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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Annie Girardot (1931 - 2011)



"Actriz francesa, muito popular nas décadas de 60/70, consagrada com a personagem de Nadia em Rocco e os Seus Irmãos (1960), de Luchino Visconti, Annie Girardot faleceu em Paris, a cidade onde nasceu a 25 de Outubro de 1931 — contava 79 anos e sofria da doença de Alzheimer."

In Sound and Vision . Ler mais aqui.


Annie Girardot, para mim, fazia parte daquele naipe de actrizes de referência do pós-Maio de 68, em que a liberdade e a irreverência incaixavam nos traços de carácter mais notórios do cinema francês.
Mulher de coragem, incarnou sempre papéis que se adequavam aos ideais de luta pela igualdade, liberdade e dignidade das mulheres, valores que marcaram a evolução da minha adolescência para a idade adulta. Talvez por isso Annie Girardot me agradava tanto e me ficará certamente a fazer falta. Nunca a vi em papéis de mulher-objecto, estúpida, frívola, plasticamente belíssima, mas sem nada na cabeça. Trabalhou com realizadores como Luchino Visconti, Marco Ferrer e Claude Lelouch. E isso não era para qualquer uma!


Annie Girardot

Lançamento da obra "O Vício em Lisboa"



(Clique sobre as imagens para ampliar)

Com prefácio de Paulo Guinote.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Árvore velha

Desenho "Árvore velha" (c)José Ruy

"Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas
Vencedoras da idade e das procelas....

O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem."

Olavo Bilac
 
(Enviado por Tita Fan)

Avaliação de Desempenho de Professores - contestação expressiva do país ao modelo

Ver aqui o mapa interactivo no Jornal I. Pode ver este levantamento por distrito, por concelho e ler a declaração de cada uma das escolas. Para que não haja mais dúvidas sobre a "bondade" desta obra do Ministério da Educação, desde há 5 anos, perito em colocar as escolas de pantanas e os professores uns contra os outros.
Muito Bom ou mesmo Excelente para este trabalho do Jornal I!

Divulgação


A obra "Educação Familiar. Estratégias para a Promoção da Igualdade de Género" de Cristina Maria Coimbra Vieira, tem ilustrações de José Ruy e é adequada para quem, como eu, se vê a braços com a necessidade de leccionar conteúdos de Educação Sexual a adolescentes e tem pouco tempo para pesquisas. As questões de género são assunto fundamental em todas as idades e contextos, mas na adolescência por maioria de razão, já que deparo frequentemente com preconceitos machistas e tabus.

O livro tem belíssimas ilustrações do grande desenhador e amigo José Ruy, que, com a sua habitual generosidade e a propósito do aniversário do Blogue, me dedicou este presente tão útil. Recomendo vivamente.

Foto de Pérola de Cultura: José Ruy no aniversário do Blogue

Maravilhas da Natureza



(Enviado por Tita Fan)

Kant e os artistas


Por altura do 2º ano de existência foi mais uma vez o momento de reunir alguns dos "pescadores de pérolas", que constituem uma mais-valia para este Blogue e lhe acrescentam qualidade.
Cinco pessoas das Artes, quatro da Filosofia, duas da Informática, e algumas de outras áreas, não menos interessantes e bem-dispostas, juntaram os seus saberes e experiências à volta da mesma mesa.
A presença entusiástica destes colaboradores encheu-me de felicidade, pois sempre aprendo muito com todos eles. É um privilégio ter amigos assim. A todos agradeço do coração pelos momentos de partilha e afecto demonstrados.


Mas a surpresa inesperada da noite foi o filósofo Immanuel Kant* se ter vindo juntar a nós para apadrinhar este projecto, conforme mostra a foto.
De agora em diante terei, como editora destas páginas, uma responsabilidade acrescida, pois ele ficará a vigiar de perto todas as publicações!

*Esta figura pertence a uma série de bonecos produzidos pela "Guilda dos Filósofos Desempregados"  http://www.philosophersguild.com/ e foi mais um gentil presente do Tacci para assinalar esta noite.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Galileu foi acusado de heresia há 395 anos


"Faz hoje precisamente 395 anos que Galileu recebe o seu primeiro aviso formal da Igreja Católica; da voz do Cardeal Belarmino, o génio Renascentista é "aconselhado" a abandonar o ensino e divulgação das ideias heliocêntricas de Copérnico."

In De Rerum Natura

Depois disto as suas publicações são eliminadas, o seu cargo de Professor na Universidade de Pisa é-lhe retirado e acaba formalmente acusado de heresia pelo Tribunal da Santa Inquisição e condenado a prisão domiciliária perpétua.
Já no presente século o Vaticano pede desculpa pelo "erro" da condenação deste brilhante cientista e filósofo do pós-Renascimento italiano, cujas investigações marcaram de forma crucial a evolução do pensamento da Idade Moderna. O seu método constituiu uma base importantíssima para a Ciência Moderna, e é ainda hoje válido em muitos contextos epistemológicos. 

APEDE organiza concentração/vigília de professores em Sintra no dia 4 de Março


O núcleo de Sintra da APEDE organizará no próximo dia 4 de Março, sexta-feira, pelas 21 horas, junto ao edifício da Câmara Municipal de Sintra, uma Concentração/Vigília de professores que visa reforçar e dar visibilidade pública ao sentimento geral de contestação à actual política educativa.

As razões desta Acção de Protesto e Luta são, acima de tudo, as seguintes:

- a recusa e a exigência do fim imediato da verdadeira farsa que constitui este modelo de Avaliação (?!) de Desempenho Docente, dada a sua injustiça, falta de rigor e seriedade, para além da profunda incompetência técnica e delirante teia burocrática que o envolve;

- o combate à anunciada constituição de Mega-Agrupamentos em Sintra, por razões meramente economicistas, situação que irá criar ainda mais dificuldades à gestão das unidades educativas no nosso concelho (nalguns casos poderão atingir cerca de 4000 alunos), descaracterizando totalmente a identidade de cada Escola, fazendo tábua rasa da tão propalada autonomia, agravando a falta de recursos técnicos, materiais e humanos para fazer face aos problemas de insucesso, indisciplina e abandono escolar, comprometendo a qualidade do trabalho pedagógico e cooperativo dos professores (reuniões de departamento com mais de 100 professores) reduzindo serviços e o número de funcionários administrativos, em suma, colocando em causa a qualidade do Ensino e o funcionamento das Escolas;

- a resistência activa à ofensiva de precarização laboral perpetrada por este governo que ameaça lançar no desemprego, já em Setembro, milhares de professores que investiram anos e anos da sua vida num projecto, num trabalho e num percurso profissional que se vê agora criminosamente interrompido, com a eliminação/redução de Área de Projecto e Estudo Acompanhado (defendemos a redistribuição dessas horas pelos Departamentos Curriculares), extinção do par pedagógico em EVT, etc.;

- a defesa intransigente da dignidade profissional docente e de uma Escola Pública de Qualidade, seriamente ameaçadas por políticos sem estatura moral e ética para conduzirem os destinos da Nação;

- o reforço da mobilização dos colegas (das escolas do concelho de Sintra, mas não só) no sentido de um trabalho conjunto de esclarecimento, denúncia e resistência às actuais políticas educativas. É sobretudo nas escolas que a luta tem de persistir e aprofundar-se. Para isso, precisamos de criar redes de contactos e sinergias de actuação.

É por estas e outras razões, que nunca deixaremos cair, nomeadamente, o combate ao actual modelo de gestão, o reforço dos meios materiais e humanos de apoio ao trabalho dos professores e uma resistência activa à usurpação continuada dos nossos direitos laborais, que apelamos à presença combativa de todos os colegas nesta Concentração/Vigília de Professores, em Sintra, no próximo dia 4 de Março.

Pára de remoer a tua resignação e vem afirmar a tua dignidade!

O núcleo de Sintra da APEDE,
Ricardo Silva
Eduardo Alves
Cristina Didelet
Isabel Parente
José Manuel Faria

Sabedoria de cão velho


Uma velha senhora foi para um safari em África e levou o seu velho rafeiro com ela.

Um dia andava a velha senhora a caçar borboletas, quando o velho cão, de repente, se deu conta que estava perdido.
Vagueando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebeu que um jovem leopardo o vira e caminhava em sua direcção, com a firme intenção de conseguir um bom e farto almoço.
O velho cão pensou depressa (pois os velhos pensam depressa):
- Oh, oh! Estou mesmo enrascado!
Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão muito próximo de si. Em vez de se apavorar mais ainda, o velho cão, ajeitou-se junto do osso mais próximo e começou a roê-lo, virando as costas ao predador, fingindo que não o tinha visto.
Quando o leopardo estava a ponto de dar o salto a fim de o abocanhar, o velho cão exclamou bem alto:
- Este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí?
Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um terrível arrepio na espinha, suspendeu o seu ataque já quase começado, esgueirou-se na direcção das árvores e pensou:
- Caramba! Essa foi por pouco! O velho rafeiro quase me apanhava!
Um macaco, numa árvore ali perto, viu a cena toda e logo imaginou como fazer bom uso do que vira. Em troca de protecção para si, informaria o predador que o cão não havia comido leopardo algum...
E assim, foi rápido em direcção ao leopardo. Mas o velho cão viu-o a correr na direcção do predador em grande velocidade e pensou:
- Aí há marosca...
O macaco logo alcançou o felino, cochichou-lhe o acontecido e fez um acordo com o leopardo.
O jovem leopardo ficou furioso por ter sido enganado e disse:
- Ó macaco, sobe para as minhas costas para veres o que vai acontecer àquele cão abusador...
Agora, o velho cão via um leopardo furioso, vindo em sua direcção, com um macaco nas costas e pensou rápido novamente:
- E agora, o que é que eu faço?
Mas em vez de correr (pois sabia que as suas pernas cansadas não o levariam longe...) sentou-se, mais uma vez de costas para os agressores, fazendo de conta que não os via... Quando estavam suficientemente perto para ouvi-lo, o velho cão disse:
- Mas onde é que anda o sacana daquele macaco? Estou a morrer de fome!.. Disse que me traria outro leopardo e até agora nada!

Moral da história:
Não te metas com pessoas idosas... Idade e habilidade sobrepõem-se à juventude e à intriga. A sabedoria chega com a idade e a experiência.

(Enviado por Margarida S.F.)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sucesso e alegria



Da L.A., sempre muito atenta e carinhosa, a propósito do 2º aniversário do Blogue.
Thanks, friend!

Psicose


A paranóia da Avaliação de Desempenho anda, de facto, a toldar algumas mentes. Continuam a chegar-me ao conhecimento mais alguns "tesourinhos deprimentes". No outro dia era sobre o vestuário do professor avaliado, agora sobre as conversas que o dito tem na sala de professores, o que pode contar para a sua avaliação.
Até onde irá chegar a psicose?

Morte Urbana



Lisboa é a cidade da minha vida. Tantos poetas a admiraram, tantos Fados a choraram, tantos séculos por ela passaram… E, no entanto, parecemos ser-lhe tão indiferentes!


Tal como nas pessoas, o charme adquire-se com o tempo… As rugas definem quem fomos e dão-nos um vislumbre de quem somos agora. Mas há quem rejeite a história, quem queira - como uma simples operação plástica - apagar as marcas do tempo; quem tenha vergonha do Passado… Talvez seja por isso que, ao percorrer as ruas desta cidade, cada vez me desiludo mais.


A longa Avenida da República (antiga Avenida Ressano Garcia), uma das mais importantes artérias da cidade de Lisboa foi, outrora, um poleiro da alta sociedade. No princípio do século XX, era composta por grandes mansões da aristocracia portuguesa que ainda resistia à implantação da República, largos passeios repletos de vegetação e pelos mais importantes estabelecimentos comerciais da época. Os poucos prédios existentes deslumbravam até os mais distraídos com as suas fachadas trabalhadas bem ao estilo clássico! Hoje, infelizmente, as coisas estão bem diferentes…


Os largos passeios cobriram-se com uma enorme camada de alcatrão; os belos palacetes substituíram-se por altos prédios sem qualquer vestígio dessa antiga beleza; ícones da cidade (como o imponente cine-teatro Monumental) demoliram-se em prol do “bom” e do “moderno”. No entanto, há quem resista!


A Versailles é a alma dos anos 20 (década em que o café foi inaugurado) na Lisboa do século XXI. Chão em xadrez, empregados de camisa branca, colete cinzento, laço preto e avental branco comprido (como manda a etiqueta), espelhos enormes nas paredes e tectos trabalhados, dos quais pendem grandes lustres de cristal, transportam-nos para uma época áurea da cidade.


A mansão de esquina decorada com grandes painéis de azulejo, pequeno pátio com vegetação tropical e telhado em duas cores, é hoje um dos mais prestigiados restaurantes da cidade. Foi, até meados do século XX, a residência dos Viscondes de Valmor. Agraciada com o prémio Valmor em 1906, encontra-se num notável estado de conservação.


A EMEL é conhecida por ser implacável no controlo do estacionamento na cidade. O que poucos sabem é que a sua sede é um dos mais belos edifícios deste país! Recentemente ampliado, este palacete apresenta-se como sendo um dos melhores exemplos da arquitectura portuguesa do século XX.

P.D.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

2º aniversário da Pérola de Cultura

Ilustração: Pearl, a musa do Blogue por: (c)Luís Diferr
(Clique sobre a imagem para ampliar)
A nós, a vós, à vida! Tchim, tchim!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Moção com vista à suspensão da aplicação do modelo de avaliação - Ponte de Lima


Os professores da Escola Secundária de Ponte de Lima, abaixo assinados, pretendem ver esclarecidas questões que, no nosso entender, poderão por em causa a exequibilidade do novo Modelo de Avaliação de Desempenho, regulamentado pelos Decreto Regulamentar nº 2/2010 de 23 de Junho, pelo Despacho nº14420/2010 de 15 de Setembro e pelo Despacho 16034/2010 de 22 de Outubro.

Não pretendem questionar a avaliação de desempenho como instrumento conducente à valorização das suas práticas docentes, com resultados positivos nas aprendizagens dos alunos e promotor do desenvolvimento profissional. Consideram que a Avaliação de Desempenho constitui assunto demasiado sério, que deve resultar de uma ampla e profunda discussão. Advogam um modelo de avaliação que seja consistente, que motive os professores e fomente a qualidade e o prestígio da escola pública.

Consideram, assim, que o actual sistema de Avaliação do Desempenho Docente (ADD), conforme estabelecido no Estatuto da Carreira Docente, Decreto – Lei nº 75/2010 de 23 de Junho, e regulamentado pelos Decreto Regulamentar nº 2/2010 de 23 de Junho, pelo Despacho nº14420/2010 de 15 de Setembro e pelo Despacho 16034/2010 de 22 de Outubro, não garante imparcialidade nem transparência no processo avaliativo, permitirá a subjectividade e a arbitrariedade, será gerador de injustiças, conduzirá à degradação do ambiente na escola e, sobretudo, não contribuirá para a melhoria da qualidade do serviço educativo e das reais aprendizagens dos alunos.

Apresentam, desta forma e como fundamentação para a entrega desta Moção, os seguintes considerandos e dúvidas sobre determinados aspectos legais:

1 – Os critérios que nortearam a designação dos relatores são desprovidos de quaisquer princípios de mérito e competência. O critério de ‘pertencer ao mesmo grupo de recrutamento do avaliado e ter posicionamento na carreira e grau académico iguais ou superiores ao deste, sempre que possível’ (3 do art.13º, DR 2/2010) não confere, no nosso entender, legitimidade aos relatores e fica ferido do seu sentido através da circular B10015847T, da DGHRE, que estabelece inúmeras situações de excepção às condições previstas na lei para o exercício das funções de relator que, por um lado, põem em causa o único (e questionável) critério da senioridade defendido no Decreto nº2/2010, possibilitando, assim, que praticamente qualquer professor, mesmo de grupo disciplinar diferente, possa avaliar as aulas de outro professor.

Semeia-se, desta forma, terreno para que no quotidiano escolar se desencadeiem situações paradoxais, como por exemplo os avaliadores possuírem formação científico-pedagógica e académica inferior à dos avaliados. Mais, consideramos que os professores relatores não possuem, na sua esmagadora maioria, formação especializada ou experiência em supervisão que garanta uma avaliação justa, objectiva e rigorosa, facto que se alia ao tempo destinado na carga horária não lectiva, definitivamente insuficiente para a consecução de todos os procedimentos que a avaliação do número de professores por avaliador pressupõe.

O artigo 40º do Estatuto da Carreira Docente, intitulado “Caracterização e objectivos da avaliação do desempenho” refere, no ponto 3, alíneas a), b) e h), que esta avaliação deverá, respectivamente, “contribuir para a melhoria da prática pedagógica do docente”; “contribuir para a valorização do trabalho e da profissão docente” e “promover o trabalho de cooperação entre os docentes, tendo em vista a melhoria do seu desempenho”.

Pois é nossa convicção que, se a circunstância da avaliação ser realizada entre pares, sem qualquer hierarquização bem sucedida, como acima foi referido, já de si ameaça deteriorar a sã colaboração entre docentes e tornar-se factor de degradação do clima de trabalho nas escolas, é patente que o princípio das quotas – Despacho conjunto dos Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Educação, nº 20131/2008 – arrisca apenas perturbar ainda mais esse clima, pondo inteiramente em causa o trabalho colaborativo que por outro lado tanto se apregoa e, em última análise, os próprios objectivos a que esta avaliação se propõe.

Mais grave ainda, o Código de Procedimento Administrativo prevê no Artigo 44º os Casos de Impedimento, em que “Nenhum titular de órgão ou agente da Administração Pública pode intervir em procedimento administrativo ou em acto ou contrato de direito público ou privado da Administração Pública(…)”, designadamente o caso previsto na alínea, c) “Quando, por si ou como representante de outra pessoa, tenha interesse em questão semelhante à que deva ser decidida (…)”.

Ora, gostaríamos de entender como será possível que avaliando e avaliador possam “disputar” as mesmas quotas – não há legislação que atribua, de um modo diferenciado, quotas para cada uma das categorias de professor, designadamente “Professor do Quadro” e “Professor Contratado”, e, do mesmo modo, não há quotas diferenciadas para Relatores, Coordenadores e restantes docentes em processo de avaliação, e perguntar se não estarão os relatores obrigados pela lei a se declararem impedidos de participar no processo avaliativo ao existir o flagrante conflito de interesses acima descrito?

Discordando, assim, de um modelo que impõe uma avaliação exclusivamente entre pares, eventualmente parcial, perigosa e criadora de um prejudicial ambiente na escola, gostaríamos de entender como será possível respeitar o artigo 6.º do Código do Procedimento Administrativo, quanto aos Princípios da Justiça e da Imparcialidade, que diz que “No exercício da sua actividade, a Administração Pública deve tratar de forma justa e imparcial todos os que com ela entrem em relação.”, se, no caso desta Escola, todos os relatores possuem relações de profunda amizade com alguns dos seus avaliados ou mesmo com outros avaliados de outros grupos de recrutamento mas que disputam as mesmas quotas/classificações que os seus, o que, por obrigação ao estipulado no artigo 48º do mesmo CPA, obriga os mesmos relatores a pedirem dispensa de intervir no procedimento, exactamente por ocorrer circunstância descrita na linha d) do mesmo artigo: “O titular de órgão ou agente deve pedir dispensa de intervir no procedimento…” “… Se houver inimizade grave ou grande intimidade entre o titular do órgão ou agente ou o seu cônjuge e a pessoa com interesse directo no procedimento, acto ou contrato. Por sua vez, o artigo 51º (CPA) estabelece no nº 2 que a omissão do dever de comunicação (…) constitui falta grave para efeitos disciplinares.

Assim sendo, perguntamos se não estarão os relatores obrigados pela lei a declararem-se impedidos de participar no processo avaliativo ao comprovarem as relações de intimidade acima assumidas?

2- Consideramos não ser legalmente possível, tal como prevê o artigo 11º, nº 3, do Decreto Regulamentar n.º 2/2010 de 23 de Junho, que diz que “É garantido ao docente o conhecimento de todos os elementos que compõem o procedimento de avaliação do desempenho.”, que os professores avaliadores e avaliados possam exercer adequadamente as suas funções neste processo, uma vez que os instrumentos de registo e documentos de apoio da ADD para o ciclo de avaliação 2009/2011, elaborados à partir dos indicadores e descritores mencionados para cada um dos domínios e dimensões caracterizadoras da actuação profissional do docente, por indicação do Despacho n.º 16034/2010 de, saliente-se, 22 de Outubro de 2010, apenas tenham ficado aprovados a sensivelmente 5 meses do fim de um ciclo de dois anos de avaliação.

Questionamos como será possível considerar legal um processo de avaliação que vê publicado apenas no dia 15 de Setembro de 2010 – mais de um ano após o início do ciclo avaliativo – as próprias “Regras para a calendarização do procedimento de avaliação do desempenho”, através do Anexo II do Despacho nº14420, ou seja: como será possível não observar um total desrespeito pelo acima referenciado artigo 11º, nº 3, do Decreto Regulamentar n.º 2/2010 de 23 de Junho, se passado mais de um ano após do início do ciclo avaliativo, os professores não possuíam ainda o conhecimento de todos os elementos que compõem o procedimento de avaliação do desempenho?

Esta questão é suportada, ainda, pelo exposto num parecer do Dr. Garcia Pereira, que diz que “… o princípio da imparcialidade, consagrado no nº 2 do art.º 266º da CRP, e também no art.º 6º do Código do Procedimento Administrativo, impõe não apenas uma actuação isenta, objectiva, neutral e independente por parte da Administração para com o cidadão e logo também para com os seus funcionários mas igualmente que em todos os procedimentos relativos à admissão, progressão ou avaliação destes, sempre antes da aferição dos avaliados cada um destes deve conhecer, e conhecer com antecedência, todos e cada um dos parâmetros de avaliação, os exactos critérios de classificação e os diversos itens dessa mesma avaliação, e nomeadamente aqueles que definem ou são susceptíveis de definir a sua posição relativa.”

Consideramos ainda que a excessiva complexidade e imprecisão dos indicadores e descritores mencionados para cada um dos domínios e dimensões caracterizadoras da actuação profissional do docente e traduzíveis em níveis qualitativos, não permite uma interpretação objectiva nem determinar o grau de consecução dos avaliados.

As tarefas burocráticas exigidas ao professor tendem a ocupar o tempo destinado à preparação das actividades lectivas, à construção de materiais didácticos que se querem inovadores, ao acompanhamento de projectos diversos e ao estudo que garantiria a sua formação e actualização.

3 – Como é sabido, após a conclusão do processo de avaliação, apenas ‘são divulgados na escola os resultados globais da avaliação por menção qualitativa, mediante informação não nominativa’ (art.º 33 do DR 2/2010).

O carácter rigorosamente confidencial das classificações finais de cada professor leva-nos a considerar que fica ferido o princípio da transparência, previsto no art.º 1º da Lei n.º 46/2007, de 24 de Agosto, que diz que “O acesso e a reutilização dos documentos administrativos são assegurados de acordo com os princípios da publicidade, da transparência, da igualdade, da justiça e da imparcialidade.”

A somar, consideramos que são desrespeitados os mesmos princípios acima referidos à partir do momento em que a apreciação de uma reclamação de um avaliado cabe unicamente aos mesmos que tomaram a decisão reclamada, uma vez que a classificação, a reclamação e o recurso são decididos pelo mesmo círculo de pessoas (art.º 22º, 23º e 24º do DR 2/2010).

Face ao exposto e reafirmando que a avaliação de desempenho é inquestionavelmente um instrumento conducente à valorização das suas práticas docentes, os professores signatários desta moção apelam à Direcção da Escola:

- Que solicite ao Ministério da Educação a suspensão imediata de toda e qualquer iniciativa relacionada com a avaliação preconizada por este modelo, enquanto todas as eventuais limitações, arbitrariedades, dúvidas e incoerências aqui expostas não estejam esclarecidas.

- Que informe o Ministério da Educação da nossa intenção de apresentar uma queixa ao Provedor de Justiça sobre as eventuais ilegalidades das decisões legisladas e aqui apresentadas.

Ponte de Lima, 16 de Fevereiro de 2011

(Moção aprovada por 95% dos professores)

Tomada de posição dos professores da Escola Secundária José Gomes Ferreira, Lisboa


SOBRE A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE

Exmo. Senhor Director da Escola Secundária José Gomes Ferreira

Os docentes, abaixo assinados, da Escola Secundária José Gomes Ferreira, vêm, através deste documento, fazer uma declaração nos seguintes termos:

O SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE (ADD):

a) Não garante a imparcialidade nem a transparência, gerando injustiças, na medida em que:

• permite a subjectividade e a arbitrariedade do processo;

• praticamente no final deste ciclo avaliativo, ainda não estão clarificados todos os aspectos que regem a ADD, nomeadamente a situação das quotas e os universos a que as mesmas se referem: é do conhecimento que não existe legislação que atribua, de um modo diferenciado, quotas para cada uma das categorias de professor, designadamente “Professor do Quadro” e “Professor Contratado”, do mesmo modo, não há quotas diferenciadas para Relatores, Coordenadores e restantes docentes em processo de avaliação;

• o sistema de quotas não assegura uma real e efectiva avaliação do mérito dos professores, obrigando, de forma arbitrária, a descer classificações atribuídas pelos relatores gerando, por vezes, incoerências entre a avaliação qualitativa e a quantitativa;

• os instrumentos de avaliação utilizados pelas escolas são susceptíveis de apresentar substanciais diferenças entre si podendo criar discrepâncias significativas na classificação final a atribuir;

• a avaliação a efectuar pelos relatores, não garante a objectividade do processo devido ao excesso e à complexidade do modelo relativamente aos domínios e indicadores dos descritores para cada uma das dimensões;

• este modelo é dificilmente exequível também pelo trabalho exigido aos relatores que passa pela observação de aulas, apreciação dos relatórios de auto-avaliação e respectivos anexos e evidências, preenchimento das fichas de avaliação global, entrevistas com os avaliados, reunião do júri de avaliação, entre outras tarefas a desenvolver dentro do respectivo horário de trabalho;

• o processo de ADD teve início sem terem sido definidos e divulgados aos avaliados critérios de desempate de acordo com as quotas.

b) Não garantiu à partida a formação especializada dos relatores.

c) Não contribui para a melhoria da qualidade do serviço educativo e das aprendizagens dos alunos.

d) Não garante a melhoria das práticas pedagógicas dos docentes.

e) Os processos previstos induzem práticas que agravam as condições de trabalho na Escola, conferindo mais importância à dimensão administrativa em detrimento da dimensão pedagógica.

f) Ao associar a avaliação do desempenho à progressão na carreira introduz elementos que distorcem a dimensão formativa da avaliação.

Assim, face ao exposto, declaramos não estarem reunidas as condições para continuar o processo de avaliação docente na Escola Secundária José Gomes Ferreira.

Os docentes abaixo assinados, informam ainda V. Ex.ª que darão conhecimento do presente documento às seguintes entidades:

- Gabinete da Exma. Sr.ª Ministra da Educação
- Conselho Científico para a Avaliação de Professores
- Exmo. Sr. Director da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo
- Presidente do Conselho de Escolas
- Conselho Pedagógico da Escola Secundária José Gomes Ferreira
- Director da Escola Secundária José Gomes Ferreira
- Conselho Geral da Escola Secundária José Gomes Ferreira
- FENPROF
- Órgãos de Comunicação Social

Escola Secundária José Gomes Ferreira, 17 de Fevereiro 2011

(Este documento foi assinado por 80 dos 119 professores)

Até à eternidade, Maria José


Maria José Sousa, professora e mãe, amiga e lutadora incansável foi levada deste mundo ontem às 16 horas, depois de anos de uma luta brutal com um linfoma.

Ao seu exemplo de coragem e persistência tiro respeitosamente o meu chapéu.
Até à eternidade, Maria José! ♥

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ADD - tesourinhos deprimentes


Chegam-me notícias que me deixam no mínimo boquiaberta, com a paranóia a alastrar pela mão de certas mentes brilhantes.

Como se não bastassem os dislates do ME, há avaliadores que se entretêm a compor a mais complicada série de parâmetros de avaliação, e a discutir se o professor deve ou não escrever o sumário no quadro, ou se deve mandar um aluno, se pode ou não encostar-se à secretária enquanto fala, se pode ou não dar aulas de t-shirt e outros disparates que tais.

Pois, querem lá ver que se a t-shirt for Timberland ou Ralph Lauren o candidato é mais excelente do que aquele que a adquiriu na contra-facção dos ciganos de Carcavelos, por a redução salarial lhe comer uma parte do orçamento que iria para a renda de casa?

E as senhoras? Se vestirem uma t-shirt da Ana Salazar terão melhor ou pior nota do que se envergarem um tailleur freirático de marca branca?

Lá mais para a primavera estarão a discutir o tamanho do salto do sapato, que seja sapato fechado, nunca sandália de tiras, blusa de manguinha e nunca vestido sem mangas, rabo-de-cavalo não dá credibilidade, professor homem que é homem não usa brinco, etc. etc, etc.

Ora, tenham dó, dêem-me licença, que eu vou ali emigrar e já volto (enquanto o Big Brother cá estiver)!

Khaddafi em fuga


Mesmo que o coronel esteja a caminho da Venezuela, a sua ditadura mantém-se pela mão do seu filho, que já disse preferir desencadear um banho de sangue no país do que abandonar o poder, uma vez que "a sua família pertence a um clã que jamais faria isso!" 
O paranóico Khaddafi, agarrado ao poder há 41 anos, deveria ser julgado num tribunal internacional, assim como todos os ayatollahs, talibãs e restantes ditadores, por crimes contra a humanidade.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Eunice Muñoz regressa ao palco


Eunice Muñoz, uma grande intérprete do teatro português, regressou na última sexta-feira ao Teatro Experimental de Cascais. Com encenação de Carlos Avilez, Eunice interpreta a peça peça "O Comboio da Madrugada" de Tennessee Williams.

Trinta e oito anos depois da estreia de Eunice em "As Criadas", de Jean Genet, Eunice dá vida à personagem Flora Goforth, heroína trágica, e milionária excêntrica e decadente, que se apaixona por um jovem poeta.

A peça estará em cena de 18 de Fevereiro a 20 de Março.

Week-end tube - Aurea 2

Filmes candidatos ao Óscar de Hollywood


Já demos a lista dos nomeados aqui no Blogue, mas não custa relembrar:
"Cisne Negro", "Último Round", "A Origem", "Os Miúdos Estão Bem", "O Discurso do Rei", "127 Horas", "A Rede Social", "Toy Story 3", "Indomável" e "Despojos de Inverno" são os dez candidatos à estatueta de Melhor Filme de 2010 segundo os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Se se quiser divertir pode votar no seu filme favorito aqui. O tira-teimas é já no dia 27 de Fevereiro em Los Angeles. Se o seu trabalho lhe permitir passar a noite em claro, poderá, lá pelo final da madrugada, ficar a saber se a sua aposta se confirma.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Arquitectura contemporânea de encher a vista 4


Os arquitectos Pedro Guimarães e José António Barbosa, discípulos de Álvaro Siza Vieira, inspirados pela ideia A Vida em Movimento da Vodafone, projectaram esta sede da empresa no Porto, que já é considerado um dos vinte edifícios de escritórios mais surpreendentes do mundo. Inaugurado em 2009, esta é uma obra premiada internacionalmente.

Professores portugueses trabalham muito mais horas do que os seus pares europeus (e não só)

(Clique para ampliar)

O Relatório data já de 2010, mas não perdeu actualidade. O Paulo Guinote analisou aqui as comparações. Sentem-se, pois vão ficar estarrecidos:

A parte que me diz directamente respeito é o ensino secundário, mas o quadro apresenta também os outros níveis de ensino.

No ensino secundário superior (o 2º e 3º ciclos são chamados secundário inferior) os professores portugueses trabalham 752 horas por ano na sala de aula;
- nos países da OCDE 661 horas;
- na União Europeia 632 horas;
- na Finlândia 550 horas;
- no Japão 500 horas;
- e na Dinamarca apenas 364 horas por ano!!!

E ainda nos chamam calões????

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ADD - Uma borrasca tocada a vento


Recomeçando hoje a colocar a escrita e as leituras em dia, não posso deixar de partilhar convosco um texto de exemplar mordacidade sobre o modelo de Avaliação de Desempenho Docente, que está a deixar em alvoroço muitas escolas e a deprimir muitos profissionais.

Muitos dos professores avaliados sem cargos, sentindo-se entalados em sucessivos acordos e compromissos, mais não são do que carne para canhão num sistema ineficaz, cheio de incongruências e, sem dúvida alguma, gerador de injustiças.

O Castrador é um texto de Luís Costa, professor e escritor. De uma coerência e coragem exemplares, este homem do norte chama as coisas pelos seus nomes. Desaconselho a púdicos.

Celebrando a cultura egípcia 2

ADD - "as escolas não ganham nada com os professores em guerra uns com os outros"



Dra. Rosário Gama à SIC hoje no Jornal das 13 horas, directora da Escola Infanta D. Maria em Coimbra.

São muitas as escolas a contestar este modelo de avaliação e a prova de que a tutela sabe que com razão, é a pressão que está a fazer, como é habitual, sobre os directores, com ameaças de suspensão e procedimentos disciplinares.
Fica aqui mais duas tomadas de posição de escola aprovada em reuniões de professores:

OS PROFESSORES DA ESCOLA SECUNDÁRIA EMÍDIO NAVARRO EXIGEM A SUSPENSÃO E SUBSTITUIÇÃO DO ACTUAL REGIME DE AVALIAÇÃO

Em Reunião Geral de Professores da Escola Secundária Emídio Navarro – Almada, realizada no dia 18 de Fevereiro de 2011, os(as) professores(as) consideram que o Ministério da Educação deve suspender de imediato a aplicação do actual regime de avaliação de desempenho, fundamentando esta posição no seguinte:

· O modelo de avaliação em vigor não tem carácter formativo, e destina-se, essencialmente, a garantir a progressão na carreira. Não devendo ser esse o objectivo principal, agora deixa mesmo de ter qualquer sentido. Como é do conhecimento geral, a progressão na carreira foi suspensa a partir do mês de Janeiro;

· O modelo de avaliação não é exequível, razão por que o ME, para que o mesmo se aplique, tem vindo a divulgar orientações que, a serem adoptadas, obrigarão à prática de ilegalidades;

· O regime de avaliação, a ser implementado, perturbará fortemente o funcionamento das escolas e cavará conflitos que são de todo indesejáveis.

Entendem os professores que a avaliação deste período de tempo (2009/2011) poderá ser realizada através de um processo semelhante ao da “apreciação intercalar”, prolongando-a até 31 de Agosto de 2011 e alargando-a a todos os docentes.

Entretanto, deverá ter já início o processo negocial previsto para o final do ano lectivo de alteração do modelo de avaliação.

Esta posição foi aprovada com um voto contra e sete abstenções e será enviada para o Ministério da Educação, Primeiro-Ministro, Presidente da República, Grupos Parlamentares, Sindicatos e Movimentos de Professores.

Almada, 18 de Fevereiro de 2011.

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Por múltiplas formas, a denúncia da incompetência do processo de avaliação em curso não pára de crescer nas escolas.

Transcreve-se, a seguir, o requerimento aprovado (49 votos a favor e 7 contra) pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas, da Escola Secundária de Amora. Este documento explicita alguns dos obstáculos e dos problemas que impossibilitam, objectivamente, a concretização deste modelo de avaliação.

Os professores requerem superiormente os esclarecimentos relativos aos problemas que enunciam e consideram-se impossibilitados de prosseguir o processo avaliativo, enquanto esses esclarecimentos não forem efectuados.

Requerimento

Exmo. Sr. Director da Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Amora

Após cinco meses de trabalho de análise do conteúdo dos documentos legais relativos à avaliação do desempenho docente, os professores do Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Amora vêem-se confrontados com obstáculos que ainda não conseguiram ultrapassar e que se lhes afiguram impeditivos da salvaguarda do direito de todos os professores a uma avaliação justa, séria e credível.

1. O primeiro grave obstáculo diz respeito à falta de formação para o exercício da função de professor relator. Há três anos que os professores reivindicam essa formação como condição necessária para o cumprimento credível dessa função. O Conselho Científico para a Avaliação dos Professores recomendou formalmente que essa formação teria de ser de média e de longa duração, ministrada por instituições do ensino superior. Esta formação é necessária não apenas para os professores relatores poderem exercer com credibilidade a sua função, como é fundamental para que os professores avaliados possam reconhecer neles essa mesma credibilidade. Este é um obstáculo que ainda não conseguimos ultrapassar.

2. O segundo obstáculo, provavelmente derivado do primeiro, prende-se com a objectiva impossibilidade de resolução dos problemas técnicos que a execução prática do modelo de avaliação suscita. Desses problemas técnicos damos, de seguida, alguns exemplos e requeremos os respectivos esclarecimentos.

1.º Problema.

Indicador: «Reconhecimento do dever de promoção do desenvolvimento integral de cada aluno».

O descritor, dos níveis «Excelente» e «Muito Bom», correspondente a este indicador é o seguinte: «Revela profundo comprometimento na promoção do desenvolvimento integral do aluno».

Requeremos os seguintes esclarecimentos:

— De que modo é fiável avaliar se um professor está «comprometido na promoção do desenvolvimento integral de um aluno»?

— Com duas ou três aulas observadas, de que modo pode ser avaliado, com um mínimo de fiabilidade, o comprometimento do professor no desenvolvimento integral de «cada» aluno (conforme enuncia o indicador)?

— Relativamente aos professores que não têm aulas observadas como deve ser realizada, de modo fiável, essa avaliação?

— De que modo fiável se determina a fronteira entre estar profundamente comprometido e estar apenas comprometido? Segundo que critérios se avalia o grau de profundidade de um comprometimento?

— Quais são os critérios que permitem estabelecer a fronteira que separa o desenvolvimento integral do desenvolvimento não integral de um aluno, e que critérios permitem aferir a respectiva promoção desse desenvolvimento?

2.º Problema.

Indicador: «Responsabilidade na valorização dos diferentes saberes e culturas dos alunos.» Este indicador, inexplicavelmente, não tem ligação com nenhum dos treze descritores existentes.

Requeremos os seguintes esclarecimentos:

— Que critérios fiáveis permitem aferir se um professor valoriza os diferentes saberes e culturas dos alunos?

— Quando se pretende a valorização dos diferentes saberes e culturas dos alunos isso significa que todos os saberes e culturas devem ser igualmente valorizados, independentemente dos valores que essas culturas defendam? Se não forem igualmente valorizados, que critérios devem presidir à sua diferenciação?

— Como se deve avaliar, sem aulas observadas, se um professor valoriza ou não valoriza os saberes e as culturas dos seus alunos?

3.º Problema

Descritor: «O docente demonstra claramente que reflecte e se envolve consistentemente na construção do conhecimento profissional e no seu uso na melhoria das práticas.» (Nível «Excelente»)

Requeremos os seguintes esclarecimentos:

— Como se deve proceder à distinção entre uma demonstração clara e uma demonstração não clara? Existem demonstrações não claras? De que características se revestem?

— Como se define, em termos comportamentais, uma «envolvência consistente»?

— Como se determina, de modo fiável e observável, a fronteira entre uma envolvência consistente e uma envolvência não consistente?

4.º Problema

Descritor: «Revela um profundo comprometimento na promoção do desenvolvimento integral do aluno e investe na qualidade das suas aprendizagens.» (Níveis «Excelente» e «Muito Bom»).

Descritor: «Revela comprometimento na promoção do desenvolvimento integral do aluno e na qualidade das suas aprendizagens.» (Nível «Bom»).

A diferença entre os níveis «Excelente» e «Muito Bom» e o nível «Bom» reside exclusivamente na ausência, neste último, dos termos «profundo» e «investe»,

Requeremos o seguinte esclarecimento:

— Entre um profundo comprometimento e um comprometimento que não seja profundo como deve ser medida a diferença? Isto é, que comportamentos configuram um profundo comprometimento, e que comportamentos configuram um comprometimento não profundo?

5.º Problema

Descritor: «Participa no trabalho colaborativo e nos projectos da escola com alguma regularidade.» (Nível «Bom»)

Requeremos os seguintes esclarecimentos:

— No contexto específico da «participação no trabalho colaborativo e nos projectos da escola», como se mede a regularidade no trabalho colaborativo? Aquele que participa no trabalho colaborativo com «regularidade» é aquele que colabora todos os meses, todas as semanas, algumas vezes por semana, todos os dias? Como se mensura, enquanto comportamento, a participação com «regularidade», no trabalho colaborativo?

— O quantificador existencial «alguma» (regularidade), presente neste descritor, remete para uma indeterminação. Como deve ser medida essa indeterminação?

6.º Problema

Descritor: «O docente demonstra alguma preocupação com a qualidade das suas práticas [...]» (Nível «Regular»).

Descritor: «Revela alguma preocupação com as aprendizagens dos alunos [...]» (Nível «Regular»).

Constata-se que ambos os descritores enunciam um estado de espírito: «preocupação».

Requeremos os seguintes esclarecimentos:

— Como se mensura um estado de espírito? Que critérios operativos devem ser utilizados para medir um estado de espírito?

— Também neste descritor se encontra o quantificador existencial «alguma», que nos remete para uma indeterminação. Como é possível avaliar através de um quantificador indeterminado? Como é possível avaliar através de um quantificador indeterminado um estado de espírito?

7.º Problema

Esta dimensão é composta por quatro domínios, sendo que dois desses domínios são avaliados apenas nos casos em que os professores têm aulas observadas. Todavia, existem descritores que sobrepõem domínios avaliáveis em situação de aula observada com domínios que são avaliados sem aulas observadas. Isto é, sobrepõem o domínio «preparar/organizar actividades lectivas» com o domínio «realizar actividades lectivas» (por exemplo, 4.º e 6.º descritores do nível «Excelente»).

Requeremos o seguinte esclarecimento:

— Nestes casos, como deve ser operacionalizada a avaliação?

8.º Problema

Indicador: «Comunicação com rigor e sentido do interlocutor».

Requeremos os seguintes esclarecimentos:

— Que significado deve ser atribuído à expressão: «Comunicação [...] com sentido do interlocutor»?

— Em termos avaliativos, qual a operacionalização que deve ser dada a este enunciado?

9.º Problema

Descritor: «Constitui uma referência para o desempenho dos colegas com quem trabalha».

Inexplicavelmente, este descritor não tem relação com qualquer um dos catorze indicadores.

Requeremos os seguintes esclarecimentos:

— Como deve ser contextualizado, em termos avaliativos, um descritor sem indicador?

— Quais são os critérios que permitem avaliar, de modo fiável, se um professor é uma «referência»?

— Neste caso concreto, o descritor enuncia que o professor deve ser uma referência, mas não indica «em quê»? Da ausência de especificação da referência deve inferir-se que o professor deve ser uma referência na totalidade dos catorze indicadores? Sendo assim, como se operacionaliza essa avaliação? Se não se refere a todos os indicadores, refere-se a quantos e a quais?

10.º Problema

Descritor: «O docente evidencia elevado conhecimento científico, pedagógico e didáctico inerente à disciplina/área curricular.»

Requeremos o seguinte esclarecimento:

— O que se entende por «elevado conhecimento científico»? Qual a fronteira entre um conhecimento científico elevado e um conhecimento científico não elevado?

— De que forma é que os professores podem revelar possuir «elevado conhecimento científico»?

— Existem dois modos de se evidenciar ser detentor de conhecimento científico: através de texto escrito e através de texto oral.

A nível oral: não sendo a aula (do ensino básico ou do ensino secundário) um local adequado para a apresentação de profundas exposições nem para demonstrações científicas que permitam aquilatar da elevação de um conhecimento, como pode/deve ser avaliado o elevado conhecimento científico de um professor?

A nível escrito: que textos escritos deve o professor elaborar para demonstrar o seu «elevado conhecimento científico»? Escrever livros? Redigir ensaios? Publicar artigos em revistas da especialidade? Fazer um trabalho sobre uma determinada matéria?

— Quem é detentor de autoridade e de credibilidade científica para avaliar o elevado conhecimento científico de alguém?

— Do ponto de vista formal, para que o processo não seja a priori descredibilizado, o avaliador terá de possuir uma habilitação académica superior ao avaliado — tanto mais que será chamado a avaliar do elevado nível de conhecimento científico do seu avaliado. Todavia não é isto que se passa. Como se ultrapassa este problema?

11.º Problema

Descritor: «Planifica com rigor, integrando de forma coerente e inovadora propostas de actividades, meios, recursos e tipos de avaliação das aprendizagens.»

Em contexto pedagógico, a inovação, além de não ser um fim em si mesmo, muitas vezes, não é sequer um meio. Em contexto pedagógico, os problemas não só não têm de ser resolvidos de modo inovador como, em muitos casos, não devem ser resolvidos de modo inovador. Devem ser resolvidos de modo adequado a cada aluno, e esse modo adequado pode não ter nada de inovador.

Assim, requeremos o seguinte esclarecimento:

— Em termos de avaliação do desempenho do professor, como deve ser resolvido este problema (o descritor determinar uma prática e a pedagogia e o interesse do aluno determinarem outra)?

12.º Problema

Descritor: «Planifica de forma adequada»

A adequação de uma planificação só é susceptível de ser avaliada a posteriori.

Só depois de aplicada é que o professor saberá se a planificação foi adequada, e, muitas vezes, não o consegue saber imediatamente após aplicação, e, outras vezes, nunca o virá a saber, com a certeza que gostaria de saber.

Sendo assim, aquilo que poderá ser objecto de uma avaliação a priori (que é disto que se trata no presente descritor, porque são outros os descritores que abordam a prática) será apenas o carácter presumivelmente adequado da mesma, tendo em atenção as características da turma. Ou seja, o que será susceptível de ser avaliado é a fundamentação que o professor apresenta para optar por determinada planificação, e não por outra, em função do conhecimento dos seus alunos. Todavia, o professor relator não conhece a turma (não conhece rigorosamente nada, nos casos em que não observa aulas; e pouco mais que nada conhece, nos casos em que observa duas ou três aulas, conforme está previsto). Isto é, o professor relator não tem condições para avaliar se é adequada ou presumivelmente adequada a planificação elaborada pelo professor avaliado, por desconhecimento dos alunos aos quais ela se destina.

Requeremos o seguinte esclarecimento:

— Tendo presente esta impossibilidade, como deve ser feita a avaliação?

13.º Problema

Descritor: «Promove consistentemente a articulação com outras disciplinas e áreas curriculares e a planificação conjunta com pares.» (Nível Excelente)

É sabido que alguns advérbios avaliativos são de objectivação particularmente difícil ou mesmo impossível. É o caso do advérbio «consistentemente», presente neste descritor. Deste modo requeremos os seguintes esclarecimentos:

— De que modo é possível determinar a fronteira entre uma promoção consistente e uma promoção não consistente?

— Que critérios deve o avaliador utilizar para definir essa fronteira?

— Se não definir essa fronteira, como poderá o professor relator avaliar o nível em que se situa o desempenho do professor avaliado?

14.º Problema

O descritor do nível «Excelente» enuncia: «Concebe e aplica estratégias de ensino adequadas às necessidades dos alunos e comunica com rigor e elevada eficácia.»

Por sua vez, o descritor do nível «Muito Bom» diz: «Concebe e aplica estratégias de ensino adequadas às necessidades dos alunos e comunica com rigor e eficácia.»

Constata-se, nestes dois descritores, que a diferença entre um professor «Excelente» e um professor «Muito Bom» reside no facto de um comunicar com «elevada eficácia» e o outro comunicar apenas com «eficácia». Isto pressupõe afirmar que é possível determinar, com clareza, a diferença entre uma eficácia «elevada» e um eficácia «não elevada».

Deste modo, requeremos os seguintes esclarecimentos:

— Como se determina a fronteira entre uma comunicação realizada com «elevada eficácia» e uma comunicação realizada com uma eficácia não elevada?

— Quais são os instrumentos avaliativos que possibilitam a medição da eficácia?

15.º Problema

A primeira parte do quarto descritor do nível «Bom» enuncia: «Procura adequar as estratégias de ensino às necessidades dos alunos [...]»

A primeira parte do descritor do nível «Regular» diz: «Implementa estratégias de ensino nem sempre adequadas às necessidades dos alunos [...]»

«Procurar adequar as estratégias» significa que o professor tenta implementar estratégias adequadas, o que comporta a possibilidade de não conseguir implementar estratégias adequadas. Apesar disso, segundo o descritor, este desempenho situa-se no nível «Bom».

Todavia, um professor que efectivamente implemente estratégias de ensino adequadas, ainda que nem sempre o faça, é penalizado e classificado como «Regular».

Requeremos o seguinte esclarecimento:

— Um professor que implemente estratégias de ensino adequadas, ainda que nem sempre o consiga deve ser penalizado relativamente a um outro que apenas procura adequar as estratégias, mas que pode não conseguir implementá-las?

Acabámos de referir exemplos de problemas relativos às duas primeiras dimensões dos Padrões de Desempenho. Todavia, problemas desta natureza repetem-se nas restantes dimensões.

Estamos, deste modo, confrontados com a dificuldade de ultrapassar estes obstáculos e estes problemas. Problemas que, enquanto não esclarecidos, objectivamente nos impedem de prosseguir os trabalhos relativos ao processo avaliativo.

A seriedade profissional a que estamos obrigados exige que requeiramos junto de V. Exa., ou de quem V. Exa. considerar dever endereçar, estes imprescindíveis esclarecimentos.

Amora, 15 de Fevereiro de 2011

Mais documentos de escolas aqui.

O poeta António Aleixo faria hoje 112 anos


António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de Fevereiro de 1899 — Loulé, 16 de Novembro de 1949) foi um poeta popular português.

Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.

No emaranhado de uma vida recheada de pobreza, mudanças de emprego, emigração, tragédias familiares e doenças, na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como emigrante foi exercido em França.

De regresso ao seu país natal, estabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".

Faleceu por conta de uma tuberculose, em 16 de Novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.

António Fernandes Aleixo está hoje, bem enraizado e presente. As suas obras foram apresentadas na televisão, rádio e demais sistemas de informação, os seus versos incluídos em diversas antologias, o seu nome figura na história da literatura de língua portuguesa, é patrono de instituições e grupos político-culturais, existem medalhas cunhadas e monumentos erigidos em sua honra. Da sua autoria estão publicadas as seguintes obras:

• Quando começo a cantar – (1943);
• Intencionais – (1945);
• Auto da vida e da morte – (1948);
• Auto do curandeiro – (1949);
• Auto do Ti Jaquim - incompleto (1969);
• Este livro que vos deixo – (1969) - reunião de toda a obra do poeta;
• Inéditos – (1979); tendo sido, estes quatro últimos, publicados postumamente.

In Wikipédia

Site do poeta: http://www.fundacao-antonio-aleixo.pt/

Correndo sobre o vazio


"Há coisas sobre as quais me é quase penoso escrever. Uma delas é ver a forma como alguns grupos de colegas contratados se agarram à ADD* como se dela pudesse depender o seu emprego no próximo ano. em alguns grupos – com destaque para EVT – é a última (e ilusória) esperança. Mas também em outros grupos, a situação é similar. Os mais vulneráveis, os que mais vão sofrer, são aqueles que mais se estão a esforçar por fazer o que um sistema inumano deles exige em troca de nada.

É cruel, demasiado cruel e quem manobra os números nos gabinetes do ministério das finanças deveria sofrer pesadelos diários com isso. As pessoas não são meros indicadores estatísticos. Têm vidas, têm (tinham) projectos de carreira, têm famílias, têm emoções e sentimentos. São feitas de carne, sangue e tudo aquilo que faz todos nós. Vê-los a serem precipitados para um abismo é algo que choca."

Por Paulo Guinote em A Educação do Meu Umbigo (Perturbações, Perversidades)
Fevereiro 17, 2011

*Para quem não é professor, ADD significa Avaliação de Desempenho Docente (nota da editora).

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Akhenaton encontrado no lixo do Cairo


Durante a revolta no Egipto, como em todos os momentos de grande convulsão social, houve oportunismos lamentáveis. Um deles foi o roubo de tesouros do Museu do Cairo no período mais quente na Praça Tahrir, centro das manifestações e onde o Museu se localiza.

Uma estatueta, representando o faraó Akhenaton, anteriormente conhecido como Amenófis IV, foi encontrada por um adolescente num contentor do lixo e assim, felizmente recuperada.

Certamente que a estatueta não terá sido roubada para sofrer este triste fim! Provavelmente, o larápio livrou-se do objecto com receio de ser apanhado em flagrante, já que, ao que parece, os manifestantes que enchiam a praça, ao saberem das pilhagens no Museu, organizaram a guarda do mesmo, a fim de evitar o desaparecimento de mais tesouros. O meliante deve ter ficado a roer-se de raiva. Infeliz!...

Leia aqui e aqui.


A respeito do Museu do Cairo e de Akhenaton, convém lembrar o imortal Edgar-Pierre Jacobs que, no álbum "O Mistério da Grande Pirâmide" e pela boca do sheik Abdul Razek, narra:

"Quando há mais de trinta séculos Amenófis IV subiu ao trono depressa se apercebeu de que, de facto, o poder real se encontrava nas mãos dos sacerdotes de Amon. Resolvido a desembararçar-se desta intolerável tutela, e, por outro lado, obedecendo à sua natureza profunda, o jovem faraó instala um novo culto, o de Aton, disco solar, divindade suprema e única, símbolo de pureza e de luz.
Depois, vendo os seus desígnios combatidos pela religião tradicional, o faraó aniquila-a, fecha os seus templos e dispensa os seus sacerdotes. Seguidamente abandona Tebas, vai fundar uma nova capital e muda o seu próprio nome de Amenófis para Akhenaton, isto é, espírito de Aton." 

(Obra citada, Ed.Livraria Bertrand, 1979, pág. 49)


Luís Diferr

Campanha contra a homofobia nas escolas é barrada pelo ME


A acusação é de que a campanha é ideológica! Claro que é! E há porventura alguma que não o seja?

Leia aqui.

Publicado por Luís Diferr

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Galileu faria ontem 447 anos


Apesar de ser já muito antiga a sua teoria, os astronautas da nossa era vieram dar razão ao velho Pisano. Parabéns, Galileu!

"O ridículo da opinião de Aristóteles é mais claro do que a luz. Quem vai acreditar, por exemplo, que se duas esferas de chumbo forem largadas da órbita da Lua, sendo uma cem vezes maior do que a outra, a maior chegue à Terra numa hora, enquanto a menor leva cem horas no seu movimento? Ou se duas pedras forem lançadas ao mesmo tempo de uma torre alta, tendo uma o dobro do tamanho da outra, quem vai acreditar que a mais pequena vá a meio do caminho quando a grande está a chegar ao chão?"

Veja aqui e aqui.

Publicado por Luís Diferr