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domingo, 13 de setembro de 2009

As insuficiências do plano de contingência para a gripe A


Educação:
Medidas podem não chegar para conter gripe A


Pais exigem médicos na escola

"O presidente da Federação de Associações de Pais do Porto defendeu ontem que as medidas adoptadas para conter a gripe A nas escolas são insuficientes. Monteiro Valente considera que a situação de emergência justificaria uma maior proximidade dos técnicos de Saúde com as escolas. "Estou muito céptico, acho que devíamos ter ido mais longe no terreno, especialmente em termos médicos. Basta comparar com Espanha, Bélgica ou França, que criaram equipas médicas de suporte especial para esta situação", afirmou ao CM.

A ligação entre os estabelecimentos de ensino e os técnicos é efectuada através dos delegados de Saúde. Para o representante dos pais de alunos de cerca de 90 agrupamentos/escolas do Porto, esta situação não é desejável. "Os delegados de Saúde funcionam à distância e este é um caso de emergência médica em que tem de haver maior proximidade." O dirigente defende que deveria haver "uma equipa médica para um determinado número de escolas" e critica o facto de em Portugal "só se colocar trancas à porta depois da casa arrombada". "Quando a pandemia começar a sério cai o Carmo e a Trindade. Só espero enganar-me."

Monteiro Valente critica a falta de controlo da qualidade do ar nas escolas. "Há muito tempo que não é medida a qualidade do ar que se respira nas salas de aulas. Nesta situação de pandemia de gripe A deveria haver equipas a fazê-lo, porque esse pode ser um factor que facilita o contágio", disse. Refira-se que a Organização Mundial de Saúde recomenda às escolas que possuam ventilação adequada como forma de prevenção da propagação do vírus H1N1. Apesar de crítico, o dirigente considera que as medidas adoptadas para prevenir a gripe A no âmbito dos planos de contingência adoptados servem para fazer face ao arranque do ano lectivo. Posição idêntica têm outros dirigentes de federações concelhias de associações de pais contactadas pelo CM, casos de Cascais, Setúbal e Famalicão. A maior parte das escolas começa as actividades amanhã e em grande parte dos estabelecimentos já se realizaram sessões de esclarecimento da gripe A a pais e alunos.

RECOMENDAÇÕES
Colocação de doseadores à entrada das salas de aula, desinfectantes de base alcoólica, toalhetes, espaços bem ventilados e arejados são soluções para evitar a propagação da gripe A.

PASSOS A ADOPTAR
Quando um professor detectar uma criança com sintomas deve chamar um funcionário, para que traga uma máscara; isolar a criança; medir a febre; chamar o encarregado de educação.

EVITAR AJUNTAMENTOS
A Organização Mundial de Saúde recomenda que, além de medidas de promoção da higiene e da qualidade do ar, as escolas tenham a preocupação de evitar grandes ajuntamentos de alunos."


CORREIO DA MANHÃ, 13 Setembro 2009 - 00h30

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