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Ironicamente, Tiananmen, o nome da Praça onde no dia 4 de Junho de 1989 milhares de estudantes foram massacrados, significa Paz Celestial.
Contra essa paz podre imposta há mais de 40 anos pelo governo de Pequim, manifestavam-se desde as últimas semanas milhares de estudantes chineses, aos quais se foram progressivamente juntando muitos cidadãos descontentes e activistas pela Liberdade.
Não conseguindo evitar os protestos pela persuasão e pelas operações gigantescas de propaganda pró regime, o governo de Deng Xiao Ping acabou por ordenar o fim das manifestações pela força. Foram então massacrados pelas forças militares milhares e milhares de estudantes e outros cidadãos, muitos feitos prisioneiros e outros encarcerados em campos de trabalhos forçados.
Jornalistas estrangeiros enviados para o local conseguiram filmar os massacres e fazer chegar as imagens ao Ocidente.
Perante o choque do mundo inteiro face às imagens de repressão e violência brutal, as autoridades chinesas minimizaram os acontecimentos, fornecendo como 200 o número oficial das vítimas, embora tudo leve a crer que morreram mais de 2700 pessoas, houve outras tantas presas e os hospitais de Pequim ficaram repletos de feridos.
Ao certo nunca se soube qual a realidade dos números, mas o que é óbvio é que depois desta brutalidade, e já lá vão 20 anos, nunca mais ninguém se atreveu a contestar nas ruas o regime chinês.
Agora tudo é mais difícil, pois além de ter começado a travestir-se de democracia pró ocidental, a China tornou-se um potentado económico temível.
Até quando permanecerá adormecida a fúria do dragão?
(Na última foto vê-se Wang Dan, um dos líderes estudantis nas manifestações em Tiananmen que vive exilado nos Estados Unidos e pode dar ao mundo o seu testemunho dos acontecimentos.)
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