) é considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, juntamente com Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX.

Por ter vivido a maior parte da sua adolescência na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque na sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando nesse idioma.

Teve uma vida discreta, em que actuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre a sua vida e obra, além do fato de ser o centro irradiador da heteronímia, auto-denominando o autor um "drama em gente".

Morreu de cólica hepática aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo a sua última frase sido escrita na língua inglesa: "I know not what tomorrow will bring... ".

(In Wikipédia)

Deixo aqui como homenagem àquele que há muito estudo e de quem nunca sei o bastante, um dos poemas que mais aprecio:

"Há metafísica bastante em não pensar em nada"

"O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?

Não sei.
Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das cousas?
Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa."


ALBERTO CAEIRO

Imagem: Pessoa retratado pelo pintor Ernâni Oliveira

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